Existe Vida Após o Expediente?

Existe Vida Após o Expediente?

Você já ouviu a expressão “morrer de trabalhar”, certo? Provavelmente até já a usou para demonstrar o quanto estava sobrecarregado de tarefas. Porém, há também um ditado popular que diz que “o trabalho nunca matou ninguém”, o que é verdade, já que o trabalho, dentro de níveis moderados, executado dentro dos padrões de segurança e de forma que o corpo não sofra danos, não só não mata como também é um santo remédio que pode até prolongar a vida da pessoa.

Qual das duas expressões, então, é a verdadeira?

E o que seria, exatamente, “morrer de trabalhar”?

Se é verdade que o trabalho, em si, não pode ser considerado a causa da morte de ninguém, também é verdade que muitas pessoas parecem viver apenas e tão somente no trabalho, ou pelo trabalho.

Isto é o que acontece com os chamados ergomaníacos ou “workaholics” - expressão em inglês que designa a pessoa “viciada” em trabalho, ou o indivíduo que tem uma necessidade compulsiva de trabalhar muito, às vezes em níveis que vão além de suas próprias forças - Um workaholic parece não ter vida própria. Pessoas assim tornam-se verdadeiros autômatos, ligados 24 horas por dia no trabalho.

Isso nos remete à pergunta que dá título a este artigo: existe vida após o expediente?

Sim! A vida continua e segue seu curso após o horário de trabalho. O problema é que muitos não se dão conta desse fato e fazem do trabalho a sua vida.

Mas, e você, caro colega administrador, trabalha para viver, ou vive para trabalhar?

A resposta para essa pergunta pode ser o que diferencia um profissional de sucesso e realizado pessoalmente, do profissional frustrado, improdutivo, o ser humano cansado e abatido.   

E se você acha que a figura do workaholic é rara, já que o que mais se vê hoje em dia é indolência e preguiça, saiba que está redondamente enganado. Aliás, você mesmo pode estar se tornando um workaholic, sem perceber. Um dos sintomas e exatamente esse: o de achar que todo o resto do mundo é indolente e preguiçoso.

Será que todos estão realmente lentos? Ou seria você quem está num ritmo acelerado demais?

Claro que nem todos são “viciados” no trabalho. Muitos se sujeitam a uma sobrecarga por necessidade, seja financeira, por pressão ou exigências superiores, ou seja lá o que for.

O fato é que descansar e relaxar são verbos raramente conjugados pelo workaholic. Prazer, sossego e descanso são palavras que nem sempre fazem parte do vocabulário da maioria dos profissionais de hoje. Quando lhes perguntamos o que fazem após o término do expediente, as respostas invariavelmente são: hora extra, mais trabalho, etc.  Raramente ouvimos algo como: relaxo, me divirto, curto a família.

Eis aí um dilema do mundo corporativo, onde os profissionais se veem pressionados a trabalhar mais e mais, muitas vezes tendo dois, três ou até mais empregos. A pressão da competitividade acirrada, do cumprimento de metas e prazos apertados ou simplesmente das necessidades materiais impelem os profissionais na busca da maior produção dilatando sua jornada de trabalho.

No fundo, não importa se o profissional se submete a esta voluntariamente ou por força das circunstâncias. Seja qual for o motivo o fato é que isso traz efeitos negativos com o tempo. Cansaço, fadiga e o famoso stress são efeitos colaterais de uma rotina que escraviza os profissionais, muitas vezes por sua própria iniciativa.

Claro que não pregamos contra o esforço, o empenho, a dedicação à função. Pelo contrário. Acreditamos firmemente que o trabalho é necessário ao homem, não apenas para seu crescimento material, mas principalmente à sua evolução como ser humano. O que não pode haver é o exagero.

E exagero é levar serviço para casa, cumprir dupla jornada, trabalhar nos finais de semana, não gozar férias, viver grudado no celular resolvendo assuntos profissionais fora do expediente ou ter como rotina dedicar ao trabalho mais de 10 horas diárias.

Se você se identificou em alguma das situações acima, é hora de rever alguns conceitos. Em primeiro lugar, lembre-se que seu tempo é precioso e que oito horas trabalhando com prazer e energia, produzem mais e melhor do que dezesseis horas trabalhando estressado e cansado.

Como disse o Prof. Luiz Marins em uma de suas palestras “Ganhar tempo é o nome do jogo e tempo ganho é o tempo dedicado à família, ao crescimento profissional, aos verdadeiros amigos, ao lazer criativo que nos renova... ao aperfeiçoamento pessoal, à análise dos nossos pontos fracos e fortes e ao reforço de nossos identificadores positivos... Tempo ganho é quando fazemos alguma coisa que nos faz sentir hoje melhores do que ontem”.

Marins tem razão, pois de nada adianta aumentar o tempo trabalhado se isso não refletir em qualidade, especialmente na qualidade de vida, em seus aspectos pessoais, emocionais e espirituais.

Fazer horas extras de vez em quando, ou quem sabe até virar uma noite para terminar um trabalho urgente não é pecado. É louvável e demonstra o comprometimento do profissional. O que não pode é fazer disso um hábito ou um estilo de vida.

Ao deixar o trabalho, esqueça-o! Vá para casa, curta a família, reveja os amigos, leia um bom livro, pratique um esporte ou, se quiser mesmo trabalhar, dedique-se a uma atividade humanitária ou de voluntariado, mas fuja da rotina. Cuide um pouco mais de si mesmo enquanto pessoa. O profissional que existe dentro de você certamente irá se beneficiar muito mais com isso.

Jamais se esqueça da regra básica: Você deve viver do trabalho e não para o trabalho.

Portanto, depois do expediente, VIVA! 

Sucesso!

Mini Curriculo do Prof. Carlos Alberto Maroueli:

Graduado e pós-graduado em administração; Especialista em Gestão de Negócios e MBA em Gestão Empresarial; Consultor do Sebrae, Senai e Senac; Perito Judicial Administrador;  Palestrante, Escritor e Conferencista; Árbitro e Mediador Empresarial credenciado pela CBMAE, Diretor da Associação Riopretense dos Administradores (ARPA) e do Sindicato dos Administradores de São José do Rio Preto (SIARP); Em 2016 o Prof. Maroueli  recebeu o Título de Comendador em reconhecimento aos seus méritos acadêmicos e sociais.  Também recebeu  o Prêmio Excelência e Qualidade Brasil, destaque nacional como professor de administração, juntamente com o direito de usar do Selo Excelência e Qualidade da Braslider – Associação Brasileira de Liderança. Maroueli é professor na UNIFEV – Centro Universitário de Votuporanga, FGV-Fundação Getúlio Vargas e UNIESP/FJB, nos cursos superiores de graduação em Administração, Engenharia da Produção Gestão Comercial, Logística, Gestão Ambiental, Tecnologia em Produção Industrial, Turismo, Gestão de Recursos Humanos, Arquitetura, onde ministra as disciplinas de: Empreendedorismo, ECR - Efficient Consumer Response, Gestão Financeira, CRM – Customer Relationship Management, Gestão de Custos, Gestão de Crédito e Vendas, Gestão de Equipes e Franquias, Comportamento e Desenvolvimento Organizacional, Organização Básica do Trabalho; Ética e Cidadania, Gestão Financeira e Gestão da Cadeia de Suprimentos; Gestão da Qualidade e Produtividade, Comércio Exterior; Gestão de Pequenas e Médias Empresas e Gestão de Projetos.

CONTATO: carlos.maroueli@ig.com.br

Leia outros artigos do Prof. Carlos Maroueli em: 

www.administradores.com.br/maroueli

www.biblioteca.sebrae.com.br

www.portaldoadministrador.com.br

www.momento.com.br

Entre para ver ou adicionar um comentário

Outros artigos de Carlos Maroueli

  • Gargalos de produção

    Gargalos de produção

    Um sistema produtivo é composto por diversas etapas, como: compra de matéria prima, manufatura, embalagem, estocagem…

Outras pessoas também visualizaram

Conferir tópicos