Gestão de Equipes Multigeracionais
Cresci no interior do Rio, em Volta Redonda, uma cidade que até hoje gira em torno da CSN. Naquela época, onde o mercado era composto apenas por baby boomers, sucesso era ter um emprego e mantê-lo por toda a vida. Ser demitido era como ser guilhotinado na revolução francesa. Me lembro no colégio, quando o pai de algum amigo ou amiga era mandado embora era um clima de velório, teria que sair do colégio, se mudar de cidade, coisas assim, de cidade pequena orbitando ao redor de uma grande empresa. Quanto mais tempo ficasse na empresa, mais ia crescendo, maior era o cargo e era comum o chefe sempre ser mais velho que os subordinados. Abono salarial de 10 anos, prêmio de 20, etc. As equipes faziam o que o chefe mandava e agradavam o chefe no que fosse necessário para manterem seus empregos.
"Para mandar, primeiro tem que saber fazer!"
Gerencio equipes desde o início dos anos 2000. Minha primeira equipe já foi de jovens na minha faixa etária e eu só era o chefe porque cheguei na empresa antes e, claro, os 2 ou 3 anos de idade, e experiência, a mais fazem diferença no início de carreira. Alguns anos depois, sou contratado por uma grande empresa para coordenar uma equipe de 3 pessoas, mas para minha surpresa, 3 meses depois da minha admissão meu diretor sai e assumo interinamente uma equipe de 38 pessoas, de diversas formações, idades e culturas, algumas delas com décadas de trabalho pela empresa e com mais idade que eu.
"Aprendi a voar com com o avião já voando!"
Conto isso para mostrar um pouco do que senti na pele gerenciando equipes. Me apaixonei pelo tema, foi paixão a primeira vista e comecei a estudar tudo o que tinha disponível sobre gestão de pessoas, feedback, plano de carreira e até hoje busco informação sobre o tema, como por exemplo essa pesquisa de Harvard falando sobre o encontro das 3 gerações no mercado de trabalho. Mas nenhuma destas pesquisa, técnicas, teorias, metodologias te prepara para o choque de gerações. Hoje temos a chegada da tão falada Geração Z (entre 14 e 28 anos) ao mercado de trabalho já trazendo novas mudanças.
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A grande diferença notoriamente comentada é o fato de já term nascidos conectados, digitalizados e com interfaces touch. Mas a tecnologia trouxe uma globalização e uma hiperconexão, que foi o que realmente fez a diferença para eles. Eles não precisaram esperar alguns dias ou semanas, para saberem se as fotos da festa de aniversário ficaram boas, não precisaram ir até o telefone para atender e só depois saber quem tá ligando e muito menos programar com mapas de papel a rota da viagem de férias. Já nasceram com tudo instatâneo, delivery, na palma da mão. Essa facilidade fez com que a instantaneidade se transformasse em prioridade. Se o streaming lança um episódio por semana, eles esperam até lançar tudo para assistir porque não conseguem ficar esperando uma semana para ver o que vai acontecer. Eles fazem uma chamada telefônica para te avisar que tem 5min que te mandou uma mensagem e você não respondeu. Secretária eletrônica? Nem sabem que existe; " - quem checa recados de ontem?".
No mundo profissional essa instataneidade, sem ser trabalhada, se transforma em frustração. Mas não é culpa deles, afinal, já nasceram num mundo instataneo.
ENTÃO COMO RESOLVER ESTE IMBRÓGLIO?
Comunicação! E bom senso, claro, de todas as partes. Os chefes de antigamente, que mandavam e todo mundo obedecia não existem mais. Se quer ser um desses, esqueça! Os chefes hoje precisam ser líderes, liderar pelo exemplo, prestar atenção em cada um da equipe e mesclar seus propósitos individuais com os da empresa, mantê-los motivados e usar isso para bater metas. Da mesma forma que os novos entrantes da Geração Z precisam entender que não vão chegar agilizando tudo, mudando tudo, porque é o que tá no hype. Precisam chegar, ouvir, aprender, tentar, errar, ouvir de novo, aprender de novo, tentar de novo... é! é chato, mas é assim, leva tempo. Lá na frente, quando forem chefes da Geração Alfa que está vindo aí, vão entender o que estou falando.
Marketing | Social Media | Designer Gráfico | Bilíngue.
1 aLi todo o artigo, como um bom jovem da geração Z me identifiquei em vários momentos.
Finance | Accounting | Data Analytics | BI
1 aAprendi muito com sua visão de gestão e observando o modo com que você buscava a comunicação com cada pessoa!
Fundador @ PUC angels | Desenvolvimento de Negócios | Vendas B2B - Pagamentos, Crédito, Serviços Digitais, Fintech
1 aMuito bom o artigo!