Finanças sociais e negócios de impacto que inovam e transformam

Finanças sociais e negócios de impacto que inovam e transformam

Finanças sociais e negócios de impacto começaram a ser considerados alternativas para investimento social no Brasil a partir dos anos 2000, momento em que as fontes tradicionais de investimento já não davam conta de atender demandas crescentes por educação, saúde, moradia, energia e segurança. Para mapear as oportunidades e desafios desse campo, 20 organizações brasileiras, inspiradas por movimentos internacionais, se reuniram em 2014 para criar a Força Tarefa de Finanças Sociais.

Deste grupo de trabalho nasceu, já em 2015, a publicação "Finanças Sociais: Soluções para Desafios Sociais e Ambientais. Uma Nova Mentalidade para Gerenciar Recursos e Necessidades da Sociedade", com 15 recomendações para alavancagem e fortalecimento desse segmento. Uma delas, a segunda, trata exatamente do papel protagonista que fundações e institutos podem ocupar viabilizando iniciativas piloto e inovadoras no campo de finanças sociais e negócios de impacto.

O Oi Futuro, com seu legado de uma década atuando com fomento a projetos socioambientais, buscava novos caminhos para seguir inovando e apoiando o desenvolvimento de iniciativas (e porque não, negócios) que ampliassem o impacto e reduzissem a desigualdade social. Começamos a conversar com outros institutos e fundações para entender em que medida estavam avançando nesse assunto, compartilhar experiências, mapear papéis, avaliar riscos, desafios e oportunidades para aprender, acompanhar e conhecer sobre o campo.

Como resultado desse movimento e de reflexões internas, lançamos em julho de 2017 o Labora, Laboratório de Inovação Social do Oi Futuro, espaço de conexão, aprendizado e criação para empreendedores sociais comprometidos com a transformação de impacto. No Labora, o Oi Futuro se desafia a ser agente que impulsiona e fortalece organizações, projetos e negócios sociais em diferentes fases de maturação, por meio de programas de formação, incubação e aceleração em parceria com outras organizações. Além disso, estimula a articulação de redes colaborativas de empreendedores, tendo como fio condutor a busca comum por soluções inovadoras.

De lá para cá, já rodamos dois ciclos de aceleração. O primeiro, em parceria com a Yunus Negócios Sociais, estava focado em negócios sociais e apoiou cinco empreendedores no desenvolvimento de planos de negócio para impacto social nas áreas de educação, energia, segurança para mulheres, serviço de turismo para a população afrodescendente e reciclagem de materiais. O segundo programa de aceleração foi realizado especialmente para organizações sociais, grupos e coletivos na área cultural. Junto com o Instituto Ekloos e a Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro estruturamos um arrojado movimento em favor da cultura e população carioca. Apoiamos não só o fortalecimento institucional dessas organizações sem fins lucrativos, mas também identificamos oportunidades para sua sustentabilidade e inovação no fazer cultural.

Com esse novo modelo de atuação, o Oi Futuro aposta na capacidade do empreendedorismo social de gerar soluções criativas e escaláveis para os desafios da sociedade. Fortalecemos o ecossistema de negócios de impacto apoiando aceleradoras, testamos mecanismos de suporte financeiro e apoiamos a produção e sistematização de conhecimento com o patrocínio da publicação “Olhares sobre a atuação do investimento social privado no campo de negócios de impacto”, produzida pelo GIFE e que será lançada durante seu 10º Congresso, de 04 a 06 de abril. Para compartilhar nossas experiências e provocar a busca de respostas para desafios e questões que estão surgindo neste campo, estarei na mesa aberta do Congresso que discutirá o tema “Finanças Sociais e Negócios de Impacto” com outras oito organizações e o público presente. Em tempos de necessidades infinitas e recursos finitos, vem com a gente, se lance ao novo, vamos juntos hackear o modelo tradicional e encontrar soluções para os grandes desafios da sociedade moderna. Juntos é sempre melhor porque juntos transformamos. 

Assista ao meu depoimento no 10º Congresso GIFE.


Luiza Calado

Design | Empreendedorismo | Gestão de Projetos e Equipes | Pesquisa de Tendências | Mestre em Gestão da Economia Criativa

6 a

Flávia, fiquei tão encantada com esse texto vindo de encontro com uma pesquisa que estamos fazendo sobre Responsabilidade Social e Economia Criativa no mestrado na ESPM. Vai com certeza virar um case de sucesso no nosso seminário!

Entre para ver ou adicionar um comentário

Outras pessoas também visualizaram

Conferir tópicos