Gestão
Ato de administrar, gerenciar; levar, realizar. Gestar, gerir.
A aderência do substantivo 'Gestão', com G maiúsculo, aos ecossistemas empresariais está mais que consolidada: cursos de graduação, cursos de MBA, palestras, coaching, livros direcionados para quem busca se destacar no mercado. O ato de gestionar é uma busca constante para se pavimentar um caminho de sucesso. Dominar ferramentas de gestão embutidas em variáveis estatísticas, reproduzir modelos que se retroalimentam de dados qualitativos e quantitativos à luz de processos produtivos, como o sempre desejado método PDCA, ou a metodologia BPM, passando pela matriz SWOT, enfim, há uma diversa gama de metodologias desenvolvidas para o ato de administrar algo.
O ato de administrar algo, não obstante, pressupõe alguém que se relaciona com o objeto, seja nas entradas ou saídas de processos, ou até mesmo no consumidor final do produto ou serviço disponibilizado. Problemas em ferramentas de gestão são facilmente identificados quando conhecidos os riscos probabilísticos são por um corpo técnico competente, mas e as pessoas?
Remuneração, reconhecimento, engajamento, diálogo participativo, entendimento, parceria. Todos estes termos são substantivos comuns (colocados em ordem aleatória de importância de causalidade) mas quando valorizados pela Gestão se tornam substantivos próprios para cada agente envolvido com qualquer atividade.
O tecnicismo comportamental amplamente difundido nos anos 70 como uma força motriz do desenvolvimento ainda é bastante latente no cenário empresarial brasileiro. Em contraposição, modelos de gestão participativa têm aos poucos chegado na esteira das startups de tecnologia importados desde São Francisco, quando nos anos 60 os movimentos de contra cultura representados pela literatura Beat, pelo Rock and Roll, pela política anti-conflitos armados e pela reestruturação do senso de vida em comunidade se difundiram entre os baby boomers do pós II guerra mundial. O tecnicismo no Brasil ainda reluta em abraçar os vértices criativos desempenhados pela gestão colaborativa, sobretudo balizada pela horizontalidade, pelas mesas redondas em reuniões e senso comunitário.
Os resultados que uma empresa pode alcançar dependem do quão engajados estão os participantes do projeto, dependem do grau de felicidade que cada envolvido apresenta, dependem da percepção consolidada do senso de justiça aplicada ao ecossistema empresarial e dependem, fundamentalmente, de uma Gestão participativa que não apenas inclua modelagens e metodologias como ferramentas estruturais de alcance pelos resultados, mas principalmente que domine a arte de construir e manter um ideário ético e justo com todas as vidas envolvidas na comunidade de pessoas com o mesmo objetivo em comum: compartilhar experiências e dividir responsabilidades.