LIDERANÇA NA NOVA DÉCADA
Tomo a liberdade de relatar alguns pensamentos sobre o novo perfil de liderança para 2021. Acabei me motivando após ler o artigo da revista EXAME que fala sobre o estudo da multinacional Adecco. O conteúdo está bem próximo de outras fontes de informação que li e também da minha experiência pessoal e familiar.
Tenho uma minha filha de 22 anos se formando em ADM e que trabalha em uma das ‘Big Four’ (ainda de forma remota). Minha esposa é arquiteta e trabalha em uma incorporadora que já voltou ao trabalho presencial. E eu estou iniciando a ActShare, uma empresa de consultoria e treinamento, com outros três profissionais com os quais trabalho a mais de uma década.
Muitas empresas anunciam que mudarão sua forma de trabalho e que manterão o trabalho remoto, pelo menos parcialmente. Por isto, penso que as prioridades precisarão ser alteradas, porque as ações voltadas à manutenção da saúde mental ganharão muita relevância. Para alguns profissionais, o aumento da carga de trabalho e a necessidade de entrar no mundo digital têm levado a um esforço hercúleo.
Os líderes do futuro precisarão se ajustar aos novos tempos, e para isto precisarão desenvolver as tão faladas ‘soft skills’.
Se antes analisavam o desempenho de sua equipe pela presença, pontualidade e esforço, a partir de 2021 precisarão alterar seus critérios de avaliação. O trabalho remoto demandará uma flexibilidade maior e um novo tipo de relação.
As empresas que possuem uma avaliação de desempenho anual precisarão mudar o seu processo. Os líderes precisarão fazer avaliações mais focadas e com maior regularidade para que, assim, possam corrigir tendências a erros e reforçar as ações positivas. Como afirmado na revista, “no pós-pandemia, é preciso abraçar a chamada sinceridade radical, que destaca a importância de se confrontar erros e baixo desempenho, mas com empatia genuína”. Não li este termo em nenhum lugar, mas chamaria de atuação “ombro a ombro digital”. Se isto não for feito, os colaboradores poderão se sentir isolados ou desprestigiados.
O processo de comunicação, fator essencial para uma boa liderança e relação no trabalho, também passará por mudanças radicais. A usual comunicação de ‘cima para baixo’ tenderá a ser feita em duas vias. A consulta e a participação dos liderados serão essenciais para um bom convívio e para as desejadas produtividade e qualidade. Um diálogo mais aberto será fundamental e, para que ele exista, o líder precisará desenvolver sua empatia.
Trabalhar demais, debaixo dos olhos do líder, perderá relevância. O mais importante será a capacidade de entrega.
Porém, as pessoas precisarão buscar um equilíbrio maior entre a vida pessoal e profissional. Se isto não for conseguido, transtornos mentais comuns como o estresse, a depressão e a ansiedade poderão ser a consequência de uma má gestão pessoal. Ano passado fui diagnosticado com a ‘Síndrome de Burnout’, e sei bem quais são as consequências de uma vida desequilibrada. Perdi a capacidade de concentração, fiquei mais sensível e bem menos flexível para encarar situações adversas.
É fundamental que o líder acompanhe sua equipe e consiga ver os sinais de esgotamento de cada um. Não tive esta ‘sorte’. Mesmo comunicando meu problema à empresa, fiquei só na minha batalha. Ainda bem que tive um grande apoio da minha família. Hoje, depois de 22 anos de trabalho, estou fora da empresa e iniciando uma outra.
É claro que os líderes precisarão cobrar os resultados planejados. Porém, eles precisarão acompanhar não apenas o que os seus colaboradores estão fazendo durante a jornada de trabalho, precisarão ficar atentos ao que é feito fora do horário de trabalho. Bons líderes precisarão incentivar hábitos saudáveis e o equilíbrio entre o pessoal e profissional. Se não fizerem isto, correrão o risco de perderem pessoas importantes e, até mesmo, toda a sua equipe.
Como diz o artigo, “os líderes devem construir uma cultura de bem-estar que promova o engajamento e a produtividade e equilibre a priorização eficaz da carga de trabalho com o cuidado da sua própria saúde intelectual, emocional e física”.
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Senior consultant in quality and productivity management
4 aÓtimo artigo Paulo, realmente faz pensar bastante. Buscar o equilíbrio na vida é logicamente muito importante, mas conseguir isto realmente é muito difícil! Acredito que deveríamos identificar as "Partes Interessadas" de nossa vida, conhecer os seus requisitos e batalhar fortemente para alcançá-los. Com equilibro!
Sócio proprietário na Exceder - Gestão Organizacional
4 aAssino embaixo meu amigo! Mas estimulo um debate: isso se dará em todos os seguimentos? Por exemplo, construção civil, petróleo&gás e indústrias de transformação a meu ver manterão seus padrões presenciais, com algumas adaptações, como já venho percebendo em treinamentos e auditorias que venho realizando de modo presencial... Certos ramos de serviços idem... Já em atividades tipicamente administrativas, cuja presença não se faz necessária, aí sim consigo enxergar tais mudanças. Sucesso! Sempre... Forte abraço! 😉