Finanças para Conselheiros

Artigo: Finanças para Conselheiros - Parte do PFCC - Programa de Formação e Certificação de Conselheiros da Board Academy

Finanças para Conselheiros

Começando com uma citação da Endeavor:

"A função básica de um Conselho Administrativo é garantir que as decisões mantenham o direcionamento estratégico dos negócios, de acordo com os principais interesses da organização como um todo, protegendo seu patrimônio e assegurando retorno sobre os investimentos."

Nos dias de hoje, diversas habilidades e conhecimentos são essenciais para um conselheiro, mas o domínio sobre finanças continua sendo primordial. Ele permeia áreas críticas da governança corporativa e influencia diretamente a tomada de decisões estratégicas.

A seguir, apresento alguns conceitos importantes:

Orçamento – O orçamento é um plano financeiro que define as receitas e despesas previstas para um período específico. Ele deve ser orientado pelo Planejamento Estratégico e estar alinhado ao Propósito, Missão, Visão e Valores da organização.

Investimentos – Refere-se ao planejamento e alocação dos recursos da organização com base nas diretrizes estratégicas, incluindo projetos e outras formas de investimento, como capital, pesquisa e desenvolvimento, pessoas ou aquisições financeiras. Também abrange investimentos em fusões e aquisições.

Demonstrações Financeiras – São relatórios que auxiliam o Conselho na tomada de decisões mais precisas. As principais demonstrações financeiras incluem: Balanço Patrimonial, Demonstração de Resultados do Exercício (DRE) e Fluxo de Caixa.

• Balanço Patrimonial – Este relatório apresenta a posição financeira da organização em um determinado momento, destacando Ativos (direitos e valores a receber), Passivos (obrigações e valores a pagar) e Patrimônio Líquido (diferença entre os valores a receber e os valores a pagar).
• Demonstração de Resultados do Exercício (DRE) – A DRE mostra o desempenho financeiro da organização em um período específico, revelando as Receitas, Despesas e o Lucro ou Prejuízo.
• Fluxo de Caixa – Relatório que apresenta as entradas e saídas de caixa da organização em um período determinado, indicando a capacidade de gerar recursos para sustentar suas operações.

Quais são as responsabilidades do Conselheiro nesta área?

O conselheiro deve:

• Garantir e promover a transparência e precisão das informações financeiras;
• Apoiar a organização no cumprimento de suas obrigações fiscais;
• Conhecer o trabalho da auditoria interna e externa sobre as demonstrações financeiras e recomendar ações quando necessário;
• Contribuir na comunicação com investidores e analistas em relação às informações financeiras e ao desempenho da organização;
• Validar o orçamento anual com base nas diretrizes e metas do Planejamento Estratégico, além de monitorar sua execução;
• Analisar o desempenho financeiro em relação ao orçamento e metas estabelecidas, utilizando indicadores e relatórios financeiros;
• Recomendar boas práticas para a política de investimentos;
• Estabelecer e supervisionar políticas de gestão de riscos financeiros, assegurando que os riscos sejam devidamente identificados e mitigados;
• Incentivar a implementação de sistemas robustos de controle interno para prevenir fraudes;
• Participar na definição de estratégias financeiras que impactam a estrutura de capital da empresa, como fusões, aquisições, desinvestimentos e financiamentos;
• Assegurar que a empresa esteja em conformidade com todas as leis e regulamentações financeiras aplicáveis, além de suas políticas internas;
• Avaliar e aprovar políticas financeiras relacionadas a investimentos, endividamento e distribuição de dividendos;
• Auxiliar na identificação de fontes de financiamento e na estruturação de operações que atendam às necessidades financeiras da organização.

Nos dias atuais, as empresas têm buscado conselheiros com perfis cada vez mais diversificados, valorizando habilidades e experiências em áreas como mercado, gestão de pessoas, tecnologia, cibersegurança, inovação, entre outros. Essa multiplicidade de conhecimentos é fundamental para enfrentar a crescente complexidade dos negócios e os desafios da transformação digital. No entanto, o conhecimento em finanças permanece uma competência indispensável para qualquer conselheiro, independentemente de sua especialização principal.

Embora não seja necessário que o conselheiro tenha a profundidade técnica de um CFO ou de um especialista financeiro, é crucial que ele possua uma compreensão sólida dos conceitos financeiros básicos. Isso inclui a habilidade de interpretar os principais demonstrativos financeiros, como o balanço patrimonial, a demonstração de resultados (DRE) e o fluxo de caixa. Saber analisar esses relatórios permite ao conselheiro ter uma visão clara da saúde financeira da empresa, apoiar na identificação de riscos e oportunidades, e contribuir para decisões mais fundamentadas e estratégicas.

Além disso, a capacidade de discutir temas financeiros com confiança é essencial para que o conselheiro possa dialogar de maneira eficaz com a alta gestão, investidores e demais stakeholders. A compreensão de finanças é também um fator-chave na avaliação de projetos de investimento, fusões e aquisições, além de outras decisões que impactam diretamente o futuro da organização. Assim, mesmo que sua especialidade principal seja em outra área, o conselheiro deve estar preparado para contribuir de maneira ativa em discussões sobre a sustentabilidade financeira e o crescimento da empresa.

Em resumo, o conhecimento em finanças é o alicerce que sustenta a tomada de decisões estratégicas, e sua importância transcende qualquer especialização técnica. Ter uma visão integrada dos números da empresa é o que permite ao conselheiro avaliar riscos, oportunidades e garantir que a organização esteja no caminho certo para alcançar seus objetivos.