Lifelong learning e o medo de ficar de fora!
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Lifelong learning e o medo de ficar de fora!

Muita gente fala sobre o lifelong learning (aprendizado ao longo da vida) como uma forma de se manter atualizado e competitivo em um mundo em constante mudança. 

No entanto, você já parou para pensar que esse acúmulo de informação está apenas alimentando a sua sensação de FOMO (medo de ficar de fora)?

Estamos todos seduzidos por informações voltadas para um futuro que ainda não chegou, consumindo desenfreadamente conteúdos rasos e, que parecem, instantâneos, sem falar das estratégias rápidas, estilo miojo, para aprendizados que acontecem ao longo da vida.

Recentemente li um artigo de opinião do Ian Black no Meio e Mensagem, que me deixou bastante reflexiva.

Em um trecho do conteúdo ele dizia:

o lifelong learning é o nosso fast food. O acúmulo desenfreado de informações para garantir a sobrevivência individual no mercado de trabalho em detrimento de saberes para benefício da vida em sociedade.”

Por qual motivo temos nos tornado especialistas em tudo? Você pode até me perguntar: "existe algum problema em ser especialista?"

E eu te respondo: não.

No entanto, estamos em um momento onde todos são autoridades em pautas quentes e falam sobre as mesmas coisas. A sensação é que você não pode parar.

Você precisa falar sobre tudo, tem que comprar um curso a mais, se especializar mais, estudar mais, e isso nunca para.

Só que o quanto de todo esse conteúdo está sendo realmente assimilado? Existe tempo para debates?

Ainda dá para se pensar? O que você aprendeu de fato? Quem você conseguiu ajudar com trocas mútuas de aprendizado?

Marshall Berman tinha razão quando cita que:

“Ser moderno é fazer parte de um universo no qual, como disse Marx, “tudo o que é sólido desmancha no ar”.

As palavras de Berman assumem uma nova relevância, neste contexto, ao revelar a transitoriedade e a falta de autenticidade presentes na modernidade.

Vivemos em um mundo em constante fluxo, onde tudo pode ser considerado passageiro e fugaz (por esse motivo a liquidez), nosso tempo é voltado para tendências e nossos aprendizados se tornaram voláteis. 

A pressão para nos mantermos atualizados, nos tira o tempo para reflexão e aplicação efetiva do conhecimento que aprendemos.

E, talvez, seja por isso que não há tempo para questionamentos e nem para se pensar.

Parece que estamos todos vivenciando a sociedade da desconexão e falta de autenticidade.

viviane gouvea

Escritora, fotógrafa, pesquisadoraem acervos documentais

1 a

Sem falar no nível elevado de ansiedade que isso provoca, que aumenta exponencialmente a medida que vamos envelhecendo. Amei o texto.

Júlia Rocha

Social Media | Redação | SEO | Marketing de conteúdo | Impacto social

1 a

Nossa, conteúdo muito necessário! É muito fácil se sentir saturada nesse cenário. As informações são passadas de forma desenfreada, por qualquer pessoa, em vídeos de 30 segundos (socorro). No final temos informações rasas que, na maior parte das vezes, não vamos utilizar para absolutamente nada.

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