GOLPES DIGITAIS E OS SETE PECADOS CAPITAIS
A ideia partiu ao ouvir uma entrevista. Aqui se fará um recorte curto, de um tema que poderia ser muito mais complexo. É importante esclarecer que a conexão entre os sete pecados capitais e golpes digitais no Brasil é uma analogia aqui criada para ilustrar certos comportamentos fraudulentos online. Os sete pecados capitais representam vícios morais tradicionalmente reconhecidos na tradição cristã. Aqui está a conexão entre esses pecados e golpes digitais, a título ilustrativo:
1. Avareza. Golpes de phishing que exploram a ganância das pessoas, prometendo recompensas financeiras substanciais em troca de informações pessoais ou dinheiro. Afinal, quem não curte umas promoções, facilidades, ganhos imediatos e pagar mais barato? Facilidades devem gerar um sinal de alerta. O golpe está aí, cai quem quer!
2. Luxúria. Golpes de "sextorsão" onde os criminosos ameaçam divulgar imagens ou informações pessoais íntimas para extorquir dinheiro. Troca de nudes que nunca acabam bem. E mais recentemente a reativação dos sequestros, após encontros pelo Tinder e aplicativos de gênero. Algumas vítimas mulheres envolvidas com “famosos” e remetendo dinheiro. E os homens com mais de quarenta anos sendo enganados pelas “novinhas” do crime ou perfis falsos, de modo que ressuscitaram os sequestros que geram transferências do pix, empréstimos bancários, compras no cartão da vítima e outros.
3. Ira. Ataques de negação de serviço (DDoS) que visam tirar sites ou serviços online do ar, frequentemente motivados por ódio ou vingança. Os outros crimes baseados na raiva, por exemplo, contra um concorrente ou inimigo. Vinganças com ataques reputacionais com benefícios diretos ou indiretos para os golpistas.
4. Inveja. Golpes de clonagem de perfil nas redes sociais, onde os criminosos criam perfis falsos para se passar por outra pessoa, muitas vezes por motivos invejosos ou de competição.
5. Preguiça. A falta de medidas de segurança adequadas, como senhas fortes e atualizações regulares, pode levar a vulnerabilidades que são exploradas por criminosos que miram os preguiçosos. Assim, o desleixo deixa portas abertas para os golpistas em diversas modalidades.
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6. Gula. Fraudes em compras online, onde os consumidores são atraídos por ofertas que parecem boas demais para ser verdade e acabam sendo enganados. Além de diversas variantes de golpes nas compras de comida, por exemplo, com o uso de cartões de crédito.
7. Soberba. Golpes de engenhosidade social, onde os criminosos exploram o ego ou a confiança excessiva das pessoas para obter informações confidenciais. Com o narcisismo digital, a vida dos cibercriminosos foi facilitada, pois, com as informações pessoais expostas pelo próprio titular os golpistas criam mecanismos personalizados para enganar a(s) vítima(s).
De todo modo, essas analogias são apenas ilustrativas e não refletem necessariamente os motivos reais por trás dos golpes digitais. Golpes online podem ser motivados por uma variedade de fatores, incluindo ganância financeira, oportunismo e até mesmo questões técnicas. A melhor maneira de se proteger contra golpes digitais é manter a conscientização do uso crítico da tecnologia, adotar práticas de segurança online e ser cético em relação a ofertas e solicitações suspeitas. Quando o benefício é demasiadamente irreal, desconfie!
ADRIANO AUGUSTO FIDALGO. Advogado. Professor universitário. Membro Efetivo da Comissão de Direito Educacional da OAB/SP – Subseção de Santana. Presidente da Comissão de Direito Digital da OAB/SP – Subseção de Santana. Doutorando e Mestre em Educação pela Universidade Nove de Julho na Linha de Pesquisa: Educação, Filosofia e Formação Humana. Membro Efetivo das Comissões de Privacidade, Proteção de Dados e Inteligência Artificial e Direitos Humanos da OAB/SP.