A era das não-coisas
Byung-Chul Han, em seu livro Não-coisas - Reviravoltas do mundo da vida, discorre sobre como a tecnologia está transformando nossa sociedade. "A informatização do mundo transforma as coisas em infômatos, ou seja, atores do processamento de informações." Para o autor, a vigilância está se infiltrando cada vez mais na vida cotidiana sob a forma de conveniência. O caos informativo está nos mergulhando em uma sociedade pós-factual e, segundo Byung-Chul Han, a distinção entre verdadeiro e falso está sendo nivelada. A efetividade substitui a verdade. Estamos sem tempo para a verdade, dada a velocidade das não-coisas.
O filósofo é cirúrgico ao falar das frivolidades que inundam as redes sociais: "Hoje corremos atrás de informações sem obter nenhum saber. Tomamos ciência de tudo sem chegar a nenhum conhecimento. Armazenamos imensas quantidades de dados sem construir memórias. Acumulamos friends e followers sem toparmos com outros. Assim, as informações desenvolvem uma forma de vida sem constância e duração", arrebata o autor.
Na era das não-coisas, o trabalho e o fazer coisas são substituídos por máquinas que não apenas fazem seu trabalho, mas também pensam por nós. Deixamos de ser trabalhadores para nos tornarmos jogadores (homo ludens), e o smartphone é o nosso playground. O mundo da informação não é governado pela posse, mas pelo acesso. Nos mundos virtuais, os laços são substituídos por acessos. A presença está se virtualizando e, sem contato físico, não se formam vínculos.
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Por isso, nossa sociedade hiperconectada está adoecendo. As redes sociais, com seus feeds infinitos, entorpecem as mentes com conteúdos muitas vezes inúteis, que entregam um prazer barato. Enquanto isso, gastamos energia e liberamos dopamina até nos esgotar. Na era das não-coisas, estamos incrustados em um loop infinito que não aponta caminhos ou respostas. Estamos usando sem mesmo saber por quê.
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4 mBoa noite desejo sucesso.