Engajamento Cósmico V: Quebrando o Gelo

Era uma bela noite de primavera no dia 12 de Abril de 1912.

As águas do Oceano Atlântico se encontravam errantes como o de costume, lançando-se de tempos em tempos aos pés da costa carioca, numa eterna valsa entre dois amantes eternamente apaixonados. Assim como no famoso conto de Shakespeare, o casal se encontrava separado entre si por forças aparentemente intransponíveis mas que apesar disso, ousavam trocar carícias apaixonadas sob as estrelas.

Tamanha demonstração de amor eterno embriagava amantes em solo, que viam no mar um pedaço do céu; divino e digno de reverência.

Inspirados por tal fenômeno, "Romeus" boêmios lançavam-se em direção aos pés de suas "Julietas" e logo se encontravam navegando pelas curvas de costas diabolicamente envolventes.

A noite era bela, o mar era calmo e as bebidas eram geladas.

Bebidas sempre foram ótimas ferramentas para quebrar o gelo durante encontros sociais, seja para conduzir um parceiro de negócios ao fechamento de um contrato - ou levar um pretendente para um lugar mais cômodo - tal néctar é sempre uma boa alternativa para tornar interações sociais mais interessantes.

"Quebrar o gelo" é uma expressão geralmente associada a bom-humor.

As piadas, quando aplicadas com maestria, têm o incrível poder de transformar ambientes monótonos em lugares férteis para trocas de ideias, risadas e experiências incríveis.

Uma piada sagaz, contada no momento certo, para a pessoa certa, abre portas. Como tudo no mundo, piadas também possuem uma energia negativa, um lado oposto e destrutivo, capaz de fechar portas, pernas e expressões faciais num piscar de olhos.

Também podem tomar forma sarcástica, abrindo coisas que deveriam permanecer fechadas pelo bem maior de todos os envolvidos.

O humor não é uma característica exclusiva dos humanos.

Ele varia de forma imprevisível, turvando nossa visão de mundo para o bem ou para o mal, muitas vezes nos fazendo tomar decisões questionáveis nos momentos mais inoportunos. Por essa razão, o ser humano busca sempre mantê-lo o mais equilibrado possível, evitando ser conduzido pela maré selvagem das emoções.

O universo possui seus próprios meios de garantir o equilíbrio do todo e assim manter um estado de coisas relativamente tolerável a todos os participantes no jogo existencial. Assim sendo, absolutamente TUDO possui um oposto, um negativo, algo que equilibre o grande jogo cósmico.

No planeta Terra isso não seria diferente e como algumas pessoas iriam descobrir naquela noite idílica de 1912, a natureza também é sensível a mudanças de humor repentinas.