Gestão de Mudanças para Preparação da IA: O Papel da Liderança Eficaz

Gestão de Mudanças para Preparação da IA: O Papel da Liderança Eficaz

A preparação para a adoção da Inteligência Artificial (IA) nas organizações não se trata apenas de incorporar novas tecnologias, mas também de transformar a maneira como nos adaptamos e lideramos essas mudanças.

É compreensível que o impacto da IA nos negócios, especialmente em empresas de grande porte, tenha sido mais lento do que o esperado. Após testemunhar outras revoluções, como a transformação digital e a explosão dos aplicativos móveis, ficou claro que "disrupções imediatas" costumam levar anos para se concretizar, como disse Hemingway: gradualmente, depois de repente.

Isso não significa que devemos subestimar o poder da IA. Na verdade, estamos vivenciando uma revolução monumental, com o trabalho e a sociedade prestes a serem redefinidos de maneiras tão profundas quanto as revoluções agrícola e industrial.

Estou empolgado por fazer parte desse momento, por poder testemunhar essa mudança histórica.

Voltando ao mundo dos negócios, artigos e relatórios recentes, como o publicado pela TechCrunch sobre a cautela das empresas em adotar a IA generativa e o relatório da Accenture sobre o trabalho e os trabalhadores na era da IA, destacam os desafios enfrentados pelas empresas para implementar e colher os benefícios dessa tecnologia.

OS CINCO FATORES QUE RETARDAM A ADOÇÃO DA IA

Ao analisar os principais motivos que atrasam o impacto da IA nas empresas, podemos listar cinco fatores-chave:

  1. Falta de habilidades e escassez de talentos: Há uma escassez significativa de profissionais qualificados para implementar e gerenciar tecnologias de IA de forma eficaz.
  2. Preparação e qualidade dos dados: As empresas enfrentam dificuldades em garantir dados de qualidade, organizados de forma a viabilizar a implementação bem-sucedida da IA.
  3. Resistência cultural e à mudança: O medo da substituição de empregos e o aumento do estresse geram resistência à adoção da IA por parte dos colaboradores.
  4. Complexidade técnica na integração: Integrar a IA aos sistemas existentes e superar a dívida técnica são desafios substanciais.
  5. Preocupações éticas e de confiança: Questões sobre ética, privacidade de dados e confiança entre líderes e funcionários em relação ao impacto da IA no ambiente de trabalho.

Embora os três primeiros fatores sejam pragmáticos e técnicos, os dois últimos são puramente humanos: gestão de mudanças e preocupações com ética e confiança.

Alguns podem argumentar que a solução para a adoção mais rápida da IA reside nos aspectos técnicos – a falta de talentos, a qualidade dos dados e a integração técnica. Contudo, acredito que o fator mais importante é, na verdade, o fator humano.

Curiosamente, somos nós, os humanos, que tanto incentivamos quanto bloqueamos o avanço da IA. Celebramos sua inovação, mas tememos suas consequências. No universo empresarial, vemos mais a hesitação do que a disposição para inovar. E, devido ao poder exponencial da IA, essa hesitação também parece amplificada.

PROMOVENDO A MUDANÇA

Se você percebe que essa resistência está acontecendo em sua organização e deseja mudar esse cenário, aqui estão algumas sugestões:

  • Foco no lado humano. Os desafios técnicos serão superados naturalmente e de forma mais rápida do que imaginamos.
  • Foco na liderança. São os líderes que podem acelerar ou bloquear a transformação. A liderança é crucial nesse processo.

Embora seja essencial investir em talentos, organizar dados e simplificar a tecnologia, a verdadeira chave para a preparação de uma organização para a IA está na preparação das pessoas e dos líderes. Caso contrário, sua organização ficará para trás.

O impacto da IA será rápido e profundo. A maneira como trabalhamos, ganhamos dinheiro e vivemos será reinventada. E essa mudança, que pode levar uma década, será gradual, mas, de repente, tudo será diferente e novo.

Você, como líder, precisa estar à frente dessa transformação e colaborar na criação desse novo futuro.

REFLEXÕES PARA A PREPARAÇÃO DA IA

Aqui estão alguns pontos para refletir sobre a adaptação humana nesse contexto:

  • Todos estão cientes do impacto da IA e têm sentimentos mistos de empolgação e receio. Não ignore essa realidade.
  • As pessoas sabem que seus empregos e papéis serão transformados em breve.
  • Os melhores profissionais desejam trabalhar em um ambiente que abrace esse momento de transformação.
  • Esses talentos também querem ver como as empresas planejam se transformar.
  • As melhores pessoas querem saber se as organizações têm um plano para apoiar a transformação de seus colaboradores.
  • Somente com os melhores talentos sua organização poderá se reinventar.

Se todas as profissões estão sendo reinventadas, sua organização seguirá o mesmo caminho. Mas essa transformação só será possível se houver uma parceria genuína com seus colaboradores.

No que diz respeito à liderança, é necessário reavaliar algumas premissas:

  • Os líderes são os que mais temem o novo mundo. Reconheça isso.
  • Eles precisarão desaprender o que sabem. De verdade e de forma profunda.
  • Aqueles que não se adaptarem ficarão para trás, em meses, não anos.
  • A liderança será mais sobre orquestrar do que dirigir.
  • Essa orquestração envolverá tanto humanos quanto agentes de IA, trabalhando juntos.
  • A ambiguidade será parte da jornada.
  • A fluidez de papéis e responsabilidades, inclusive com a IA, será a nova norma.
  • Líderes – de um novo tipo – serão mais necessários do que nunca.

Nenhuma empresa conseguirá surfar na onda da IA sem um grupo forte de líderes. A incerteza e a velocidade estarão em níveis máximos. As oportunidades são imensas, mas requerem um novo perfil de liderança.

PREPARANDO SISTEMAS E PESSOAS

À medida que nos aproximamos dessa revolução da IA, devemos não apenas preparar nossos sistemas, mas também nossas pessoas. Ao focar na mudança centrada no ser humano e evoluir nossos paradigmas de liderança, seremos capazes de navegar por essa transformação com sucesso e criar um futuro onde a IA e a engenhosidade humana possam prosperar juntas.

A verdadeira preparação para a IA depende de como lidamos com as pessoas e de como lideramos essa transformação, não apenas da tecnologia que adotamos.

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