A Fadiga da Decisão: Impacto na Performance e Como Superá-la
A fadiga da decisão é um fenômeno psicológico que ocorre quando uma pessoa se cansa de tomar decisões, levando a uma diminuição na qualidade das escolhas feitas ao longo do tempo. Esse conceito ganhou atenção nos últimos anos, especialmente em contextos de alta demanda, como ambientes corporativos e na vida cotidiana.
A fadiga da decisão ocorre quando a capacidade de tomar decisões se deteriora após um longo período de tomadas de decisão contínuas. Assim como os músculos se cansam após o exercício físico, o cérebro também se cansa após um esforço cognitivo prolongado, como a tomada de decisões.
Esse fenômeno foi amplamente estudado por psicólogos, que identificaram que quanto mais decisões uma pessoa toma, maior a probabilidade de que suas escolhas subsequentes sejam impulsivas, erráticas ou baseadas em atalhos mentais (heurísticas), em vez de uma análise cuidadosa.
Pesquisas na área de psicologia comportamental oferecem dados convincentes sobre os efeitos da fadiga da decisão. Um estudo clássico, realizado por Vohs et al. (2008), demonstrou que indivíduos expostos a uma alta carga de tomadas de decisões, como a escolha de produtos em uma loja, exibiram menor capacidade de autocontrole em tarefas subsequentes. Esse fenômeno sugere que a fadiga da decisão pode levar a escolhas mais pobres, tanto no curto quanto no longo prazo.
Outro estudo notável, conduzido por Danziger et al. (2011), analisou mais de 1.100 decisões judiciais e descobriu que os juízes eram significativamente mais propensos a conceder liberdade condicional no início do dia ou após uma pausa, enquanto as chances de concessão caíam drasticamente à medida que o dia avançava. Esses dados indicam que a qualidade das decisões pode ser fortemente influenciada pelo cansaço mental, impactando áreas cruciais como a justiça.
Impacto na Performance
A fadiga da decisão pode ter um impacto substancial na performance, tanto em ambientes profissionais quanto na vida pessoal. No ambiente corporativo, por exemplo, líderes e gestores que tomam inúmeras decisões ao longo do dia podem acabar fazendo escolhas subótimas à medida que o dia avança, o que pode afetar negativamente a produtividade e a eficácia organizacional.
Na vida cotidiana, a fadiga da decisão pode se manifestar em escolhas alimentares menos saudáveis, procrastinação em tarefas importantes e maior suscetibilidade a tentações, como o uso excessivo de redes sociais.
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Como Melhorar a Performance: Estratégias e Hábitos
Embora a fadiga da decisão seja um desafio, há várias estratégias que podem ajudar a mitigar seus efeitos:
1. Simplificação de Decisões: Reduza o número de decisões diárias automatizando escolhas rotineiras. Por exemplo, adote uma rotina alimentar fixa ou escolha suas roupas na noite anterior.
2. Tomada de Decisão em Momentos Ótimos: Reserve as decisões mais importantes para o início do dia, quando a mente está mais fresca e menos suscetível à fadiga.
3. Pausas Regulares: Agende pausas durante o dia para restaurar sua energia mental. Estudos mostram que mesmo curtas pausas podem ter um impacto significativo na recuperação cognitiva.
4. Delegação de Decisões: Sempre que possível, delegue decisões menos críticas a outros membros da equipe ou automatize processos.
5. Treinamento de Autocontrole: Praticar o autocontrole em pequenas decisões pode ajudar a fortalecer essa habilidade ao longo do tempo, tornando a mente mais resistente à fadiga.
6. Mindfulness e Meditação: Técnicas de mindfulness e meditação podem ajudar a reduzir o estresse e aumentar a clareza mental, facilitando a tomada de decisões mais conscientes.
“Tomar boas decisões não é uma característica da pessoa, no sentido de que está sempre presente”, diz Baumeister. “É um estado que flutua.” Seus estudos mostram que as pessoas com melhor autocontrole são aquelas que estruturam suas vidas de forma a conservar a força de vontade. Elas não programam reuniões intermináveis uma após a outra. Elas evitam tentações como buffets de comida à vontade e estabelecem hábitos que eliminam o esforço mental de tomar decisões. Em vez de decidir todas as manhãs se devem ou não se forçar a fazer exercícios, elas estabelecem compromissos regulares para se exercitarem com um amigo. Em vez de contar com a força de vontade para permanecer robusta o dia todo, elas a conservam para que esteja disponível para emergências e decisões importantes.
“Mesmo as pessoas mais sábias não tomarão boas decisões quando não estão descansadas e com a glicose baixa”, aponta Baumeister. É por isso que os verdadeiramente sábios não reestruturam a empresa às 16h. Eles não assumem compromissos importantes durante o happy hour. E se uma decisão deve ser tomada no final do dia, eles sabem que não devem fazê-lo de estômago vazio. “Os melhores tomadores de decisão”, diz Baumeister, “são aqueles que sabem quando não confiar em si mesmos.”
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3 mNosso cérebro requer descanso para reabastecer suas energias. É essencial reconhecer que não somos máquinas e precisamos respeitar nossos limites. Muitas doenças associadas com problemas emocionais são resultado de falta de descanso adequado ou excesso de sobrecarga. Entenda essa necessidade e valorize a importância do descanso na manutenção da nossa saúde mental! Excelente texto Juliana Pan 👋🏾👋🏾👋🏾👋🏾
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4 mJuliana Pan parabéns pelo texto, ultimamente tenho falado muito sobre isso nos treinamentos e reuniões de plano de catástrofes, tomar decisões em momentos críticos certamente pode nos levar a decisões incorretas, deste modo o treinamento, estudo, análise crítica preditiva nos possibilitará tomar menos decisões, e quando estas tiverem que ser tomadas teremos mais qualidade e assertividade. Parabéns pelo texto!
Parabéns pelo artigo Juliana. Importante alerta para os profissionais que no exercício de sua atividade tem a tomada de decisão como algo rotineiro.
Gerente de Projetos
4 mOi Juliana. Gostei bastante do texto. Teria a acrescentar em sua pesquisa, fruto de experiência própria que essa fadiga, pode também ser decorrente da preocupação e da responsabilidade com o impacto das decisões, principalmente na vida dos outros. Um executivo em ascensão toma decisões que impactam a vida de alguns Colaboradores (emprego, salário, qualidade de vida, ...). Já um CEO toma decisões que impactam a vida muitos, dentro e fora da empresa. E isso cansa, preocupa, pesa! E cansa muito!!! A ponto de não querer tomar a decisão do menu no dia dos pais para uma festa de família. _"decidam por mim, por favor!". Parabéns pelo artigo!!!