Gerundismo no Kanban
Uma das principais funções de um board kanban é representar o que está ocorrendo como uma determinada peça, ao longo de seu ciclo de vida de construção. Para atender esse propósito é ideal que sejam representados os passos exatos, que compõem o fluxo de trabalho de uma dada esteira de produção.
Dado esse norte, é observável, com frequência, colunas com um dentre três aspectos:
- futurismo (por fazer ou To Do) - a fazer, pronto para fazer, liberado para executar, entre outras;
- gerundismo (fazendo ou WIP) - fazendo, em execução, preparando, etc;
- passadismo (feito ou Done) - feito, finalizado, realizado, liberado, e afins;
Falando em específico do segundo, toda vez que o mesmo se fizer necessário é extremamente interessante termos um kanban que represente um visão expandida das etapas internas pelas quais transitam partes das peças, ou sub-peças (ou sub-tarefas).
Manter colunas no gerúndio, sem uma visão interna, contribui para ofuscar o entendimento de progresso, aumentar lotes e, ao extremo, levar à procrastinação no fluxo de produção.
Falando em específico do desenvolvimento de produtos digitais, a abordagem simplificada seria gerar um kanban interno que represente um zoom das colunas de trabalho em progresso do kanban de Épicos, traduzindo as etapas de definição de jornadas de experiência, concepções visuais ou desenvolvimento de features do produto.
O mesmo raciocínio se aplica a tradução das colunas de trabalho em progresso das features, para o nível de estórias do usuário, e destas para sub-tarefas, por exemplo.
Uma abordagem ainda mais disruptiva é substituir colunas de trabalho em progresso por colunas de feito. A primeira reação da equipe pode ser de estranheza, mas com pouco tempo mudarão comportamentos para se adaptarem, criando novos hábitos, que vão paulatinamente mudando a cultura - como proposto por John Shook em seu modelo de pirâmide de aprendizado invertida.