Guia básico para ser criativo

Criatividade? Coisa de artista. Coisa de publicitário. Coisa de músico.

Levanta a mão quem já olhou para a criatividade como dom. Algo que nasce com a pessoa, que não exige sequer prática, afinal, ela simplesmente é criativa.

Bom, eu sei que eu já.

Porém, a verdade é que a criatividade nada mais é que a imaginação aplicada. Já parou para pensar nisso? Ela não passa de uma habilidade e, como toda habilidade, com o devido treinamento e constância, podemos entendê-la melhor, aprimorar nosso desempenho dia após dia e, sim, sermos criativos.

E ser criativo é uma capacidade pra lá de importante não só para trabalho, como nos exemplos que citei, mas para a vida. A criatividade é uma ferramenta para solucionar problemas, logo, saber utilizá-la é um benefício valioso para os mais diversos contextos.

Lembra de quando você juntava as cadeiras da sala, jogava um lençol por cima e brincava de caverna? Ou quando fazia da colher um avião? Pois é, todos nós nascemos criativos. O que acontece é que, durante o nosso crescimento e até mesmo na vida adulta, vamos sofrendo alguns bloqueios por parte de pessoas, padrões sociais e crenças que fazem com que percamos essa expertise.

Mas então como exercitar esse músculo enferrujado?

Seja curioso

O primeiro passo é se abrir para a curiosidade. Leia aquele livro que você sempre achou que não tinha a sua cara. Converse com pessoas com histórias e interesses diferentes dos seus (e realmente as escute!). Faça cursos sobre temas que não tem nada a ver com a sua formação.

Não tem como falar de criação sem falar em pluralidade. Para ser criativo é necessário que você esteja aberto para além do que está no seu habitat natural, dos seus gostos, da sua zona de conforto. O novo está no desconhecido.

Antigos padrões não solucionam novos problemas, logo, nutra seu repertório com diversidade, assim você terá mais munição para a sua imaginação.

Você não vai reinventar a roda, e a criatividade não é sobre isso

Foi quando li o famoso "Roube como um artista" do Austin Kleon que finalmente entendi que toda invenção não passa de uma combinação de ideias já existentes. Temos essa imagem de que ser criativo é fazer algo completamente original, não é? Mas esse conceito não poderia estar mais equivocado. Ser criativo é se inspirar no que já existe e combinar elementos diferentes, inusitados, para, aí sim, criar algo novo.

Tenha isso bem claro em sua mente quando partir para o seu processo criativo. Isso te poupará frustrações e o tornará mais produtivo.

Não existe resposta certa

Fomos ensinados que existe uma resposta certa para cada problema, e não só isso, mas que a opção correta é apenas uma. Ledo engano. São diversas as possibilidades de resolver e lidar com cada situação e o que consideramos a alternativa certa muitas vezes não passa de um ponto de vista.

Que tal sair do padrão? Tentar uma rota nova, um jeito diferente de responder àquele acontecimento? Não é só porque tal solução funcionou uma vez que devemos repeti-la sempre. Porque não buscar uma ainda melhor da próxima vez? Crie um (ou vários) novo(s) certo(s)!

Não se prenda ao gabarito e explore as opções que pode criar para cada caso que surgir no seu caminho.

A importância de tentar

Não vale só pensar, é necessário arriscar. Desapegar do garantido e tentar colocar em prática as suas ideias para ver se elas funcionam. Inovação não vem sem tentativas e erros, então não se acanhe e teste, pois é colocando a mão na massa que se adquire aprendizados e, quem sabe, os insights que te levarão para a sua ideia de ouro?

Normalmente são as lições que os erros trazem que proporcionam os nossos maiores acertos.

Criatividade não se mede por hora

Não existe régua ou relógio que o meça a criatividade. Sendo assim, ficar debruçado naquela questão durante horas a fio nem sempre será a forma mais rápida ou eficiente de solucioná-la. E daí vem a importância do ócio criativo. Se distraia, deixe que o seu cérebro trabalhe o problema no inconsciente. Quantas vezes a nossa melhor ideia não veio quando estávamos fazendo algo não relacionado ao problema como, por exemplo, tomando banho? Respeite o tempo do seu processo criativo e saiba como geri-lo, sendo trabalhando nele ativamente ou não.

Se livre de julgamentos

Vá ao encontro da criatividade despido de julgamentos. A repreensão não dá espaço para o novo se apresentar. Sim, provavelmente entre toda a vastidão de possibilidades vão surgir ideias consideradas bobas ou ruins, mas se você persistir e não oprimi-las, verá que o considerado incrível estará logo ali na esquina. Sendo assim, se permita viajar com a sua mente e confie no processo.

Por fim, sempre enxergue as possibilidades (e a vida) com a mente livre e aberta como a de um principiante. Os resultados te surpreenderão.