Enfermagem Hoje

Quando entre na faculdade há mais de 25 anos não imaginava todas as frentes que poderia trabalhar quando Bacharel em Enfermagem.

Nossa preocupação na época era se iríamos para área hospitalar ou de saúde pública, ou para os mais estudiosos, a sonhada pós-graduação Strictu-Sensu e a possibilidade de ensinar novos enfermeiros.

De repente, encontro enfermeiros nas mais diversas áreas, não somente ligadas à assistência em si ou atividades de ensino. Percebo o quanto seria importante, para aquela recém-aluna universitária conhecer enfermeiros da área de gestão e administração hospitalar, enfermeiros auditores, enfermeiros de empresas de produtos médico-hospitalares, tanto aqueles que atuam no treinamento e capacitação para o uso adequado do produto, quanto aqueles voltados à divulgação e vendas destes itens, especialistas em faturamento médico-hospitalar, enfermeiros analistas de dados estatísticos, enfermeiros codificadores, enfermeiros de qualidade, enfermeiros voltados à área de estética e bem estar, coachs, influenciadores digitais e muitos outros enfermeiros, que em comum tem uma única coisa: o frequente estudo de sua área de especialização.

Somos profissionais graduados, especialistas, mestres e doutores que estudamos diariamente a melhor forma de atuar, independente da área escolhida.

Infelizmente também, alguns, depois de muito sofrimento e com muito pesar, mudam de área, geralmente pela falta de valorização da profissão escolhida. Valorização financeira e também pessoal. Estes geralmente ficaram focados na área assistencial, sua paixão.

Florence, em 1820, já brigava pela famosa valorização do trabalho da enfermagem, e teve que aguentar muitas grosserias, mas não desistiu, e se transformou na mãe da enfermagem moderna. Uma pena que séculos após seu trabalho ainda lutamos por respeito aos nossos anos de estudo e pesquisa.

Será que esta Florence imaginava que a enfermagem seria tão ampla nos anos 2000 e mesmo assim, ainda receberia tão menos que outros profissionais.

Sim, a enfermagem ainda é majoritariamente feminina, sim ainda somos formados para o cuidado, e sim ainda lutamos por valorização. Mas crescemos muito, e esta pandemia mostrou para muitos nossa importância.

Por uma enfermagem mais valorizada, por uma enfermagem reconhecida pelo seu conhecimento científico, e por sermos representadas em todas áreas diversas é que estamos lutando todos os dias.

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