Desafios
Renunciar a própria fé.
Disfidare, da nossa língua materna, o latim.
Quantos estamos dispostos a renunciar nossa própria fé? Essa é a pergunta retórica contida quando um projeto novo surge no horizonte, quando uma oportunidade se desdobra ou quando leituras contemporâneas sugerem que saiamos da caixa, sejamos disruptivos ou que adotemos a sutil arte de ligarmos aquela não tão generosa palavra que se inicia com a letra F (não, não é 'Fé').
Fé é uma atitude de fidelidade, um sentimento total de crença em algo ou alguém cuja verdade repousa em absoluto. Uma verdade absoluta. Algo cujo apreço e apego costuma engessar o movimento de renúncia.
Atualmente podemos observar uma diversidade razoável de autos de fé trazidos a público (sobretudo nas mídias sociais) em razão de nossa persistência que não nos deixa renunciar de nossos assentos posicionados de fronte à parede da caverna que projeta sombras de realidade. Os autos de fé ceifaram muitas vidas, de maneira literal, no passado; hoje, ceifam ideias.
Quantos estamos dispostos a renunciar nossa própria fé, quando somos/estamos habituados a nos posicionarmos junto às bancadas dos autos de fé? Renunciaríamos em casa? Junto aos familiares? Enquanto estamos a dialogar sobre geopolítica? A objetar posicionamentos? E por qual razão o faríamos numa empresa ou corporação, onde a primeira palavra de impacto, desferida durante uma entrevista, consiste em
Estou em busca de novos desafios