A Lista Negra - O Conceito - Junho 2021

A Lista Negra - O Conceito - Junho 2021

Por Thays Cristina

 Antes de explicar o porquê da Newsletter eu já quero iniciar com alguns avisos importantes:

  • Não sou Jornalista. Então, aos meus colegas especialistas em textos, peço licença para criar conteúdos. Inclusive fico aberta a dicas e críticas para melhorar cada dia mais;
  • Àqueles que pensaram que, ao abrir o artigo, iriam encontrar minha lista de desafetos ou reclamações, acho minha obrigação informar que já passou da hora de você rever seu vocabulário e parar de associar os termos 'negro ou negra', 'preto ou preta', entre outros, à palavras e expressões negativas. Eu mesma, estou nessa missão de ressignificar palavras e espero que você entre nessa jornada de aprendizado comigo;
  • Fim dos avisos!

Me chamo Thays Cristina Fernandes dos Santos, Thays dos Santos no mundo corporativo e Thays Cristina para minha mãe e agora, para quem ler esse e os próximos artigos.

Hoje trabalho em marketing, desenvolvendo novos mercados para produtos de silicone e também atuo na rede de diversidade racial em minha empresa. Meu emprego e essa posição de 'ativista social' me fazem pensar constantemente sobre meu lugar na sociedade. Não faz muito tempo que me entendi 'negra' e a cada dia eu reconheço um novo desafio, meu e dos meus colegas.

Nos últimos 4 anos tenho atuado nessa rede e em minhas redes sociais a fim de trazer mais conhecimentos sobre questões raciais, mas hoje sinto que preciso ir além. Temos muitos perfis nas redes e profissionais de qualidade que trabalham somente com isso e caso isso não faça parte do cardápio de seguidores, ainda temos o google! Mas ainda vejo poucas pessoas negras falarem em seus espaços profissionais. Por exemplo: No seu histório de dentistas, quantas vezes você foi ou viu um profissional negro/ negra? Ou nesse emaranhado de lives da pandemia, em quantas você viu um profissional negro falando sobre sua área de interesse? Esse assunto é tão tabu que, eu citar dentista negro/ negra ou profissional negro/negra não te incomodou. Por que? Porque isso ainda não faz parte do nosso cotidiano. Por isso precisamos normalizar pessoas negras em todos os espaços, precisamos trabalhar para darmos a opção desses profissionais estarem onde quiserem e digo mais: de forma digna e segura. Estamos iniciando a 4° revolução industrial e ainda estamos falando de inclusão de negros no mercado de trabalho. Será que esse é o termo correto? Fico pensando se falarmos somente em inclusão ainda não é pouco. Vamos amadurecendo isso juntos.

Por isso, nasceu a ideia da 'A Lista Negra'. Uma newsletter mensal onde eu vou dividir meus desafios e sucessos, erros e acertos, aprendizados e oportunidades de carreira com quem estiver disposto a ler e aprender junto comigo. Chamo de lista porque quem me conhece sabe que eu adoro criar listas (alô Teams) e essas listas não terminam, assim como a jornada rumo ao que chamo de sucesso. Que com certeza é um sentimento diferente do seu e uma jornada diferente da sua. E está tudo bem.

Quero dividir minha história pelos motivos descritos acima: Precisamos normalizar pessoas pretas, até que vocês nos vejam além de nossa cor de pele; Precisamos permitir que pessoas negras estejam em todos os espaços de poder e de decisão formando assim a sociedade que vivemos. E de forma egoísta, deixarei aqui registrado a minha jornada para saber o que aprendi e o que mais falta (muita coisa), mas de forma altruísta deixarei aqui minha vulnerabilidade para inspirar outras pessoas (especialmente mulheres negras) a seguir uma jornada de desafios e empoderamento e a pensar sempre em ir além. Mas quero, especialmente, dividir o pouco que aprendi para, quem sabe, servir como uma peça extra em seu quebra cabeça.

E para trazer mais contextualização a toda a ideia quero trazer nessa primeira edição minha história profissional para vocês (profissional, porque caso queiram me conhecer melhor, o instagram está ali para isso). Eu tenho 34 anos, sou paulistana e uma sonhadora. Apesar do sonho de ser estilista, segui a faculdade de engenharia química e um mestrado em Sustentabilidade. Fiz estágio em laboratório mas minha carreira é majoritariamente corporativa. Comecei na área de EH&S e depois de 4 anos, comecei meu sonho de engenheira: O suporte técnico, que na área que estava não era tão técnico assim, mas era um começo! e um fim. Lá descobri que não tinha vocação técnica (zero surpresas) e depois de 2 anos, minha mentora - e até hoje referência- me mostrou o marketing. De forma estranha, foi uma forma de conectar meu sonho de modas e tendências com a química e olha.... tem funcionado!

Uma das perguntas que me fazem é como eu mudei. Minha área parecia muito Junior para o desafio que eu teria na frente e não era uma percepção. Era um fato. Uma percepção que me entristecia e me diminuía. Se parar para pensar, o que são avanços de carreira se não passos que você dá rumo à uma coisa nova para você construir? O Marketing era sim uma área nova e cheia de desafios para eu enfrentar, mas da mesma forma que eu teria muito o que aprender, eu também refleti o que eu teria para agregar. Nos meus anos em atividade processuais eu procurei entender 100% do que a área tinha para me agregar: Curso de ABNT, SAP, Yellow belt, implementação de sistemas novos, curiosidade, falar com as pessoas certas, um speach pronto. Habilidades que aprendi e desenvolvi, mas que também observei nas pessoas que me apoiaram e que poderiam me suportar em passos maiores. Aprenda com aqueles que te inspiram. No fim, para mudar de área vendi um pacote com uma embalagem bonita... usei todos os recursos que aprendi ao meu favor. Ao invés de diminuir meus conhecimentos processuais, eu os valorizei... quem usa os relatórios do SAP como ninguém? Mas não foi só isso, também aprendi o mínimo: quem eram os 4Ps de mkt e pra que eles serviam? (Na hora só lembrei de 3, mas tudo bem). E além disso tudo, eu falei com muita gente, não só para expor meu interesse, mas para aprender com eles também. As pessoas tem muito o que ensinar! A gente precisa 'tirar proveito' das nossas conexões. Dessa forma, vendi minhas habilidades e me mostrei vulnerável por não saber tudo, mas disposta a aprender mais.

Nos últimos 1 ano e 6 meses tenho me dedicado a desbravar o mundo comercial e é isso que quero dividir e aprender com vocês. Quais foram os oceanos já navegados (nem todos oceanos azuis) e quais são os próximos rumos que essa jornada vai me levar.

Antes de finalizar o artigo #1, gostaria de trazer o poder de uma boa rede de apoio. Se eu cheguei onde cheguei, foi porque muita gente me deu a mão. E se essa newsletter nasceu, foi porque minha rede atual me suportou. Créditos especiais às meninas do Grupo Nós da @Newron que me escutaram, apoiaram e refinaram o conceito comigo e à quem revisou esse texto final comigo dando forças a voar (@Andre Salomão, @Janaina Galbieri e @Sueli Fernandes). 

Gostaram do conceito? Fico aberta à discussão e aprendizados em conjunto. Vamos reforçar nossa rede.

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Livro do mês: A Estratégia do Oceano Azul (W. Chan Kin e Renée Mauborgne)

App do mês: Enjoei

Série: The Bold Type

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Adorei o artigo Thays dos Santos .Excelente como sempre 👏👏👏

Parabéns Thays, belo texto e continue assim inspirando carreiras e trazendo informação sobre a luta do povo preto.

Danilo Dias

Gerente de Marketing LAA e Líder de Inclusão Racial

3 a

Adorei a sua newsletter! Parabéns! Com certeza, a sua história serve de inspiração para muita gente! Fico muito feliz pelo trabalho que você vem fazendo à frente do GAAN. 😀

Daniella Siqueira Regozoni

Gerente de Contas | Gerente Comercial | Executivo Comercial | Especialista Comercial

3 a

Que legal a ideia Thays, espero poder aprender mais com voce!

Amanda Chiote

Gestão de Projetos | Gestão de Processos | Gestão de Negócios | Consultoria Empresarial | Notion | Ferramentas de Gestão | Eficiência Operacional

3 a

Parabéns Thays! Adorei a Newsletter! Estou ansiosa para o próximo! 😍

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