A Gestão do Conhecimento e a sustentabilidade das empresas

A Gestão do Conhecimento e a sustentabilidade das empresas

Durante a minha experiência (apesar de não ser muito longa), tenho observado que a gestão do conhecimento dentro das empresas é um assunto importante a se tratar, porém muitas vezes deixado de lado. A falta de treinamento, padronização e técnica de execução, deixa evidente os valores dos conhecimentos tácito e explícito e como utilizá-los. Não são conceitos difíceis de se entender, entretanto quando são explorados com um olhar mais técnico é possível extrair necessidades básicas e até mesmo aperfeiçoar os métodos de resolução de problemas. Mas o que é o conhecimento tácito e o conhecimento explícito?

A palavra tácito vem do latim “tacitus” que significa “não expresso por palavras”. O conhecimento tácito é um conhecimento mais moroso de se passar às pessoas, é algo que não é ensinado por imagens, textos e aulas teóricas. Ele está na mente de cada colaborador de uma organização e foi adquirido de forma prática, podemos dizer que seria uma espécie de know-how de cada colaborador adquirido dentro da organização.

E a palavra explícito vem do latim “explicitus” que significa “expressar com clareza, não deixar dúvida”. O conhecimento explícito é mais fácil de ser formalizado e compartilhado, utilizando imagens, textos, vídeos, dentre outros materiais didáticos. Na rotina das organizações, os treinamentos corporativos e demais práticas de educação corporativa são exemplos de como o conhecimento explícito pode ser transmitido. Podemos traduzir estes tipos de treinamentos como uma capacitação sobre o funcionamento de um determinado equipamento através do uso de manuais de instrução e cabe ao colaborador aplicar ou não os conhecimentos adquiridos de forma explícita, ficando dependentes dos seus interesses e limitações pessoais.

Considero a gestão do conhecimento uma questão importante para as organizações de hoje em dia, pois dentro desta gestão é contemplado o gerenciamento do capital intelectual das organizações. E o fato de considerar uma questão importante, se dá através da manutenção do conhecimento interno da empresa, atuando na identificação, criação, renovação e compartilhamento do mesmo.

Além de ser importante na manutenção do conhecimento, possui uma grande relevância na gestão estratégica das empresas que querem obter resultado, pois inclui-se dentro deste conhecimento, o conhecimento tácito e o conhecimento explícito, o que pode trazer para o negócio das empresas estratégias de marketing, inovação e até mesmo vantagens competitivas.

Devido ao momento em que estamos passando durante essa pandemia, presenciamos a demissão em massa, o aumento do desemprego e a dificuldade que as empresas estão passando de se manterem ativas no mercado brasileiro e global. É certo de que para sobreviver ao impacto que a pandemia gerou as empresas tiveram que reduzir os custos operacionais, que impactam diretamente no preço do produto e também os custos indiretos/estratégicos, aqueles custos que são gerados para as empresas, mas que atuam no valor agregado do produto. Muitas empresas viram na demissão em massa de colaboradores uma forma de redução destes custos, sejam eles colaboradores operacionais (os chamados blue colors) ou colaboradores estratégicos (os chamados white colors).

De posse disso, concluo que as empresas poderão ter uma certa dificuldade para obterem soluções aos seus futuros problemas, pois acabaram de demitir os conhecimentos tácitos que ela obtinha. Na minha concepção de resolução de problemas, eu entendo que para solucionar um problema devemos agir através de um método e todo método é regido através da aquisição de conhecimento. Existem infinitas metodologias e ferramentas para resolução de problemas, mas acredito que todas elas atuam de uma forma que traga ou concentre o conhecimento para a resolução daquele determinado problema, independentemente se a metodologia seja um simples 5W2H, PDCA, Ishikawa ou até mesmo um projeto Seis Sigma, todas elas dependem da busca do conhecimento (busca da verdade) para que um problema seja solucionado. 


Vinícius de Paula Cruz

Engenheiro Civil, Engenheiro de Estruturas e Técnico em Eletrotécnica, Pós Graduando em Geotecnia.

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Excelente Artigo Lucas! Ao meu ver o conhecimento tácito ou empírico é tão importante quanto a capacidade de adaptação de colaboradores diante as mudanças que o mercado exige! Muito bom ! Abraço

Wiliam Cardoso Souza

Analista de Vendas Pleno | DBC Válvulas

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Parabéns Lucas pelo artigo. Foi uma análise do que está acontecendo relmente nas empresas.

Marcos Paulo Del Passo

Diretor Industrial | Gerente de Planta | Six Sigma Master Black Belt | Especialista Lean

4 a

Lucas Santana o conhecimento tácito ao meu ver não pode jamais ser "comprado" , por exemplo de uma consultoria...e ele forma muito a Cultura e modo operacional de uma empresa.

Antonio F Araujo

Consultor em Metodologia Lean e Seis Sigma

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Excelente artigo, Lucas!!!! A retomada das atividades vai acontecer E será mais desafiadora para quem mais demitiu do que quem preservou o conhecimento e experiência humanos contido no conjunto de pessoas demitidas. Além de perder conhecimento, estas empresas perderam também ENTROSAMENTO e SINERGIA Pois não se perde só o talento INDIVIDUAL Mas o COLETIVO Mas o mundo vai melhorar em 2021

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