A liderança como gargalo da reinvenção contínua

A liderança como gargalo da reinvenção contínua

A pesquisa “Global CEO Survey 2024”, realizada pela PwC trouxe uma série de insights sobre a visão de mais de 4700 líderes em organizações do mundo todo, inclusive do Brasil. Dentre os inúmeros achados, fiquei bastante impactado com a clareza dada pelos resultados ao fato de que vivemos uma era de “reinvenção contínua”, onde a mudança e transformação constante das organizações se tornaram a ordem natural para que negócios se mantenham relevantes no decorrer do tempo.

O que não é muito interessante é o fato de que, segundo a pesquisa, 41% dos líderes brasileiros não acreditEm que suas organizações sobreviverão por mais de dez anos se mantiverem o rumo atual – um aumento de oito pontos percentuais em relação ao relatório de 2023. O que revela um certo estado de pessimismo de boa parte das lideranças sobre o estado atual de inércia de suas organizações.

Porém, isso tem mudado, já que 97% deles relataram ter tomado medidas para mudar sua forma de criar, entregar e capturar valor nos últimos cinco anos. Um claro sinal de preocupação com a sobrevivência do negócio e da pressão cada vez maior exercida por mudanças de diversas naturezas. 

A pesquisa revela ainda que, na visão dos CEOs, os aspectos que mais irão provocar mudanças nos negócios nos próximos 5 anos são, em ordem de grandeza, as mudanças tecnológicas, as relacionadas às preferências do consumidor, as ações da concorrência, as mudanças regulatórias, a instabilidade na cadeia de abastecimento e as mudanças climáticas e demográficas. E na mesma medida foram esses os itens que mais geraram esforços de mudança nos últimos anos nestas empresas. 

Porém, nem sempre é fácil mudar e, para a 64% dos líderes do Brasil, a concorrência entre diversas prioridades internas é o elementos que mais dificulta suas organizações de se reinventarem e avançarem. O que se conecta diretamente com a problemática inicial: a percepção de que seus negócios não sobreviverão aos próximos 10 anos mantendo-se como estão.

Um paradoxo interessante e muito frequente nas empresas: perceber a necessidade da mudança, saber que a falta de evolução trará consequências graves, mas ter dificuldade de organizar uma maneira de implementar todas as demandas que a mudança exige. 

Aqui reside uma provocação muito fundamental neste sentido: empresas não se perdem, quem se perde são seus líderes. Ou seja, da quantidade de recursos investidos em estratégias de reinvenção e mudanças, quanto vai para a evolução pessoal e amadurecimento das lideranças? Afinal de contas, são essas pessoas, diante de um cenário cada vez mais complexo e difícil de ler, que tomarão todas as decisões. Para 61% dos entrevistados, a falta de competência da força de trabalho é o segundo elemento complicador para a reinvenção. Envolve não apenas aspectos técnicos, mas comportamentais e emocionais na lida com a rapidez do mundo atual. 

A pesquisa é fundamental para ampliar a consciência sobre o quão decisivo é o momento de mundo em que vivemos e sua exigência por mudanças profundas na forma como lideraremos nossas organizações.

Nossos esforços aqui na Consense têm sido direcionados para este caminho, provocar um pensamento cada vez mais sistêmico nos líderes, que considere não apenas o óbvio nas situações do dia a dia, mas suas entrelinhas, conexões com o passado e implicações futuras. Não com o objetivo de controlar e cristalizar, mas de acolher e aprender de forma contínua. Saiba mais aqui.

Os dados da PwC indicam que a postura das lideranças está se tornando cada vez mais decisiva para manter a motivação, questionar o status quo e gerar impacto para os negócios. São resultados que provocam refletir sobre como sua empresa tem direcionado esforços para a mudança, mas também questionam se a sua liderança tem atuado de maneira alinhada ao mundo em disrupção ou apegada a um mundo estático.

Investir em uma postura de reinvenção contínua cria chances únicas de evolução organizacional e também pessoal, que continuarão sendo o principal diferencial competitivo sustentável dos negócios. 

Anderson Siqueira é fundador da Consense educação para as relações, especialista em desenvolvimento organizacional e cultura corporativa.



Marcelo Carlo Oliveira

CEO na Olivia Lobell International | Ajudamos Você Construir Um Negócio de Coaching de 6 & 7 Dígitos & Além Por Ano Com um Método Comprovado em 16 Países 🌍 e Milhões Gerados Pelos Clientes 💵

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Que análise profunda e impactante, mal posso esperar para ler mais! 🌟

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