A Família no Congresso Brasileiro
O Congresso brasileiro é moralmente conservador (Jura?). Leis inclusivas – que promovem e acolhem a diversidade, que respeitam ou ao menos toleram os direitos dos que não correspondem à fôrma padrão do “cidadão ideal” – não “passam” no Brasil, não sem muita luta. E a atual discussão sobre a criminalização da homofobia é só mais um exemplo disso.
Com isso, o Judiciário vai suprindo as lacunas da lei. Vai tornando viável a democracia, por meio de processos judiciais. É como dizer que, no Brasil, as pessoas não são “iguais perante a lei”, mas só são “iguais perante o processo”, o que não é ser igual, não é mesmo? Se eu preciso que um juiz diga que eu sou igual, se eu sequer preciso ter que promover a minha igualdade, eu já não sou igual.
Democracia não é a vontade da maioria, ou a vontade pessoal dos representantes eleitos da maioria numérica, mas o respeito à dignidade de cada cidadão, seja ele parte da maioria ideológica, parte de um grupo (ainda que numeroso) vulnerável por não representar os ideais ou as ideias dominantes conservadoras, ou ainda que seja unzinho que pense ou sinta muito diferente do que a maioria gostaria que el@ pensasse ou sentisse.
Eu não sou criminalista e não vou falar sobre a criminalização da homofobia. Mas sou familiarista e de diferenças eu sei falar muito bem. Tornar a vida viável e menos dolorida nesse planeta depende da diferença e do amor a ela. E o respeito à diferença começa nas relações mais íntimas, na relação com a mãe, com o pai, com as mães ou com os pais. Na relação com a esposa e com o marido, as esposas ou os maridos.
No meu trabalho, quando as pessoas conseguem deixar de querer que o outro seja como elas são, está feito o acordo. O melhor acordo possível. Quando as pessoas aceitam que suas visões de mundo são diferentes, quando entendem que onde um vê 6 o outro lê 9, e que não há só uma certa, o acordo está feito.
O nosso Congresso não é democrático, pois vota leis conforme a verdade única de uma maioria ideológica, que sequer numérica é. Mas nós podemos ter famílias democráticas. Famílias que não impõem uma verdade. Famílias que cultuam a diversidade e o amor de todas as formas.
#criminalizastf #ecrimesim #homofobiamata #naoalgbtfobia