Liderança e Inteligência Emocional: Estratégias Práticas para um Ambiente de Trabalho Saudável

Liderança e Inteligência Emocional: Estratégias Práticas para um Ambiente de Trabalho Saudável

Há exatos 30 anos, Daniel Goleman lançava o livro Inteligência Emocional. Eu tinha recém terminado minha graduação em Engenharia de Produção pela PUC/RJ e ao lê-lo me provocou bastante pois à época, com o pensamento racional e cartesiano da engenharia, pensava que a razão é a única via para a evolução e sucesso na vida.

Passados 30 anos, o tema permanece ainda mais importante. Novas gerações ingressaram no mercado de trabalho. Surgiu a Geração Y e a Geração Z está chegando ai... E as demandas e necessidades dessa gerações desafiam o líder a gerir expectativas e anseios muito diferentes que estavam habituados a tratar.

Vivemos em uma era em que a sensibilidade nas relações de trabalho é mais evidente do que nunca. Para um líder moderno, o sucesso vai além de metas e entregas; é necessário construir um ambiente saudável, empático e produtivo. A inteligência emocional (IE) desempenha um papel essencial nesse processo, pois a habilidade de gerenciar emoções, tanto próprias quanto de terceiros, impacta diretamente o engajamento e na inovação.

Mas como os líderes podem, de fato, aplicar a inteligência emocional no cotidiano?

Trago três situações do dia a dia onde aplicar a Inteligência Emocional pode contribuir para um resultado diferente e melhor:

Exemplo Prático 1: Como Lidar com Conflitos

Imagine uma situação em que dois membros da equipe entram em conflito sobre a melhor abordagem para um projeto. Os dois possuem personalidade forte e não “abrem mão” do seu ponto de vista na condução do projeto. Um líder com alta IE não apenas vai intervir, mas antes de qualquer ação, vai escutar ativamente ambos os lados, demonstrando empatia. O líder deve perceber os sinais não verbais, como frustrações que não são ditas diretamente, mas aparecem em expressões ou gestos. A partir dessa escuta atenta, ele pode mediar a conversa de forma que ambos se sintam ouvidos e, juntos, encontrar uma solução em que as emoções são validadas e os objetivos comuns restabelecidos.

Essa abordagem não só resolve o conflito, mas fortalece o senso de confiança entre os colaboradores. Quando as pessoas se sentem compreendidas, elas tendem a colaborar melhor, evitando futuras tensões.

 Exemplo Prático 2: Desenvolvendo Empatia no Feedback

Um outro exemplo comum está no processo de feedback. Muitos líderes se limitam a apontar erros e sugerir melhorias, mas um líder com alta inteligência emocional vai além. Ao oferecer feedback, ele considera o estado emocional do colaborador e a maneira como esse feedback será recebido. Em vez de apenas criticar, o líder pode começar reconhecendo os esforços e as dificuldades enfrentadas, criando um espaço seguro para a pessoa refletir sobre suas ações sem se sentir ameaçada. Recentemente, recebi de um liderado que ele preferiria não receber feedback nas tardes de sexta-feira. Escutei com empatia aquele “pedido”, e passei a postergar o feedback desse colaborador para outro dia da semana sem comprometer o objetivo pretendido.

Essa abordagem não apenas aumentou a eficácia do feedback, mas também demonstra ao colaborador que ele é valorizado como indivíduo, o que aumenta a lealdade e o comprometimento com a empresa.

 Exemplo Prático 3: Adaptabilidade em Situações de Crise

Líderes emocionalmente inteligentes são mais resilientes diante de crises. Imagine um cenário em que uma mudança repentina no mercado exige uma adaptação rápida da equipe, como vivemos recentemente na pandemia do Covid. Um líder com IE vai manter a calma, reconhecer o estresse que a situação pode gerar e agir com transparência, comunicando-se de forma aberta e compreensiva com a equipe. Ele vai validar as preocupações, ao mesmo tempo que oferece suporte e direcionamento. Ao fazer isso, o líder não só conduz a equipe com segurança através da crise, mas também fortalece a cultura de confiança e colaboração.

Procuro regularmente aprimorar minha abordagem nesse tema, estudando, testando novas abordagens, errando e também aprendendo. Minhas 4 dicas práticas para o Líder Desenvolver sua Inteligência Emocional:

1. Pratique a Escuta Ativa: Em reuniões ou conversas individuais, foque em ouvir sem interromper. Demonstre que está genuinamente interessado nas preocupações e ideias dos colaboradores.

2. Aprenda a Gerenciar o Estresse: Líderes com IE mantêm a calma mesmo sob pressão. Encontre técnicas, como respiração profunda ou pausas estratégicas, para reduzir o estresse antes de tomar decisões.

3. Seja Transparente e Autêntico: Ao ser honesto sobre desafios e vulnerabilidades, você promove uma cultura de confiança. Isso incentiva os colaboradores a também serem autênticos e transparentes.

4. Cultive a Empatia: Em vez de se concentrar apenas nos resultados, lembre-se de que sua equipe é composta por indivíduos com diferentes experiências e desafios. Busque entender as motivações por trás das ações de cada um.

 

Por fim, a inteligência emocional é um diferencial decisivo no ambiente corporativo. Líderes que investem em sua IE não apenas melhoram o clima organizacional, mas também aumentam a retenção de talentos, a inovação e o desempenho. Como disse Daniel Goleman "os líderes que falham em entender o impacto das emoções falham em liderar".

Diego Roberto

Consultor Corporativo na Tracecom Soluções Inteligentes |

4 m

Uma viagem no tempo! Eu devia ter uns 13 quando li o livro de Daniel Gooleman. Lições que perduram ainda e se manterão ativas em jornadas nossas e futuras! Parabéns pelo artigo Sir Luis! Parabéns!

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