Lean e Métricas Ágeis

Antes de começar esse artigo quero abordar algo para o leitor compreenda corretamente os conceitos que serão abordados. Lean e Métricas Ágeis são temas diferentes, mas que através da utilização da interdisciplinaridade ligar seus conteúdos, no intuito de favorecer o entendimento e a aprendizagem prática de quem está interessado sobre o tema.

Em artigo anterior, fiz a mesma coisa, abordando Kanban e VSM, destacando o VSM como apoio para iniciar o mapeamento do fluxo de trabalho e como ferramenta inicial para começar o Kanban, caso não tenha lido “Vai começar usar Kanban? Aplique VSN.”

No Implementando o desenvolvimento interdisciplinaridade Lean de software: do conceito ao dinheiro, Mary e Tom Poppendieck comentam que a complexidade é a raiz de muitos desperdícios, mas que a partir desta há outros 07 vilões que precisam ser observados:

Conhecê-los é importante, mas mensurar cada um deles, acompanhar tendências com foco na redução é cooperar para melhorar, direcionar ou evoluir a equipe.

Mas quais métricas usar para mensurar cada um?

Foi aí que compreendendo o objetivo de cada métrica ágil, comecei a correlacionar com alguns deles para mitigá-los:

Estoque no processo - Trabalho inacabado

• Cycle Time: A quantidade de tempo decorrido entre o início de um item de trabalho e quando um item de trabalho é finalizado.
• Gráficos Burndown e Burnup para acompanhar o andamento considerando tempo, esforço e prazo de entrega.

Superprodução - Funcionalidades extras

Como esse está ligado principalmente para produto, desenvolver algo que não seja imediatamente usado, podemos fazer análise do valor de cada funcionalidade, relacionando-o com a adoção, engajamento e frequência do usuário. O resultado pode ser usado como uma das variáveis para priorização do Backlog.

Processamento adicional - Reaprendizagem

• % de itens rejeitados pelos clientes que retorna para fluxo de trabalho

Transporte -Transferência de controle

• Análise dos 07 níveis de competência através do Feedback Canvas da equipe.

Movimentação - Troca de tarefas

• Work in Progress (WIP): O número de itens de trabalho iniciados, mas não concluídos. Observe a diferença entre a métrica WIP e as políticas que o Time Scrum utiliza para limitação do WIP. O Time pode utilizar a métrica WIP para prover transparência sobre o seu progresso com objetivo de diminuir o seu WIP e melhorar seu fluxo.

Espera - Atrasos

• Touch Time – (tempo gasto no trabalho - atrasos) / entregas realizadas
• Waiting Time – análise do tempo de filas de espera
• Lead time breakdown – gráfico que permite identificar os gargalos criados pelas etapas identificando os “Waiting Time.”
• Gráfico CFD – conseguimos analisar o status atual: quanto foi concluído, o que está em andamento e quanto tempo será necessário para que seja concluído.

Defeitos - Defeitos

• % de entregas perfeitas - % do que foi entregue ao cliente e que não gerou bug.
• % itens rejeitados - % de itens rejeitados pelos clientes

O intuito não é criar uma lista como regra e que somente seja usado essas métricas, mas fomentar a discussão sobre o assunto para que seja gerado conhecimento táctico.

Referência Bibliográfica:

Implementando o desenvolvimento interdisciplinaridade Lean de software: do conceito ao dinheiro/ Mary Poppendieck, Tom Poppendieck ; tradução: Luiz Cláudio Parzianello, Jean Felipe Patikowski Cheiran ; revisão técnica: Marcelo Soares Pimenta. - Dados eletrônicos. - Porto Alegre: Bookman, 2011.

Sobre o autor:

Geneilton Rodrigues Prata, atuo na área de projetos e melhoria contínua com metodologias e ferramentas ágeis, inovação e lean, buscando proporcionar a evolução sustentável para novos resultados com as pessoas.