Etarismo: As dificuldades de contratar um plano de saúde após os 50 anos.

Etarismo: As dificuldades de contratar um plano de saúde após os 50 anos.

Por: Fernando Garcia

Contratar um plano de saúde é essencial em todas as fases da vida, mas torna-se ainda mais crucial à medida que envelhecemos. No entanto, para pessoas com mais de 50 anos, esse processo pode se tornar um verdadeiro desafio, exacerbado pelo etarismo — a discriminação com base na idade. Neste artigo, exploramos as principais dificuldades enfrentadas por essa faixa etária ao buscar um plano de saúde adequado, além de destacar a importância de estar bem amparado em um momento da vida em que o acesso a cuidados médicos se torna prioridade.

De acordo com dados do IBGE, o Brasil está envelhecendo rapidamente. Em 2022, mais de 31 milhões de brasileiros tinham 50 anos ou mais, representando aproximadamente 15% da população total. Esse número tende a crescer, com estimativas indicando que, em 2030, cerca de 30% dos brasileiros estarão nessa faixa etária. Com o envelhecimento da população, a demanda por cuidados médicos especializados aumenta, tornando a contratação de um bom plano de saúde um passo crucial para garantir a qualidade de vida.

Por que um bom plano de saúde é essencial após os 50 anos?

À medida que a idade avança, surgem novas necessidades de saúde que requerem atenção especial. Veja algumas razões pelas quais um bom plano de saúde é indispensável para pessoas acima de 50 anos:

  • Acesso a cuidados especializados: o envelhecimento muitas vezes traz a necessidade de consultas regulares com especialistas e exames frequentes. Dados da ANS - Agência Nacional de Saúde Suplementar mostram que pessoas acima de 50 anos são as que mais utilizam terapias especializadas, como fisioterapia, além de tratamentos para doenças crônicas e cirurgias eletivas. Um plano de saúde robusto é essencial para garantir o acesso a uma rede ampla e qualificada de profissionais e serviços médicos.
  • Prevenção e diagnóstico precoce: a realização de check-ups regulares e exames preventivos se torna ainda mais importante após os 50 anos. Ter um plano de saúde facilita o acesso a esses cuidados preventivos, fundamentais para o diagnóstico precoce de doenças e para a manutenção da saúde ao longo do tempo. A prevenção é a chave para evitar complicações futuras e manter uma boa qualidade de vida.
  • Segurança financeira: as despesas médicas podem ser imprevisíveis e frequentemente elevadas. Um plano de saúde protege seu orçamento contra esses custos, garantindo que você tenha acesso aos tratamentos necessários sem comprometer suas finanças. Com o aumento da judicialização em torno da portabilidade de planos de saúde, especialmente entre os mais velhos, é crucial contar com um plano que ofereça estabilidade financeira e amparo legal.

Principais desafios na contratação de um plano de saúde após os 50

Apesar de sua importância, contratar um plano de saúde após os 50 anos pode apresentar desafios significativos, exacerbados pelo etarismo. A seguir, destacamos os principais obstáculos enfrentados por essa faixa etária:

  • Custos elevados: planos de saúde para pessoas com mais de 50 anos costumam ter preços mais altos devido ao maior risco associado à idade. Segundo a ANS, a faixa etária entre 50 e 59 anos pode enfrentar um aumento de até 50% nos valores dos planos em comparação às faixas mais jovens. Esse aumento reflete a maior demanda por serviços médicos, como terapias e tratamentos de longa duração, que são mais comuns nessa fase da vida. Além disso, com o envelhecimento da população, é provável que os custos dos planos de saúde continuem a subir, pressionando ainda mais o orçamento dos consumidores.
  • Coberturas e carências: ao escolher um plano de saúde, é essencial avaliar cuidadosamente as coberturas oferecidas e os períodos de carência para diferentes procedimentos. Planos aparentemente mais baratos podem ter coberturas limitadas, resultando em gastos adicionais em situações emergenciais ou para procedimentos específicos. As regras de carência podem ser particularmente desafiadoras para pessoas com mais de 50 anos, que podem precisar de tratamentos complexos e enfrentar longos períodos de espera antes que a cobertura esteja disponível. Segundo a ANS, muitos beneficiários mais velhos buscam a portabilidade como forma de evitar novas carências, mas esse processo pode ser muito complicado e, na maioria dos casos, acabam sendo judicializados.
  • Aceitação de doenças preexistentes: operadoras de planos de saúde frequentemente impõem restrições ou agravam o preço devido a condições de saúde preexistentes, dificultando a contratação do plano ideal. Estima-se que cerca de 25% das pessoas acima de 50 anos possuam alguma condição crônica, como hipertensão ou diabetes, o que pode impactar significativamente o valor das mensalidades ou até mesmo levar à recusa de cobertura para determinadas doenças. Além disso, a compreensão das cláusulas contratuais relacionadas a doenças preexistentes pode ser um desafio, resultando em surpresas desagradáveis ao tentar utilizar o plano para tratamentos específicos.

Sobre o autor:

Fernando Garcia , sócio-fundador da MOST , possui mais de 27 anos de experiência em Recursos Humanos. Trabalhou na PepsiCo , foi expatriado como diretor de Recursos Humanos da Unisys para a América Latina e Head de Benefícios na Microsoft .

Jessica Gomes

Gestão de Operações em Saúde | Projetos em Saúde | Diretoria Atendimento

4 m

Fato. Associe-se a isso o etarismo na empregabilidade e aí só resta o sus ou ter alqueires de “pés de meia” que durem até o fim da vida.

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