Expectativas Comportamentais e o Crescimento na Carreira

O Sucesso vem antes do Trabalho apenas no dicionário.

O artigo abordará uma pequena parte do fator crítico de sucesso para crescer em qualquer carreira. Há outros fatores, evidente, mas aqui focaremos apenas no atendimento de expectativas comportamentais do cargo desejado.

Pois bem.

Poucas universidades investem na preparação emocional e comportamental do graduando, limitando-se à preparação técnica para que ele seja um profissional competitivo.

Uma vez formados e iniciada a carreira, passamos a ouvir e ler coisas sobre as habilidades e competências que a companhia espera encontrar em nós. Equivalem à tábua dos mandamentos para o crescimento profissional e o purgatório ocorre quase que diariamente, pois somos avaliados pelo gestor, pares, clientes internos e externos, parceiros de negócio e também pelos enigmáticos KPI individuais e coletivos.

Neste cenário, à sua frente o recém-formado enxerga os cargos de júnior, pleno, sênior, coordenação, gerência, C-Level, chairman e logo se pergunta: Como chegar lá?

Um habilidoso ex líder me ensinou que a promoção do profissional ao cargo seguinte ocorre quando ele já está atuando e se comportando como tal há algum tempo. Como exemplo, quando você chegar ao desejado cargo de “Sênior”, é porque seu gestor, pares, clientes (internos e externos) e parceiros de negócio já te reconhecem desta forma.

Comete um erro grave o profissional que espera comportar-se como um gestor, por exemplo, só depois que for empossado no cargo e receber a respectiva remuneração. É uma inversão da realidade, pois primeiro demonstra-se a capacidade, para então ser elevado e remunerado adequadamente.

Na advocacia corporativa, como exemplo:

- um advogado júnior tornar-se-á pleno quando demonstrar empatia com clientes internos e tomar a iniciativa de resolver demandas sem auxílio de outrem, ainda que sob a supervisão de um sênior. Independe da idade e tempo de formação;

- o advogado sênior, por sua vez, pode ser reconhecido ao nível gerencial quando externar calma e empatia ao receber demanda inesperada de um cliente estratégico; ao revelar organização, segurança e proatividade ao deparar-se com uma decisão judicial desfavorável à companhia; ou, ainda, ao mostrar capacidade de planejar as atividades do setor no médio e longo prazo.

Em ambas situações há boa dose de capacidade técnica, mas a presença do comportamento equilibrado, empático, proativo e colaborativo será determinante.

Vale registrar que, quanto mais alto o seu nível na hierarquia, maiores e mais nobres serão as expectativas no quesito: atitude voltada para o objetivo comum!

Então recomendo: se o seu gestor atual não deixou claras as expectativas quanto à sua evolução, como era de se esperar dele, tome você a iniciativa de perguntar!

Assim, concluo que o crescimento na carreira depende e está diretamente ligado ao atendimento das expectativas comportamentais em cada nível da hierarquia, especialmente em situações inesperadas e/ou indesejadas.

José Roberto Reis da Silva - Advogado e Gestor Jurídico