Habilidades, Tendências e Modelo Mental - Carreira
Vocês devem estar se perguntando: o que habilidades e tendências têm a ver com modelo mental e, ainda mais, com carreira?
Eu lhes digo que tem tudo a ver, mais ainda nos dias atuais nesse cenário desafiador que estamos experimentando.
No passado (não muito distante), ter uma profissão e a qualificação e habilidade necessárias para desempenhá-la era garantia de emprego, sucesso e crescimento na carreira. Hoje, em uma era na qual muitos conceitos foram reconstruídos, como a própria evolução do conceito de carreira que vimos no primeiro post dessa série, onde a tecnologia tem atuado cada vez mais fortemente nas atividades “operacionais” e onde profundas transformações socioeconômicas e ambientais estão acontecendo se faz necessário o desenvolvimento de novas habilidades e novos comportamentos. Eu considero isso muito positivo, pois todos nós somos e podemos muito mais do que acreditamos.
Sobre as tendências, inúmeros são os estudos, artigos, sites, instituições que pesquisam e divulgam as tendências de mercado e de futuro. Para citar alguns exemplos:
- Entender que estamos vivendo em um modelo colaborativo e que o conceito de trabalho já supera o de emprego;
- Hoje e no futuro prevalecerá o trabalho por projetos, startups, trabalho colaborativo, home-office; (penso que esse futuro tenha se antecipado com a pandemia )
- Mudança no perfil das empresas e surgimento de novos modelos de organizações:
Exponenciais,
Colaborativas,
Capitalismo consciente.
- Novos modelos de aprendizagem – soluções híbridas e centradas no indivíduo
- Novos valores, diversidade, inclusão;
- Novas relações de consumo sustentável e consciente
- Novas relações de trabalho
- As metodologias ágeis e toda mudança comportamental que ela exige no mundo corporativo;
- Entre outros.
Para acompanharmos e fazermos frente a essas e outras tendências, precisamos de habilidades e, acima de tudo de novas atitudes que nos permitam desempenhar muito bem nossos papéis e contribuir com a nossa empresa, com a sociedade, com o país e com o planeta. Vejam, por exemplo, as habilidades destacadas pelo relatório do fórum econômico mundial:
- Resolução de problemas complexos;
- Pensamento analítico;
- Criatividade;
- Gestão de pessoas;
- Coordenação, liderança e inteligência social;
- Inteligência emocional;
- Capacidade para tomar decisões;
- Negociação;
- Flexibilidade cognitiva;
- Orientação para servir.
Mas, como saber quais habilidades devemos desenvolver? Lembram do post anterior sobre autoconhecimento? Pois é, aí está o caminho! Nesse contexto do autoconhecimento, é importante destacar a importância de conhecer de forma consciente o seu modelo mental, entender o que ainda funciona e o que não faz mais sentido no mundo atual. Vale ressaltar que o modelo mental define o seu comportamento, portanto, é fundamental ter clareza sobre ele se quiser mudar o comportamento e dar lugar a novas competências. Um exemplo bem simples: atualmente já existem várias formas de contrato trabalhista, como PJ, Projetos, Business Partner, entre outros; se nos fixarmos, apenas, no formato CLT, perderemos oportunidades muito boas no mercado, percebem? Mas, daí vocês perguntam: modelo mental, CLT? Como assim? Sim. Quando nos fixamos (sem olhar para os lados) apenas na CLT, existe um modelo mental por trás dessa percepção que lhe impede de reconhecer os benefícios das outras possibilidades, pensem e reflitam sobre isso.
Atualmente, são várias as ferramentas, técnicas, metodologias para iniciar o processo de autoconhecimento e existem algumas bem interessantes que ajudam a mapear competências e comportamentos, em seguida, é só contar com o acompanhamento de um profissional qualificado para apoiá-los no desenvolvimento dessas habilidades. O aprendizado contínuo, estudos, cursos, formações são todos fundamentais se quisermos oferecer o melhor como pessoas e profissionais que somos. Por outro lado, quando falamos de desenvolvimento de competências e mudanças comportamentais, atividades e metodologias mais específicas complementam esse processo de forma decisiva.
Afinal, aprender é uma coisa, por em prática e transformar, é outra bem diferente e como disse Marshall Goldsmith, “O que o trouxe até aqui não será o que o levará adiante”.
Abraço carinhoso,
Estela Scher