Imitação ou Inovação
O mercado precisa de ambos, mas você de que lado quer estar? Dos imitadores ou dos inovadores? Esse artigo é o primeiro da Série Imitação ou Inovação, como o assunto é vasto não seria possível colocar todo o conteúdo em um única publicação, sem alongar o texto, mas continue acompanhando esta saga que tocaremos em vários pontos interessantes ao longo dela.
Imitar
O Ato de imitar na concepção de vida, se deve a faltar originalidade no pensamento, e a dificuldade de arriscar. Imitações elevam a segurança, pois é uma ação baseada, geralmente, em algum conceito que, já, deu certo.
Imitação move
Claro, com certeza, os imitadores, movem, não só o viver cotidiano, mas também o mundo dos negócios. Quando se cria algo não se cria a multiplicação deste algo, neste caso, somente a imitação irá de fato promover e elevar o conceito criado, e, mais que isso os imitadores serão também responsáveis por tornar mais acessível o alcance daquilo que se está imitando.
1. Imitadores, movimentam mais, pois são mais rápidos, a parte difícil já foi feita que foi inovar e criar, a imitação pega algo pronto, testado e desbravado no mercado, na vida, nas relações, na educação e nas principais vivências humanas.
2. Imitadores movimentam a inovação, isso pode parecer estranho, mas a inovação tende a crescer com a imitação, justamente, porque buscar criar algo novo repetidamente repele a ação rápida dos imitadores, além disso, esse movimento permite um encadeamento de novas ideias que é um fator atrofiado no conceito de abordagem da imitação, realmente, as inovações constantes são um veneno para os imitadores, pois sempre os manterão ocupados, ao mesmo tempo, que paralisam sua efetividade, ou seja, será que acertarão em todas as cópias? Obviamente que não.
3. Imitadores multiplicam o alcance da invenção. Criar é algo complexo, mas algo mais complexo, ainda, é tornar as coisas criadas, acessíveis, para isso seria necessário um batalhão disposto a levar adiante a causa. Quando os imitadores aparecem, tendem, a tornar essa árdua tarefa, muito, mais suave.
4. Incentiva a concorrência. Foi desta forma, por exemplo, que os principais filósofos gregos disseminaram suas ideias e o alcance delas, primeiro, imitando seus mestres, segundo, concorrendo com a ideia deles. Como? Colocando uma valor, considerado, diferenciado, na inovação de pensamento anterior, que pudesse fazer frente aos pensamentos originais, assim Platão, discípulo, de Sócrates, colocou princípios originariamente diferentes do seu tutor. E, acabou, assim, concorrendo em alguns casos no pensamento crítico de seu predecessor, e, em outros elevando o pensamento original e, ainda, em outros momentos, apenas tornando mais acessível aquilo que já fora dito na sabedoria filosófica socrática, mas agora para um novo público.
Percebe-se que a imitação tem seu papel, ela não pode ser excluída, embora muitas vezes é vista como uma atitude pejorativa ela, na verdade, é uma ação relevante para as mudanças e avanços humanos.
Imitação no mercado
Como já dito, a economia precisa dos imitadores, as grandes massas clamam por eles. Quando a Nintendo revolucionou o mercado de entretenimento de jogos eletrônicos, que estava em uma bolha pronto para se dissolver, trazendo seu console NES (Nintendo Entertainment System) tirando os direcionais em formato de manches, alavancas, que eram comuns nos controles do Atari, para direcionais digitais em formato de cruz com uma jogabilidade revolucionaria, e o melhor jogo de plataforma da sua época, sim, estou falando de Mario, a industria dos consoles de jogos nunca mais foi a mesma desde então, e até hoje temos herança desta ação inovadora. Ainda, irei falar mais da Nintendo em publicações posteriores, pois ela é uma das empresas de tecnologia focada a entretenimento mais copiada da história. O fato é que seus imitadores foram muito importantes também para esta indústria, mesmo que fosse para expansão dos conceitos introduzidos pela, propria, Nintendo.
Como os imitadores podem competir no mercado com os criadores ou inovadores?
Primeiro imitando, a imitação é barata, tudo que precisava ser financiado já foi com as descobertas e inovações dos inovadores. Outro detalhe, todo o risco assumido fica, também, com os inovadores, pois para colocar seus produtos, serviços ou conceitos, investiram muito em pesquisa, testes, estudos do comportamento humano, e tiveram que testar e desbravar o mercado, introduzindo suas criações; esse risco de mercado, simplesmente, é poupado na imitação, um dos motivos das patentes garantirem alguns direitos aos criadores e inventores se deve, além do incentivo à ideias criativas, o fato do risco assumido, além dos gastos tanto financeiro quanto de esforço humano aplicados para as ideias sairem do papel.
Outro fator é, coloque um preço de venda menor, afinal, foram os inventores que gastaram pesado com pesquisa e preparação do mercado para promover seu produto, isto é, eles devem, de alguma forma, recuperar esse investimento, não podem se dar ao luxo de praticar um preço de baixo custo, o imitador não precisou e nem vai precisar desse custo e risco extras.
O Google e seu foco na imitação
A estratégia que foi usada pelo Google em cumplicidade com os principais fabricantes de celulares da industria, era imitar o conceito do iPhone o mais rápido possível.
Quando o smartphone nasceu da ideia e conceito do iPhone, era praticamente, inviável ter um aparelho naquele universo da telefonia celular, a grande população, devido, a esses smartphones serem, em um primeiro momento, únicos, a saber, os próprios iPhones, não podiam ter esse tipo de artigo de luxo da tecnologia. Mas com o Google imitando todo conceito do iOS e liberando seu sistema operacional [Android] para industria de celulares, exigindo, apenas, pequenos royalties, um fenômeno “avalanche” aconteceu, os smartphones ficarem populares.
Todo peso da pesquisa e gastos em novas tecnologias, além dos riscos de fracasso de mercado, ficaram no lombo da Apple, era muito fácil, desta maneira, então, no universo Android ter um smartphone mais barato, além, de claro, não serem aparelhos focados em qualidade [1], como eram os aparelhos da empresa de Cupertino [2].
Assim tornar um celular mais acessível e de baixo custo se tornou a estratégia do Google e da industria.
Mas toda inovação, invenção, conceitos, experiências e tecnologias, foram criadas e aplicadas de forma efetiva e eficaz pela Apple houve um custo de invenção que o Google e maioria da indústria não precisou praticar. Não é a toa que Steve Jobs, tinha declarado uma guerra “nuclear” com o gigante das buscas. Mas não podemos negar que para a população em geral, principalmente, aquela que dificilmente poderia comprar um iPhone, o Google trouxe uma enorme inclusão tecnológica.
Imitação na vida e relações humanas
Não podemos deixar de mencionar, que embora a imitação seja tratada de forma aviltante no mundo dos negócios o mesmo não acontece nas relações sociais, nas lições de vida e nos exemplos em família. Ela não só é bem vinda, como, não poucas vezes, obrigatória.
O mestre clama imitação dos seus discípulos, os professores querem reproduzir seus conhecimentos e desejam a imitação de seus alunos, os líderes influenciam com suas atitudes a ponto de se tornarem bons exemplos e anelam ser imitados, os pais desejam a imitação dos filhos.
Um judeu, ícone do cristianismo, Paulo de Tarso disse:
Sede meus imitadores, como eu mesmo o sou de Cristo. [3]
Encerramos, este primeiro episódio, no próximo post desta série, gastaremos um tempo interessante para falar dos inovadores, criadores e inventores vamos inclusive classifica-los melhor. Aguardem os próximos capítulos.
[1] Restrito a essa época, óbvio que, posteriormente surgiram aparelhos Android premiuns, como os Nexus e a linha Galaxy S da Samsung
[2] Cidade dos Estados Unidos, também, famosa por ser a sede da Apple.
[3] Bíblia de Jerusalém - 1º Coríntios 11. 1