O foco do executivo é na solução
Eu era jovem. Acho que ainda nem havia concluído a minha primeira graduação. E, como todo jovem, acreditava mais em minhas capacidades do que realmente as tinha; e menosprezava a experiência achando que o conhecimento técnico sempre seria capaz de suplantar essa lacuna.
Exatamente neste período meu pai entrou em coma. E eu, sem convite, sem experiência, sem conhecimento assumi a direção da sua empresa. Tendo sido ali que me descobri como executivo, entendi o sentido da palavra e passei a amar e focar no que hoje eu faço.
A doença foi repentina e nunca se tinha pensando em sucessão, não existindo nenhum documento onde estivesse determinado que eu poderia tomar decisões por ele. E a dinâmica do negócio não me fez nem cogitar buscar uma intervenção jurídica. Na verdade, segui em frente usando como base para me legitimar aquilo que hoje sei que a justiça classifica como sendo a “teoria da aparência”.
Contornei ausência de informação, dificuldade de caixa, crise de confiança dos fornecedores apenas argumentando quanto a força da instituição e dando a minha palavra para cada compromisso assumido. Fazendo promessas e as cumprindo, ajustando a equipe e contornando por todos os meios possíveis cada pedra do caminho.
Lembro de um determinado fornecedor que, após tudo ter se normalizado, ao me conhecer pessoalmente não se conteve e afirmou: “Se eu soubesse que você era tão jovem, teria parado de fornecer”. A sorte é que a voz não revelava minha idade.
No ano seguinte meu pai retornou a sua posição e eu voltei para minha vida, buscando construir meu próprio caminho. Mas os aprendizados e experiências ficaram, sendo um dos principais a certeza de que você precisa arriscar para fazer acontecer. É do risco que vem as melhores soluções e inovação.
Hoje o mundo da gestão vem sendo drenado por programas, políticas e pressões da sociedade que limitam a ação dos seus dirigentes; quase os dominando e restringindo. Fator que fica mais forte quanto maior se torna a empresa, não é por outro que empresas de menor porte conseguem manter mais agilidade de resposta, acabando por comer o mercado das grandes pelas beiradas.
Recomendo que você repense seu modelo de crescimento e retarde, ao máximo possível, a adoção de travas sugeridas por fornecedores, mercado de consultoria e até por modismos de gestão. Tente conservar sua liberdade de decisão e atuação ao máximo, devolvendo aos seus sócios ou investidores o lucro e o retorno pelo capital investido no negócio.
Em sendo possível, até recomendo dividir sua empresa em unidades menores e autônomas, com gestão própria e sua atuação, no máximo, como conselheiro. Isso deverá favorecer para que permaneça a força e autonomia do seu negócio, com menor pressão para enrijecimento que é sofrido por grandes grupos.
Busque ser ágil como um rato, não grande como um elefante. Ainda que, segundo um diretor da IBM, elefantes também dancem.
Curta, comente, compartilhe com quem você acha que pode se beneficiar desta leitura.
#PensamentosDeUmExecutivo