A Inovação como Motor para o Conselho Consultivo
O Conselho Consultivo tem como um dos seus papeis observar riscos para o negócio. E uma das principais formas de contribuir com a longevidade de um negócio é focar a inovação.
O objetivo deste artigo é analisar como a inovação pode estar cada vez mais inserida dentro dos Conselhos Consultivos.
Todas as Empresas podem Inovar?
É muito comum pessoas que trabalham em empresas que não tenham uma área de Inovação ou um orçamento significativo para investir em ações inovativas dizer que inovação é apenas para as empresas multinacionais. Será?
Dependendo do escopo e da definição que alguém tenha sobre inovação realmente pode ser “apenas” para grandes empresas internacionais. Entretanto, a inovação com a ideia de “transformar novas ideias em resultados concretos” permite ampliar o espectro de inovação, sendo possível levar direcionamentos mesmo para pequenas e médias empresas.
Quando se entende que a inovação pode ser feita de maneira diferente e, dessa forma, pode gerar um resultado específico, ela fica mais acessível.
Existem três tipos de inovação, o que possibilita que a organização possa começar com aspectos mais iniciais e avançar para inovações de formato mais complexo.
A seguir detalharei cada um dos três tipos de inovação e darei exemplos que aplicação no contexto empresarial.
Tipos de Inovação
A imagem que por vezes se tem de inovação é de uma transformação enorme em um produto ou serviço trazendo algo totalmente inédito para um mercado.
Pode-se dizer que sim, isso é inovação, mas também existem outros tipos de inovação que seriam versões mais “básicas”.
Minha sugestão é que independente do tamanho da empresa e segmento que atue, o Conselho Consultivo deverá provocar reflexões para que os executivos e as executivas da empresa enxerguem oportunidades constantes para aplicar a Inovação Incremental. Este tipo de inovação, adiciona novidades e/ou melhorias em um produto, serviço, método de produção, sem promover uma mudança muito brusca. Um exemplo seria uma mudança de processo que pode seria aumentar a produtividade ou a criação de um checklist que ajudasse a minimizar erros.
A Inovação Radical já é mais complexa de ser desenvolvida e executada, pois ela tende a mudar o cenário de uma empresa, tanto no mercado quanto na dinâmica empresarial. Quando o Iphone chegou no mercado, os celulares já existiam, só que o formato, as funcionalidades e a usabilidade do aparelho foi um exemplo de inovação radical. Tanto que diversas empresas que fabricavam celulares acabaram ao longo dos anos deixando esse nicho e mudaram a estratégia ou até o modelo de negócio, em função da transformação do setor.
Já a inovação que mexe com todo mercado, muitas vezes surgindo um novo modelo de negócio ou escalando de maneira exponencial está conectada com a Inovação Disruptiva. Este tipo de inovação é o mais complexo e não tão simples de ser realizado.
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Empresas como Netflix, Uber, Airbnb são alguns exemplos de como desafiaram o status quo que era vigente no mercado, principalmente por grandes players, e validaram sua inovação transformando uma “tese” em negócio mudando completa e totalmente como o segmento atuava até então.
Considerações Finais
Os três tipos de inovação (Incremental; Radical; e Disruptiva) estão disponíveis para as organizações e, é fundamental que conselheiros tragam este assunto para as reuniões de Conselho.
Um bom caminho para iniciar, mesmo para as empresas que tem capital de investimento dedicado para inovação é a inovação incremental, pela maior facilidade de ser aplicada e pelo resultado geralmente ser visto em curto prazo (muitas vezes um valor do investimento relativamente baixo pode trazer impactos bastante positivos).
Criando-se uma cultura de inovação, tendo ações prioritárias e estratégicas para inovação, dedicação de tempo de pessoas e trabalhar o espaço para o “erro e aprendizado”, além da dedicação de um montante para investir em inovação, a tendência é colher frutos da aplicação da inovação.
Com essa base definida, os passos naturais são olhar com mais atenção a viabilidade e oportunidade para dedicar-se a radical e disruptiva.
Membros do conselho e executivos/executivas podem incentivar a inovação, mesmo que seja uma ação simples e pontual, para gradualmente a temática estar inserida no planejamento estratégico de uma organização, mesmo que seja de pequeno ou médio porte.
Fabrício César Bastos
Sócio-Diretor
www.flowan.com.br