Mérito
Você já parou para pensar que a ideia da meritocracia possui o desagradável efeito de legitimar a desigualdade e esconder a participação da sorte? Vieses que nem percebemos que estão ai quando estamos imersos em uma cultura que tem essa ideia como lastro.
Várias coisas me surpreenderam na leitura deste livro, sendo uma das principais a falha que temos ao atribuir sucesso. Um craque do basquete é um exemplo: ele é sempre alguém beneficiado pela origem genética (sorte), coincidência de nascer em uma época e sociedade que valorizam suas habilidades atléticas (sorte outra vez) e muitas vezes beneficiado por algum olheiro que por acaso o descobriu (mais sorte).
Não que o mérito não tenha nenhum componente de esforço e dedicação, mas talvez essa variável não seja a mais relevante na justificativa do resultado obtido. Aleatoriedades sobre as quais o que se beneficia do efeito não teve o menor controle podem ser muito mais relevante.
Mas, o pior efeito é a ideia que a sociedade faz de que, quem não fez conquistas que ela mesma impõe como regra para ser alguém de sucesso, tem culpa pelo próprio fracasso e deve ser encarado como escória. E isso está super presente na forma como olhamos o mundo.
Quantas vezes não pensamos que determinada pessoa poderia ganhar mais se tivesse se esforçado mais, que por sua culpa não consegue promoção, ou que é dele a responsabilidade por sua equipe não conseguir chegar as metas almejadas. Se quer nos ocorre que, talvez, a explicação para a situação vivida por esta pessoa esteja em questões que ela pouco, ou nenhum, poder tem para influenciar.
Recomendo a leitura, recomendo repensar o que você acredita ser mérito.
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