Finanças pessoais
Por Teresa Cotrim
Poupar. Aplicar este verbo é mais uma questão de atitude do que de abundância, dizem alguns especialistas. Há quem ganhe fortunas e não amealhe nada. E, pelo contrário, há quem consiga colocar de lado algum dinheiro, mesmo recebendo pouco. Será mesmo assim? Com o custo de vida atual, poupar é quase um verbo a tirar do dicionário e uma utopia de vida. Há, contudo, algumas dicas que pode tentar aplicar para conseguir juntar alguns "trocos".
1.Compre um mealheiro, um acelerador de poupança :) Parece um conselho para crianças, mas pode funcionar. Tente abdicar de algo que ia comprar e coloque lá dentro o montante que gastaria. Também pode recolher aquelas moedas que ficam espalhadas pela casa, nos bolsos, na mala... mesmo as de um cêntimo e ir colocando lá dentro. No final do mês, veja quanto poupou. Comece a fazer um pé de meia. A técnica do envelope também pode funcionar. Pode fazer pequenos envelopes com destinos diferentes, como férias, ginásio, etc. O importante é fazer este pequeno exercício. Com o tempo esta atitude será uma rotina na sua vida. A boa notícia: amealha uns trocos e grão a grão...
2.Tenha sempre uma reserva para as emergências. Nunca fique no fio da navalha. Convém ter de parte pelo menos o montante necessário para sobreviver seis meses sem emprego.
3.Cuidado com as dívidas. Ficar no vermelho porque teve um acidente de percalço não é vergonha para ninguém. O crédito bancário existe para isso, mas pagar juros no cartão de crédito é um erro que pode custar-lhe caro. Se começar a ficar endividado, faça um plano de raiz, ou contacte a Deco que tem um serviço que o ajudará a reequilibrar o orçamento.
4.Todas as pessoas se preocupam com os grandes gastos, como a compra de casa, ou de carro, esquecendo-se dos pequenos, caso das compras no supermercado, fatura da luz ou da água. E já diz o ditado é grão a grão que a galinha enche o papo.
5.Siga sempre os objetivos financeiros a que se propôs. Imagine que decide poupar para comprar uma casa. No caminho não resiste a uma tentação: uma excelente promoção com o descapotável dos seus sonhos. Erro crasso. Por falta de disciplina muitas pessoas não atingem os objetivos planeados.
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6.Na hora de investir, usar mais a emoção do que a razão pode sair caro. Suze Omar, consultora financeira americana, diz: “Para se sentir livre em relação ao dinheiro, é essencial perder o medo que se tem dele”. O mercado acionista é bom para medir o seu grau de resistência, pois a turbulência das bolsas são uma ótima escola. Claro que impróprias para cardíacos, ou pessoas muito conservadoras no que toca ao seu dinheiro. Que odeiam arriscar! Se decidir experimentar, faça-o com cautela. Com dinheiro que não lhe faça falta e peça ajuda a quem sabe, sob pena de perder dinheiro.
7.Arrisque, mas consciente disso. É difícil, claro que sim. Toda a vida ouviu o oposto. Trocar o certo pelo incerto assusta. Na carreira como nos investimentos as oportunidades envolvem riscos mas também recompensas. Há uma regra do mercado financeiro que diz quanto maior o risco, maior poderá ser o ganho. De advertir que a perda também será maior. Não há bela sem senão.
Peter L. Bersntein, autor do livro Desafio aos Deuses: A Fascinante História do Risco, garante que a melhor forma de contornar este problema é aprender a gerir o risco em vez evitá-lo. No dia-a-dia você já o faz. Quer ver? Tenta não levantar dinheiro à noite num local escuro para evitar a possibilidade de ser assaltado. Certo? Uma dica: nunca coloque todos os ovos no mesmo cesto, ou seja, diversifique o seu dinheiro: conta a ordem, PPR, fundos, ações, pintura, moedas… Assim, uns dão para os outros, caso algo corra mal.
8.Tenha sempre em conta a inflação. É ela que lhe indica o custo de vida. O preço do dinheiro. Esta pode anular parte ou todo o ganho que o investidor acredita estar a obter numa determinada aplicação financeira.
9. Conhece os dez mandamentos do comprador compulsivo exibidos no site Globo.com? Anote aí: não gastarás mais do que ganhas por mês, não descarregarás a tua angústia ou dor de cotovelo no shopping, não usarás o cartão de crédito para pequenas compras do dia-a-dia, não comprarás mais roupas de que o teu corpo conseguirá vestir e de que o teu armário conseguirá guardar, não irás ao supermercado de estômago vazio, terás de resistir à compra de novos gadgets para exibir aos colegas de trabalho, sempre pechincharás antes de fazer uma compra, sempre comparas os preços antes de comprar, pouparás a soma necessária para adquirir um bem e evitarás parcelar com juros extorsivos.
10. Coloque todas as dicas em prática. Boas Poupanças!