Finanças para Conselheiros: Alinhando Estratégia, Sustentabilidade e Impacto

O Papel do Conselheiro

Quando falamos sobre o papel de um conselheiro, especialmente no contexto financeiro, estamos lidando com um dos pilares mais importantes para garantir a longevidade de qualquer empresa. Como especialista contábil e na metodologia Lucro Primeiro (Profit First), acredito que a sustentabilidade financeira de uma empresa não é apenas uma questão de metas, mas sim de decisões diárias bem fundamentadas. O conselheiro deve agir como um facilitador dessas decisões, orientando a empresa a manter um equilíbrio saudável entre o crescimento e a rentabilidade.

Mais do que isso, acredito que, ao orientar empresas para uma gestão financeira eficiente, também estamos trabalhando para erradicar a pobreza empresarial. Através da gestão responsável e da busca por lucro consistente, é possível construir negócios mais resilientes, capazes de enfrentar crises e prosperar.

O conceito de Open Finance surge nesse contexto como uma ferramenta essencial, permitindo uma visão integrada das finanças e oferecendo dados em tempo real para uma melhor tomada de decisão. Esse ecossistema representa uma revolução no modo como conselheiros e empresas gerenciam suas finanças, tornando o processo mais transparente e eficiente.

O Papel do Conselheiro nas Finanças da Empresa

O conselho de administração desempenha um papel central na gestão financeira de uma empresa. Ele deve garantir que as decisões financeiras estejam alinhadas com os objetivos estratégicos de longo prazo e que a saúde financeira da empresa seja continuamente monitorada. Em minha experiência, há três áreas-chave em que o conselho deve se concentrar:

1. Planejamento Orçamentário com Foco no Lucro: Na metodologia Lucro Primeiro, o lucro é tratado como prioridade, e não como um resultado eventual. O conselho deve assegurar que o orçamento da empresa reflita essa mentalidade, garantindo que o lucro seja uma escolha estratégica. Como eu sempre digo, "o lucro não é um acontecimento, é uma decisão diária", e cabe ao conselho garantir que essa filosofia seja incorporada nas operações financeiras da empresa.
2. Gestão de Riscos Financeiros: Uma das principais responsabilidades do conselheiro é monitorar os riscos que podem comprometer a saúde financeira da empresa. Isso envolve desde riscos de mercado e crédito até riscos operacionais. O papel do conselheiro é identificar, mitigar e planejar para enfrentar esses desafios, assegurando a continuidade dos negócios.
3. Supervisão do Fluxo de Caixa: O fluxo de caixa é o coração de qualquer empresa. Gerenciar adequadamente as entradas e saídas de caixa garante que a empresa tenha liquidez suficiente para operar e investir. Aqui, o conceito de Open Finance é um grande aliado, pois oferece uma visão mais clara e imediata das finanças da empresa, permitindo uma gestão eficiente do capital.

Entendendo os Demonstrativos Financeiros: Um Pilar de Decisões Estratégicas

Como conselheiro, é essencial compreender os principais demonstrativos financeiros da empresa. Estes são:

• Balanço Patrimonial: Este documento mostra a posição financeira da empresa em um determinado momento, destacando os ativos, passivos e o patrimônio líquido. Compreender essas relações é vital para avaliar a solvência e o crescimento da empresa.
• Demonstração de Resultados (DRE): A DRE apresenta o desempenho financeiro da empresa, destacando receitas, despesas e lucros ao longo de um período. O conselho deve usar essas informações para garantir que as metas de lucro estejam sendo alcançadas e, se necessário, ajustar as estratégias.
• Fluxo de Caixa: Um dos relatórios mais críticos, o fluxo de caixa mostra as entradas e saídas de recursos. Monitorar o fluxo de caixa é essencial para garantir que a empresa tenha liquidez suficiente para operar e crescer.

A boa gestão desses relatórios permite que o conselho tome decisões informadas e crie estratégias de longo prazo.

Decisões de Investimento e Crescimento

Além de acompanhar a performance financeira, o conselho também deve ter um olhar estratégico para o futuro, avaliando oportunidades de investimento que possam fortalecer a posição da empresa. Como assessor de investimentos, tenho visto o impacto positivo de decisões bem fundamentadas em aquisições, fusões e expansão de capital. Aqui, o Open Finance proporciona uma visão ampla e integrada, facilitando decisões estratégicas e oferecendo dados que sustentam análises detalhadas.

Um exemplo claro de como essas ferramentas podem auxiliar o conselho é a agilidade que o Open Finance oferece na captação e organização de dados financeiros. Esse ecossistema integrado permite que o conselho tenha uma visão em tempo real das finanças, agilizando a tomada de decisões em momentos críticos e permitindo que a empresa se adapte rapidamente às mudanças do mercado.

A Importância de Uma Governança Financeira Forte

A governança financeira está no coração de qualquer boa governança corporativa. O conselho deve garantir que a empresa siga práticas financeiras transparentes, cumpra com as regulamentações e forneça relatórios financeiros claros para todos os stakeholders. Isso inclui garantir que as auditorias financeiras sejam realizadas de maneira eficiente e que a empresa esteja operando dentro de padrões éticos.

Mais do que proteger o patrimônio da empresa, uma governança financeira sólida é essencial para garantir que a empresa esteja preparada para o futuro. A prática de auditar regularmente os relatórios e avaliar os sistemas de compliance assegura a confiança do mercado e de investidores.

Erradicando a Pobreza Empresarial: A Visão de Um Futuro Sustentável

Como conselheiro, a cada etapa nessa jornada junto a Board Academy Br reforço ainda mais as minhas maiores crenças é que, ao orientar empresas a tomarem decisões financeiras responsáveis, estamos ajudando a erradicar a pobreza empresarial. Empresas financeiramente saudáveis não só garantem sua perenidade, mas também geram empregos, impactam positivamente suas comunidades e criam um ciclo virtuoso de crescimento e prosperidade.

O conceito de erradicar a pobreza empresarial não é apenas uma frase de efeito, mas uma missão. Ao aplicar metodologias como o Lucro Primeiro, onde o lucro é prioridade desde o início, e ao adotar o Open Finance para uma gestão integrada e transparente, estamos preparando as empresas para serem mais resilientes e lucrativas, mesmo em cenários desafiadores.

Por fim

O papel de um conselheiro nas finanças de uma empresa vai muito além de supervisionar números. Ele deve ser um estrategista, alguém que, com visão de longo prazo, oriente a empresa a tomar decisões que garantam a sua perenidade. Através da metodologia Lucro Primeiro, a adoção de ferramentas como o Open Finance e uma governança financeira forte, é possível não só maximizar o lucro, mas também proteger o futuro da empresa.

Como eu sempre digo, "o lucro não é um acontecimento, é uma decisão diária", e cabe a nós, conselheiros, assegurar que essas decisões sejam as melhores possíveis.

Flávio Cohen