ENTÃO É NATAL
O final do ano chegou, época em que as pessoas são tomadas pelo espírito natalino de solidariedade, proximidade e compaixão. Saber que estamos na reta final de longos 12 meses cria uma sensação de dever cumprido e ao mesmo tempo uma necessidade de repararmos os erros e corrigirmos a rota para dar o próximo passo, para uns é momento de celebração, para outros é momento de reflexão, de fazer um balanço do que passou, uma oportunidade de aprender e crescer com os perrenges da vida.
O fato é, que nesta época do ano, seja por culpa, seja por uma tomada de consciência, as pessoas estão mais disponíveis, mais calorosas, mais solidárias, saímos do nosso microuniverso individualista para olharmos o próximo- sua dores, necessidades, expectativas. Quem dera este fosse o sentimento presente durante todo o ano, com certeza seriamos mais complacentes e tolerantes conosco e com as pessoas.
Vivemos a era das relações digitais- efêmeras, superficiais, a era do individualismo- onde tudo depende exclusivamente de nós, e do sucesso- medido por visualizações, seguidores e likes. É claro que o individuo é autor da sua própria história e capaz de transformar sua realidade, mas somos seres coletivos, vivemos em sociedade e para que possamos transformá-la é necessário que estejamos conectados verdadeiramente com o outro.
No ambiente organizacional ultimamente fala-se muito de empatia, cocriação, em espaços coletivos para dar luz a criatividade etc., demoramos séculos para finalmente entender que é a coletividade e a diversidade que gera valor aos negócios, que propicia uma excelente experiência para o cliente, que potencializa resultados. Se no ambiente profissional seguimos tentando responder as novas demandas de como fazer negócio e nos relacionarmos com as pessoas, na vida pessoal ainda xingamos e somos xingados no trânsito, desrespeitamos e somos desrespeitados quando o assunto é política, criticamos o vizinho e somos criticados pela família e etc.
Não é fácil ser humano e viver em sociedade, erramos inúmeras vezes e iremos errar muitas vezes ainda, o importante neste processo é o aprendizado. Precisamos dar espaço ao diálogo ao invés do autoritarismo, ao respeito ao invés do julgamento e a coletividade ao invés do individualismo.
A magia do Final de Ano é lembrar que existe muita coisa além do nosso próprio umbigo e que podemos e devemos nos transformar para nos tornarmos melhores a cada dia.