Fazer escolhas, tomar grandes decisões - como fazer tudo isso sem me sentir a pior pessoa do universo?
Não sei se você já escutou falar sobre este termo, mas estamos vivendo em uma era, que alguns estudiosos nomeiam como tempos de Sobrecarga de Escolha.
O termo conta para nós sobre o quanto o excesso de informação tem dificultado para que as nossas decisões aconteçam no tempo bom, isto é, aquele em que a decisão ainda tenha relevância.
Alexandre Chernev identificou três fatores que fazem com que o cérebro reduza drasticamente sua capacidade de escolher:
1. Nível alto de dificuldade da tarefa;
2. Maior complexidade do conjunto de escolhas e
3. Incertezas.
Ou seja, bem na nossa vez, o imenso volume de dados que ao mesmo tempo nos permite estar informados em questão de segundos, de coisas que estão acontecendo agora na Guerra da Ucrânia, têm um potencial destrutivo imenso na nossa capacidade de nos mantermos independentes e coerentes com quem somos e com o que pensamos.
Você já havia olhado para isso por essa perspectiva?
Pois bem, nessa era do excesso, tomar decisão ou fazer escolha perpassa por analisar um número de dados que jamais conseguiremos categorizar pelo simples fato de ser humanamente impossível.
A sensação é que nunca estaremos 100% certos de nada e que sempre vamos estar perdendo alguma coisa, já que é possível ver na Internet uma infinidade de experiência que talvez nunca teremos.
Aquela sensação de satisfação, sabe, com a vida pequena e medíocre que temos, passa enquanto você pratica o “scroller” na tela do seu celular. Somado a isso, uma infinidade de “magos” da motivação e do alto desempenho tentando vender a qualquer custo a falácia de que tem espaço no sol para todos, que você só não está agora trabalhando de home office na Tailândia, com um corpo sarado e uma família de propaganda de margarina, porque você não quer o suficiente.
Resultado? Pessoas ansiosas, tentando comprar a receita de bolo acima. Estamos todos tentando matar a sede com um copo de água que parece estar vazio ou furado. Quando temos excesso de informação naturalmente não sabemos em quem confiar. É difícil saber a fonte mais segura e termos onde nos apoiar. Quanto mais difícil está sendo para tomar uma decisão, mais temos a ajuda de um amigo/inimigo muito conhecido – o cérebro ansioso.
A ideia dele é até boa (expectativa), provê para você o máximo de informações e hipóteses futuras possíveis, para facilitar sua decisão. Mas na verdade (realidade) o que acontece é bem diferente. Você fica surtado com tantas possiblidades que acaba se desconectando de si mesmo e decidindo de forma completamente aleatória, baseado em lógicas matemáticas ou em estudos científicos, ao invés de olhar para pessoa mais importante dentro desse processo: você mesmo.
Ironicamente, a mesma área do seu cérebro que trabalha para ajudar você a discernir as informações, analisar, organizar e planejar (córtex pré-frontal), deixa você na mão quando você começa a ser bombardeado por hipóteses, mesmo que infundadas. Sim, é bem isso, o seu cérebro desliga quando as informações são exageradas, quando os “E se...” começam a surgir. Ele faz isso, pois para ele você vai precisar usar do seu instinto selvagem agora.
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Ou seja, se temos muitas incertezas, começo a ter medo do que virá e não preciso nessa hora racionalizar muita coisa, preciso mesmo é “fugir”, sair correndo e encontrar um lugar seguro. Gozado que quando você desperta de todo esse caos interior que está acontecendo apenas ali dentro da sua mente, você se dá conta de que está parado em uma sala de reunião suando como se um sol de 40 graus estivesse estacionado sobre a sua cabeça.
Então talvez já tenha sido tarde demais, você já paralisou antes mesmo de conseguir tomar uma decisão ou, ainda, expressar o seu ponto de vista em uma situação que precisava urgentemente ser ponderada.
Como dar um “migué” em nós mesmos e garantir que sejamos autossuficientes para tomar decisões e fazer escolhas, ausentes desse sentimento de pânico que só gera frustração, despreparo, medo e, algumas vezes, incompetência?
O fato é que para retomar a tão sonhada posse sobre si mesmo é necessário despertar desse rolê insano em que entramos, ou seja, é preciso tomar algumas doses da tal da consciência e claro, utilizar de novas estratégias para apoiar o cérebro na compreensão de que você pode fazer diferente (ele faz isso através da repetição de novas formas de agir criando conexões neurais... explicação para os que apreciam um pouco de neurociência).
Quando me dou conta de que estou sendo inundado de informações que geram desencontros posso fechar as comportas e evitar que toda a água do rio saia pelo ladrão. Assim, o que é necessário fica e vamos mostrando ao cérebro que eu sou capaz sozinho de tomar minhas próprias decisões, de garimpar a terra em busca dos diamantes.
Sendo assim, sempre que perceber que sua insegurança e/ou medo, e/ou ansiedade estejam levando você para um lugar que certamente ocasionará “pane no sistema”, desligue a tomada. Lembre-se de que nunca será capaz de tomar decisões perfeitas que agradem a todos os lados ou que contemple a todas as exigências.
Você é humano não é infalível, por mais que você deseje ser, que eu sei! Quem não né? Ninguém joga para perder.
Aprenda a se proteger dos pensamentos autocríticos, punitivos, aprenda a dar uma pausa. Respire algumas vezes, oxigene o cérebro, se acolha, escolha um toque gentil (toque no coração, nas mãos, um auto abraço, toque no rosto) e compassivo para falar com você que está tudo bem não ter todas as respostas ao invés de se “chicotear”.
Para interromper o ciclo você pode durante a pausa se perguntar: será que eu já não tenho informações suficientes para decidir e estou apenas me sabotando, adiando e utilizando como desculpa que não tenho ainda todas as informações de que preciso?
Será que a minha ansiedade ou medo do conflito que pode ser gerado estão me tirando do foco da decisão? Será que a minha autocobrança não está me tirando o foco ou me gerando dúvidas sobre a minha capacidade?
Questione você, construa intimidade com você! Questione a forma com a qual até hoje você tem lidado com questões difíceis que possam expor você ao julgamento externo.
A autoconsciência vai apoiar você na promoção de bons hábitos de gerenciamento pessoal e na racionalização dos fatos. Somado a isso, a repetição vai ajudar o seu cérebro a entender que isso não é um problema para você, então, quanto mais experiências vivemos, mais repertório criamos, mais seguros nos sentimos e, para isso, é preciso viver e se arriscar mais.
Pense nisso!
Jackeline Leal
Gestão de Comunidades | Community Manager | Marketing | Comunicação
2 aJacke, parabéns pelo artigo. Me vi em diversos momentos, quando você fala sobre "entrar em pânico" - basta começar algo relativamente novo e que não tenho muita clareza sobre como começar, pra eu já escutar o alarme na minha cabeça. Mas é isso...respirar fundo, se acalmar e começar por onde eu sei que consigo começar. E dar um passo de cada vez E sempre questionar essa voz interna, como você mesma disse.
Empreenda Leve🍃 | Organizadora de Negócios |Mentora de Slow Marketing | Apoio Empreendedores Solo a se destacarem como Líderes de Pensamento
2 aPassando pelo Linkedin para analisar o perfil de uma cliente encontro essa pérola de texto que foi o assunto da minha sessão de terapia de hoje. Quantos panoramas catastróficos nosso cérebro nos mostra não é? Maravilhosa reflexão com esse insight importantíssimo: questione-se, pare e olhe para o que sua mente está te dizendo - isso é consciência - e é uma construção que nunca acaba.... Obrigada querida, pela linda contribuição! Amei. 😘
Gerente de contratos / Coordenador de contratos / Coordenador de Operações / Coordenador de projetos / OPEX / CAPEX / Programas / Projetos / Paradas / Pessoas
2 aMarina Lima
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2 aJackeline Leal, Bom Dia! Agora que Você Conseguiu Administrar Melhor o Seu Tempo, Desculpe! Não Deixe Mais, Que Todo Ele, O Tempo! Saia Pelo o Ladrão, Faz Com Que um Pouco Fique em Circuito Fechado, Assim Sempre Irá Conseguir Ler, Escrever e Compartilhar Suas Reflexões! As Reflexões São Muito Importante p Nossos Dia a Dia! Não Precisamos Pensar Para Pensar, Mas Precisamos Pensar Para Refletir! Abraço.