A INFLAÇÃO VOLTOU A PREOCUPAR

Em maio, a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) foi de 0,46%, ficando acima 0,08 pontos percentuais em relação à de abril (0,38%). Em doze meses, o IPCA acumula 3,93% e, nos cinco primeiros meses deste ano, já alcançou 2,27%, segundo o IBGE.

Dos nove grupos pesquisados, oito deles registraram elevações de preços, com destaque para: a) Saúde e Cuidados pessoais, com 0,69%. Esse resultado decorreu, sobretudo, dos reajustes de preços dos itens de higiene pessoal (1,04%) e dos planos de saúde (0,77%).

b) Habitação, com 0,67%. Os maiores causadores foram os reajustes tarifários da energia elétrica residencial (0,94%), em seis regiões metropolitanas, da taxa de água e esgoto (1,62%), em três regiões, e do gás encanado (0,30%), no Rio de Janeiro. , 

c) O grupo de Alimentação e Bebidas, com 0,62%, desdobra-se em no domicílio e fora do domicílio. O primeiro, no domicílio, com 0,66%, sofreu com as altas dos preços da batata-inglesa (20,6%), da cebola (7,9%) entre outros. O segundo, fora do domicílio, com 0,50%, sofreu com a aceleração dos preços do lanche, de 0,44% para 0,78%, e das refeições, de 0,34% para 0,36%.

Como já esperado, a região metropolitana de Porto Alegre, com o quarto maior peso regional na formação do IPCA (8,61%), foi a que sofreu a maior alta dos preços, de 0,64% em abril para 0,87% em maio. A despeito da região de São Paulo ter o maior peso nacional (32,3%), a variação dos preços foi bem moderada, de 0,35% em abril para 0,37% em maio.

A inflação constitui fonte permanente de preocupação de gestores privados e públicos. Do lado da produção, eleva custos, do lado da demanda agregada, tira poder de compra do assalariado e do lado da política, gera descontentamentos.

Inflação sob controle é o maior ativo social e, por isso, o Banco Central (BC) irá desacelerar o ritmo de queda da taxa básica de juros Selic. No Relatório Focus de 07 de junho, a previsão é de Selic em 10,25% para o final de dezembro de 2024.