As lições de negócios que aprendi em Korach
Há alguns anos vivia um homem de Q.I. altíssimo e extremamente rico. Após adquirir tudo que seu coração desejava, ainda lhe sobrara uma quantidade de dinheiro respeitável. Apesar de ter tudo que o dinheiro pode comprar, esse homem não tinha poder. Assim, ele adquiriu uma empresa muito influente, colocando-se no topo do mundo dos negócios. Até que um dia esse homem ligou a televisão e viu uma coisa que ele não tinha: a presidência.
O sentimento de inveja começou a corroê-lo lentamente e ele se sentiu terrivelmente deprimido. Percebendo que ele não estava bem, um amigo sugeriu que esse homem se candidatasse a presidente. Mas após alguns meses de sua candidatura, esse homem percebeu que embora com o dinheiro fosse possível comprar alguns votos, o dinheiro não era suficiente para comprar o número de votos suficientes para elegê-lo, forçando-o a desistir.
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A Parashá da semana passada foi intitulada a um homem de nome Korach, que queria tomar o lugar de Aharon do irmão de Moisés e escolhido como o grande sacerdote do povo de Israel. Korach, um homem rico e muito inteligente, questionou por que ele não foi o escolhido para a função mais elevada espiritualmente, e sim, Aharon. Afinal, ele também era da tribo de Levi, a mesma de Moisés e Aharon, e ainda por cima era mais velho do que Aharon e, portanto, em sua visão, estaria na frente da “fila” para o posto.
Levado por um sentimento de insatisfação e rebeldia, Korach com sua influência foi capaz de juntar 250 pessoas da comunidade em seu favor (contra as orientações passadas por Moisés e contra a escolha de Aharon como o Cohen Gadol). Além disso, ele questionava o porquê alguns judeus estarem em posição mais “privilegiada” do que outros, se na visão dele todos deveriam ser considerados iguais.
Ao longo da Parashat, a história nos conta resumidamente que milagres aconteceram que apontaram que Aharon tinha sido o escolhido de fato, além da terra engolir Korach e todos os seus 250 seguidores.
Mas por qual motivo uma seção tão importante da Torá foi nomeada Korach, um homem rebelde e que causou intriga e morte em um grupo enorme de pessoas?
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O que a história do homem rico que queria ser presidente e a Parashat de Korach nos ensina é que cada um tem o seu talento, aptidão e, portanto, função. Quando olhamos para uma empresa, temos geralmente apenas 1 presidente, alguns diretores e gerentes, muitos analistas e estagiários.
Diferentemente do homem que desistiu de ser presidente, Korach, apesar de tudo, nos ensina algo muito positivo. Que devemos querer sempre ser melhores. O que há de negativo em sua conduta, porém e obviamente, é que não devemos buscar o nosso desejo a qualquer custo, causando intrigas e rebeliões em nossos ambientes de trabalho.
Ou seja, é legal que todos queiram um dia se tornar o CEO da empresa, ou buscar alcançar rapidamente e com todo o seu esforço honesto um cargo acima, como o de gerente ou diretor. No entanto, devemos sempre respeitar a hierarquia e dar tempo ao tempo, sem causar intrigas (mesmo que nós nos consideremos ou sejamos reconhecidos como mais aptos do que os outros para tais serviços). Além disso, muitas vezes somos muito bons tecnicamente em uma determinada atividade, porém ainda despreparados para assumir uma função acima do nosso cargo. Ou seja, é melhor ser um bom analista do que um péssimo gerente. Ou ainda, é melhor se manter na função de analista enquanto não aparece alguém apto para assumir o seu cargo atual, dando condições da sua “ascensão”.
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Por último, gostaria de esclarecer sobre o questionamento se todos somos ou não iguais, feito anteriormente.
E a resposta parece um pouco contraditória. Para certas coisas, cada um tem a sua aptidão. Por exemplo, se você quer proteger quintal da sua casa, você deve colocar o cão de guarda para afastar os bandidos, e não um passarinho. Nesse sentido, as pessoas são diferentes. Não devemos, por exemplo, colocar uma criança de 5 anos para liderar uma empresa com 1.000 funcionários.
No entanto, isso não significa que as pessoas não possuem condições de adquirir ao longo da vida novos talentos, nem de treinar os outros a exercerem as suas respectivas funções atuais, tornando-se um dia o CEO caso a cadeira fique vaga.
Dessa forma, Korach nos ensina que apesar de nem todos poderem exercer o papel do “CEO” no mundo espiritual, no mundo material somos todos iguais. Uma boa ação, uma caridade feita, tem o mesmo valor independentemente se a pessoa que fez essa boa ação foi, no passado, um assaltante, ou é um homem religioso, e isso é o que importa mais!
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Aprendemos com Korach que devemos sempre querer e buscar ser e estar em uma posição melhor e mais privilegiada, mesmo que isso não seja possível. Porém, devemos sempre respeitar a hierarquia, sem causar intrigas ou rebeliões, e respeitar a vontade de D´us.
Por mais ambição e menos ganância,
Uma boa semana para todos,
Marcos Akstein
Diretor comercial
3 aExcelente ensinamento!
Comunicadora | Apresentadora | Vendedora |Mestre de Cerimônias | Palestrante
3 aEstou adorando os seus textos, continue!