Governança Corporativa e Empresas Familiares
A Governança Corporativa é um conjunto de boas práticas que está sendo cada vez mais difundido no meio corporativo. Com ela podemos obter mais transparência e controle de todas as áreas da companhia.
Mas e as empresas familiares, elas não tem essa transparência e controle? O que muitas vezes acontece é que empresas familiares crescem muito e rapidamente, de forma desordenada. O que costumo sempre dizer à clientes que nos procuram nessa situação é: “Não estou aqui para te ensinar a trabalhar, pois se você montou isso (empresa) você sabe trabalhar, estou aqui para te ensinar a controlar”.
As empresas familiares têm o vício de confundir as pessoas físicas e as jurídicas. Muitas vezes, todas as despesas dos sócios são pagas com o dinheiro da empresa, não tem uma retirada definida e acaba virando uma grande bagunça.
A tal da profissionalização, não necessariamente significa tirar o “Dono” da gestão, mas sim dar ferramentas para que ele saiba gerir a empresa de forma correta e transparente para que se um dia ele, por exemplo, resolva vender a empresa, tudo esteja no devido lugar e ele possa fazer isso de maneira menos traumática possível.
Ainda acredito que depois de certo tempo e tamanho, o melhor seria se os fundadores saíssem da gestão da companhia, passarem ela para profissionais sem o amor atrelado a gestão, e que os fundadores e as gerações seguintes formem um conselho de família, que vai também verificar de forma diferente tudo que está acontecendo na empresa.
O conselho de família tem a função de controlar tudo que esta família tem. São colocados assuntos em discussão e são definidos os próximos passos, não só da empresa em questão, mas também de tudo relacionado as finanças e investimentos daquela família.
Além disso, podemos destacar como funções do conselho de família:
- Definição de limites e interesses das famílias nas suas relações com a sociedade e a empresa;
- Zelo pelos valores e história da família, cuidando para o melhor desenvolvimento do processo sucessório e de programas de formação e treinamento;
- Definição de critérios para a proteção patrimonial;
- Manutenção da disciplina da família em relação aos negócios;
- Representação das famílias na sua relação com os outros conselhos da governança da empresa.
É uma decisão difícil, mas que os fundadores têm que pensar e com muito carinho analisar, pois pode estar aí o “pulo do gato”, para novos e melhores investimentos.