Gentileza: a base contra o sincericídio

Gentileza: a base contra o sincericídio

Vivemos em uma sociedade que preza pelo íntegro, verdadeiro, autêntico, honesto e sincero. Nós precisamos nos convencer diariamente de que somos bons no que fazemos, de que somos capazes de alcançar os objetivos que traçamos, de que devemos ser íntegros e sinceros sobre como vemos o mundo, os acontecimentos e as pessoas.

E não se trata somente de nos posicionarmos. Mais do que isso, precisamos nos convencer e convencer as pessoas ao nosso redor, em nossa família e vida profissional. E não há outra forma de conceder este "selo de autenticidade" ao mundo, senão por meio das ações e da forma como nos comunicamos e interagimos com os demais.

Talvez você já tenha experimentado, ou ao menos se aproximado, da prática deste termo cada vez mais usado no vocabulário corporativo. Talvez você já tenha estado em uma situação onde só lhe restou ser sincero. Simplesmente dizer a verdade do seu ponto de vista doa a quem doer e, acredite, escrevendo assim parece algo simples e corriqueiro. Mas não é.

Certa vez, o escritor Oscar Wilde disse que “pouca sinceridade é uma coisa perigosa, e muita sinceridade é fatal.” Mas qual a medida da sinceridade? Como desenvolver uma ferramenta que equilibre e regule nossas conversas de forma que possamos ser sinceros e autênticos, sem magoar ou agredir? Como expressar nossos valores e crenças em um mundo onde não se é permitido ser falho?

Permita-me dizer que se, sincericídio é a junção das palavras sinceridade com suicídio, estamos falando aqui das consequências da expressão de uma ideia ou ponto de vista em relacionamentos. Estamos falando da forma e não do conteúdo, estamos falando da necessidade de desenvolver nossa habilidade de comunicação verbal para permitir que quando falemos, possamos fazê-lo de forma autêntica, segura, eloquente e sem abrir mãos de nossos valores e visões.

Se você precisa encontrar uma forma de dizer algo a alguém, com sinceridade, de forma direta e autêntica, sem soar como uma agressão pessoal, pense nos passos abaixo:

  • Examine o que é fato e o que não é, sobre o contexto
  • Conheça o perfil e o tipo de temperamento do interlocutor
  • Substituia afirmações por "eu penso que...", "eu acredito que..."
  • Baseie-se em fatos e não em pré-suposições
  • Escolha o local neutro e um momento no campo da racionalidade
  • Olhe nos olhos e seja gentil ao se comunicar
  • Fale menos, ouça mais
  • Esteja pronto para ter sua ideia ou fala rejeitada
  • Não é uma luta, é uma conversa. Não há um vencedor

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