Liderança: Quando a recompensa por desempenho se torna punição

Liderança: Quando a recompensa por desempenho se torna punição

Para muitos profissionais, e talvez você esteja incluído entre eles, receber tarefas ou problemas mais difíceis, que aparentemente ninguém mais consegue resolver, é uma maneira de se sentir bem. Ouvir do chefe coisas como “Eu sei que você está sobrecarregado e é feriado, mas não há mais ninguém em quem eu possa confiar” é suficiente para você ignorar os sinais de cansaço ou outras demandas supostamente menos importantes (como descansar, por exemplo) e entregar-se de corpo e alma à tarefa. Você não apenas se sente recompensado por ser escolhido por suas habilidades, mas também por realizar um trabalho bem feito.

Segundo a neurociência, o cérebro libera substâncias químicas de bem-estar, como dopamina e serotonina, quando somos reconhecidos como capazes, dignos e bem-sucedidos. Faz parte de nosso design evolutivo: os que buscam essas qualidades acabam favorecendo o seu grupo e facilitando a sobrevivência de todos. Então, não é surpresa que a busca por reconhecimento acabe nos tornando viciados em desempenho.

Mas tudo tem um limite. Principalmente quando você sabe que está perdendo o seu intervalo de descanso para cumprir uma tarefa adicional enquanto seu colega "preguiçoso" está aproveitando normalmente, como se estivesse sendo recompensado por sua falta de interesse em ajudar. Essa aparente injustiça faz com que o cérebro emita sinais de ameaça (luta ou fuga) muito mais fortes do que as emoções de bem-estar. Isso porque o cérebro evoluiu priorizando a sobrevivência, identificando e respondendo mais rápido a situações ameaçadoras ou negativas do que as prazerosas.

Então, antes que se perceba, o que começou como recompensa pelo bom desempenho vira punição, em que as tarefas adicionais se transformam em fardos injustos. Se a situação se torna crônica, até mesmo uma simples mensagem de "tem um minuto?" do chefe no Whatsapp deixa o seu cérebro em estado de alerta antes mesmo de ler a mensagem inteira. Além de desmotivação e queda de resultados, a punição por desempenho pode levar ao burnout e perda de talentos.

Mesmo sem se dar conta, a liderança tem grande responsabilidade ao incentivar a punição por desempenho e é o seu papel evitar o problema corrigindo as situações geradoras de desequilíbrio, que geralmente acontecem quando gestores, mesmo que bem-intencionados, tomam decisões rápidas com base em 5 tipos de preconceito inconsciente: 

Semelhança: “Vou delegar a tarefa à pessoa que compartilha minha visão sobre o assunto”.

Conveniência: “Estou assumindo que essa pessoa tem mais capacidade para essa tarefa.”

Experiência: “Acho que essa pessoa já fez uma tarefa como essa antes.”

Distância: “Essa pessoa já está no telefone comigo, vou perguntar.”

Segurança: “Sinto que não posso confiar em mais ninguém para esta tarefa.”

Também nesse caso, a neurociência tem uma possível solução: mudar o mindset que leva a uma dessas decisões, envolvendo a equipe para identificar quando acontece e estabelecer formas de mitigar a situação de forma a não sobrecarregar e criar situações de estresse nos melhores talentos.

Fonte: Fast Company

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Nadiia Mykytchyna

Helping executives and companies grow with referral or multi-level models | ⚡️ Building development teams and delivering the best software products | ⚡️ Launching and developing flawless MLM solutions

5 m

Alessandra, thanks for sharing!😉

Allyne Magnoli

Diretora de Marketing | Executive MBA | Fala sobre #marketing #business #growth #branding #digital #liderança #liderançafeminina #comunicação #inovação

2 a

Adoreiii o artigo, Ale! Congrats!

Andrea Anuario

Gerente de Tesouraria na Natura&Co Latam

2 a

Excelente análise. Parabéns pela sensibilidade num tem tema tão delicado para grande parte dos gestores da atualidade, os quais estão focados, predominantemente, com as entregas no curto prazo.

Renato Freitas

Quality Engineering | Project Management I Customer Experience

2 a

Muito bom, Alessandra! Obrigado por compartilhar!

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