A importância do planejamento na transição de carreira: como manter o nível de benefícios de saúde.
Por Fernando Garcia
A transição de carreira para executivos, seja para empreender ou para se tornar autônomo, é um momento que exige cuidado e planejamento. Entre as muitas questões que surgem nesse processo, uma das mais desafiadoras é a manutenção dos benefícios de saúde. De acordo com um estudo da Willis Towers Watson, 48% dos executivos enfrentam dificuldades ao tentar manter o mesmo nível de benefícios de saúde após deixarem grandes corporações. Esse desafio é ainda mais relevante quando consideramos que muitos desses executivos têm expectativas elevadas sobre o suporte que vinham recebendo, especialmente em relação a planos de saúde premium.
Esses executivos, acostumados com pacotes corporativos robustos, com acesso aos melhores hospitais e tratamentos, muitas vezes se deparam com a realidade de que sustentar o mesmo nível de cobertura por conta própria ou em uma empresa menor pode ser um fardo financeiro significativo. A saída de uma grande corporação quase sempre traz uma reavaliação da estrutura de benefícios, com a necessidade de encontrar alternativas que ofereçam uma boa relação custo-benefício.
O papel do planejamento estruturado
Segundo a Accenture, 70% dos executivos que planejam sua transição de carreira com antecedência conseguem manter ou até melhorar sua satisfação com os benefícios, incluindo planos de saúde. Esse dado reforça a importância de um planejamento estruturado para minimizar o impacto financeiro e garantir a continuidade dos cuidados médicos de qualidade.
A transição de carreira, especialmente para o empreendedorismo ou consultoria, muitas vezes implica uma mudança no formato de contratação de serviços de saúde. Executivos que antes contavam com planos corporativos precisam buscar alternativas no mercado individual ou empresarial, e é aí que o planejamento faz toda a diferença. A recomendação é que os executivos iniciem esse processo de forma antecipada, analisando detalhadamente suas opções e os impactos financeiros de cada uma delas.
Opções disponíveis no mercado
Para aqueles que possuem um CNPJ, a opção de migrar para um plano empresarial PME (Pequenas e Médias Empresas) se apresenta como uma solução interessante. Esses planos oferecem uma boa cobertura, com preços mais competitivos que os planos individuais ou por adesão. Além disso, os planos PME têm a vantagem de serem regulamentados pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), o que garante maior estabilidade nos reajustes e maior previsibilidade financeira a longo prazo.
Outra vantagem de planejar a transição para um plano empresarial PME é a redução da carência. Para muitos executivos, um dos principais medos ao trocar de plano é ter que cumprir novamente os prazos de carência para consultas, exames ou procedimentos mais complexos. Nos planos empresariais, a carência pode ser reduzida ou até eliminada, dependendo do tempo de CNPJ ativo, o que facilita a continuidade dos tratamentos sem interrupções.
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Como o planejamento faz a diferença
O impacto de não se planejar adequadamente é significativo. Executivos que deixam para resolver a questão dos benefícios de saúde apenas após o desligamento da empresa frequentemente se deparam com custos elevados, falta de opções atrativas e longos períodos de carência. A transição para o trabalho autônomo ou para empresas menores pode ser muito mais tranquila quando há um planejamento estruturado que antecipa essas necessidades e busca soluções de maneira estratégica.
O levantamento da Accenture revela que aqueles que se preparam com antecedência conseguem manter sua satisfação com os benefícios, e essa preparação envolve pesquisa de mercado, avaliação das operadoras de saúde e simulações financeiras que permitam escolher o plano mais adequado ao novo momento da carreira.
Conclusão
A transição de carreira exige muito mais do que uma simples mudança de empresa ou função. Para os executivos, manter o mesmo nível de benefícios, principalmente o plano de saúde, é um desafio que demanda atenção e planejamento. A pesquisa da Willis Towers Watson demonstra que quase metade dos executivos tem dificuldades em lidar com essa questão, mas os dados da Accenture deixam claro que um planejamento estruturado pode ser a chave para manter ou até melhorar a satisfação com os benefícios de saúde.
Por isso, ao planejar sua transição, não deixe de incluir na sua estratégia a análise detalhada das opções de plano de saúde disponíveis, levando em consideração as condições financeiras e de cobertura que melhor se adequam à nova fase da sua carreira.
Sobre o autor:
Fernando Garcia, sócio-fundador da MOST, possui mais de 27 anos de experiência em Recursos Humanos. Trabalhou na PepsiCo , foi expatriado como diretor de Recursos Humanos da Unisys para a América Latina e Head de Benefícios na Microsoft.