Geração dos insatisfeitos
Ultimamente, não ouvimos falar sobre atitudes individuais, estamos sempre ligados a nossa geração. A época em que nascemos, nos define, de certa forma. Não existe total concordância entre o ano que começou e terminou minha geração, mas creio que ela seja a Z, embora esteja tudo muito misturado e tenhamos traços das gerações anteriores e posteriores.
Logo, somos a geração dos insatisfeitos, principalmente, quando se fala de emprego.Nossa maior preocupação, tem sido o bem estar no trabalho. Já não aceitamos com tanto gosto, estar num emprego onde não nos sintamos felizes.
Queremos qualidade de vida e cada vez mais, valorizamos empresas que valorizam seus colaboradores. Queremos estar em empresas que invistam em nós, que vistam nossas camisas, assim como nos pedem para vestir a delas. Sendo assim, boa parte de nossas crises, se dão por insatisfação em nossos trabalhos. Afinal, queremos ser valorizados e essa valorização vai muito além de receber o salário no dia previsto.
As empresas tem notado qual o caminho para reunir funcionários motivados. Vemos políticas mais flexíveis, o oferecimento de benefícios, além dos estabelecidos por lei, e isso conta muito. Pois, quando pensamos no lugar ideal para trabalhar, lembramos das empresas com horários flexíveis, das que têm creche para as nossas crianças, ou mesmo as que oferecem auxílio creche, das que podemos levar nossos bichinhos de estimação. Nós sempre pensamos naquelas empresas que disponibilizam espaço para descanso, ou mesmo que te permitam trabalhar de casa, já que os congestionamentos e a qualidade do transporte público, são alguns dos nossos maiores vilões.
Não queremos nos sentir prisioneiros no próprio trabalho, não queremos nos sentir vigiados e pressionados, todo o tempo. Ficamos irritados quando parece que não confiam em nós e no nosso trabalho.
A empresa ideal percebe que para um funcionário produzir mais e melhor, é preciso entendê-lo de forma individual, ainda que na prática isso seja bem complicado, é o caminho..
Por fim, queremos fazer o que gostamos, e queremos também ser bem remunerados por isso. Essa história de fazer o que ama, mesmo que não dê dinheiro, não é exatamente a cara da nossa geração. A maioria de nós se propõe a estar num emprego ruim, tendo em vista pagar os estudos, para conseguir algo melhor. Porque na era da “ gourmetização”, que quase tudo que é bom, também é caro, percebemos que a vida não é só pagar as contas em dia, queremos que sobre dinheiro. Mesmo que sejamos pessoas engajadas, que se envolvem com voluntariado, mesmo achando justo e necessário ajudar o próximo sem cobrar nada, ainda queremos reconhecimento.
Alias, somos uma gente gourmetizada, que gosta de tudo personalizado, diferente. Por isso, lutamos muito para descontruir diversos padrões impostos pelas gerações passadas. Como por exemplo, aquela ideia de se aposentar onde foi seu primeiro emprego. É por causa desse nosso jeito, que nossos pais, acham bobagem a nossa revolta.
Seguimos assim, exigentes e reclamões, “mimizentos” e quase sempre insatisfeitos. Mas sempre em movimento, sempre indo atrás do que achamos melhor para nós.