Governança é para ser aplicada na prática!
Recentemente, temos acompanhado um movimento bastante positivo no sentido de implantar ou aprimorar um sistema de governança eficiente, através da instituição de atividades ou melhoria no compliance, ética e gestão de riscos.
Temos notado, entretanto, alguns problemas na forma com que isto vem sendo feito e, principalmente, na filosofia por trás dos projetos de implantação das medidas. Muitas organizações têm focado nos conceitos e na teoria, criando metodologias que, na forma, são totalmente aderentes aos modelos; porém, na prática, pouco ou quase nada acrescentam à qualidade na gestão e à tomada de decisão.
Nas organizações que adotaram, por força regulamentar, os preceitos SOX (Lei Sarbanes-Oxley), é comum identificar assertivas que não correspondem ao que seria prioritário nos processos, e também uma atuação "burocrática" na validação dos controles, como se a SOX fosse um fim em sí mesma. O mesmo ocorre quando se implanta sistemas de Gestão de Riscos ou programas de compliance: muita coisa tecnicamente vistosa, mas de pouco efeito sobre a qualidade e a transparência da gestão. Dependendo de como se concebe estes processos, algumas vezes eles podem atuar até mesmo em sentido contrário ao que se deseja.
Um perigo adicional é que as organizações podem ter a "ilusão" de que, ao terem criado os mecanismos de melhoria na governança, estão automaticamente a salvo de desastres, ou minimizaram os riscos como que por mágica. É importante lembrar que qualquer controle é limitado por diversos fatores, e que, eventualmente, a conformidade pode esconder ineficiência, se o foco for apenas cumprir normas.
Também temos notado que há muito gasto de tempo e energia com a criação de processos sofisticados, seja na implantação de uma gestão de riscos, seja no estabelecimento de mecanismos de compliance e ética. A visão de complexidade, por vezes, adia a decisão de criar estes importantes mecanismos de Governança Corporativa e, em outros casos, gera custos e transtornos à organização além do que seria necessário e - pior - não atingem os objetivos.
No grupo DLM Consultores temos aplicado a organizações de diferentes setores e de porte diverso metodologias que visam, com simplicidade, iniciar os processos de apoio à boa governança e fazer com que estes processos evoluam naturalmente com segurança e eficiência. Acreditamos firmemente que sofisticação não é sinônimo de qualidade; às vezes, é o contrário.
Auditor Governamental | Ph.D | MSc. | MBA | CISA
6 aAs vezes, ao tentarmos sofisticar demais, acabamos causando embaraço para a organização. Simplicidade é um ponto chave para o sucesso. Parabéns pelo texto!