Le Brésil n´'est pas un pays sérieux

Das grandes vantagens de trabalhar com pesquisa é que não preciso me esforçar muito para saber onde encontrar dados. Eles parecem vir até mim, mesmo não querendo (quando quero não costumo achar).

Para os dotados de interpretação de texto fica óbvio que não quero falar do assunto, mas, afinal, quem realmente quer falar daquilo que incomoda?

Ao capitólio tupiniquim então. Primeiro, parem de buscar semelhança ao que aconteceu nos Estados Unidos, a situação é distinta e mais grave! Ouvi ressalvas bestas também como o fato de que no Brasil invadiu-se os prédios dos 3 poderes e no país do Samuel apenas o do congresso. "Por que ninguém invadiu a Casa Branca?", ouvi perguntarem. Oras, mas é óbvio: geografia! Vejam, o percurso entre os prédios dos 3 poderes tropicais, pelas vias públicas legais e asfaltadas que são a única opção para o cidadão de bem, estamos falando de percorrer 2,5 Km para dar a volta na praça que os une; nos Estados Unidos a mesma caminhada são 4,7 milhas. Não é nem a mesma unidade. Naturalmente que também se inclui nessa "ponderação" dos trumpistas o fato de o presidente MORAR na Casa Branca, aqui ninguém queria de fato encontrar o presidente da República, apenas aterrorizar as paredes e edifícios. Para eles, nunca foi sobre pessoas.

Falando em pessoas, o que me chama atenção nos resultados de pesquisa que tivemos na última semana é a falta de capacidade de empatia e a força que colocamos em instituições. Alguns dados que me chamam a atenção:

• 4% dos entrevistados não sabiam do episódio do capitólio tupiniquim
• 3% não se posicionaram diante do ocorrido (3% de indiferentes é muita gente meu povo)
• A penalização das instituições financiadoras tem mais apoiadores do que às pessoas que participaram
• Sobre prisão, 41% acham que deveria ocorrer apenas em alguns casos. Como diria GV (não a instituição): "Aos amigos, tudo. Aos inimigos, a lei"

Para eles, nunca foi sobre pessoas. E para nós?

PS: Se postei "Depois das 7" foi por que tinha coisa mais importante para fazer

PS2: Post-Scriptum em um texto digital é das coisas mais incoerentes que existem