Lealdade não é uma moeda, é um valor!

Muito se fala a respeito de lealdade, seja no âmbito da política, das organizações ou da vida.

No entanto, percebo alguns desvios e peço licença para compartilhá-los com você.

Imagino que você, certamente, conheceu algum líder que empregou muito bem isso e outros que utilizaram de força equivocada, aliás, bastante equivocada.

Para darmos início a este texto vamos à definição de lealdade, segundo o dicionário Michaelis on-line “Conformidade com os preceitos que regem a honra, o dever e a probidade; dignidade, honradez, integridade.”

Se levarmos para o campo da política, identificaremos algumas falas como: “você me deve essa lealdade”, “espero sua lealdade”, “seja leal na hora do voto”, entre outras, normalmente se referindo a um benefício, ajuda ou concessão realizada. No entanto, essas falas trazem uma cobrança ou mesmo aprisionamento, esse tipo de “lealdade” condiciona a essa moeda de troca, pois passa-se a dever a quem fez algo pelo outro e uma hora virá a cobrança. A verdadeira lealdade liberta para que você seja leal.

O sentimento da lealdade é genuíno e praticamos porque queremos, longe de ser uma obrigação. E também porque faz porque faz sentido, há amor e envolvimento em querer, estar e fazer o melhor como e para o outro.

No âmbito organizacional, isso passa primeiro pelo fator confiança e assim segue na formação de grupos, os quais criam suas regras e estabelecem pactos para tocarem os negócios, às vezes com conhecimento e consentimento da empresa na busca de lucros maiores. Um exemplo disso decore do que aconteceu no passado, e espero que tenha ficado no passado, no ramo da construção civil. A “lealdade”, nesse caso, diz respeito a preservar o sistema, o qual entendeu que tudo aquilo era normal e “correto”, porque sempre foi feito assim.

 A triste constatação é que tanta gente boa e honesta trabalhava para essas empresas sem ideia do que acontecia e fomentavam os seus empregos. Também por conta disso, a área de compliance tem seu merecido reconhecimento, atuação e importância na preservação dos riscos organizacionais. Acredito que ser leal neste campo, refere-se a ser leal ao Brasil e não aos grupos com seus interesses e manutenção de privilégios.

Uma outra provocação que deixo aqui é “ Você sabe o que ele faz com o seu dinheiro? Para quem ele empresta o seu dinheiro? O que ele está financiando? Será que está financiando a indústria de armamentos, tráfego de drogas, tráfego de órgãos? Já pensou nisso? Isso não é aberto.

Para entender um pouco mais sobre lealdade confira o filme Margin Call: O Dia Antes do Fim.

Este filme vai instigá-lo sobre o que é realmente importante e para quem é importante. As lideranças que assumem esses papéis precisavam ter mais consciência de suas responsabilidades e decisões, assim como, dos impactos na formação de nossa sociedade.

E no âmbito da vida o que isso pode significar? Uma vez, ouvi meu colega Mário Sérgio Cortella rebatendo um daquelas frases enojadoras “Todo mundo tem seu preço”, “A ocasião faz o ladrão”, que você também já deve ter ouvido. Sentiu-se desconfortável? Pois é, essas expressões nos colocam propositadamente em xeque, uma vez que todos nós somos ladrões, ou, no mínimo, nos considera como potencialmente como ladrões. No entanto,  Cortella rebateu dizendo “A ocasião revela o ladrão”. Portanto, se isso não faz parte, você não o será, pois seus valores estão baseado nos preceitos que regem a honra, o fazer correto, o ser correto.

A lealdade neste caso, refere-se aos valores que temos e adquirimos ao longo de nossa trajetória e que nos norteiam na vida, pois você não faz o correto simplesmente porque é o correto, você o faz porque acredita que esta é a única coisa a ser feita.  

E isso nos remete ao campo da espiritualidade, você pensa e faz aquilo que realmente acredita e que irá impactar o maior número de pessoas e ambientes da natureza.

“A fidelidade torna sua alma pura, a lealdade torna sua alma nobre.” Crow Spike

Grato pelo seu tempo e atenção.

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Beijo no coração e abraços.

Adilson Souza

Mentor e Palestrante

Autor do livro LIDERANÇA E ESPIRITUALIDADE: Humanizando as relações profissionais

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Revisado por Marily Gallote