Mídias sociais: a saúde mental dos seus filhos está em risco!
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Mídias sociais: a saúde mental dos seus filhos está em risco!

A saúde mental dos nossos jovens está em crise. E o acesso às mídias sociais têm tudo a ver com isso.

Essa semana li um artigo no Financial Times que traz inúmeros dados e resultados de pesquisas que revelam como o acesso às redes sociais está influenciando negativamente a saúde mental dos adolescentes nos Estados Unidos.

Entre 2010 e 2020, a taxa de suicídio dos jovens com idades entre 10 e 19 anos cresceu 45,5%, de acordo com o CDC (Centers for Disease Control and Prevention). Uma pesquisa feita em fevereiro deste ano mostrou que uma em cada três adolescentes meninas pensaram seriamente em tirar suas vidas. Em 2011 essa relação era de uma para cada cinco.

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Crianças hiperconectadas e usando smartphones em excesso

Redes sociais e os transtornos mentais

A relação entre os distúrbios de saúde mental e as redes sociais é comprovada em inúmeros estudos. Um deles, divulgado por especialistas em psicologia e neurociência na University of North Carolina revelou que jovens que acessam suas redes sociais frequentemente experienciam mudanças na forma pela qual seus cérebros respondem aos acontecimentos do mundo, incluindo o fato de eles terem se tornado hipersensíveis ao feedback de seus amigos.

O International Journal of Environment Research and Public Health fez um compilado de mais de 68 estudos que relacionam a frequência de uso das redes sociais em jovens aos crescentes níveis de depressão. Quanto maior o tempo de acesso, maiores os índices de depressão e outros distúrbios mentais.

No Brasil, o retrato infelizmente é semelhante. O Ministério da Saúde reportou que o número de suicídios de jovens cresceu nos últimos anos. De 2016 para 2021, a taxa de mortalidade por 100 mil relacionada a essa causa aumentou impressionantes 45% na faixa de 10 a 14 anos e 49,3% na faixa dos 15 aos 19 anos. Para efeito de comparação, a taxa na população em geral variou 17,8%.

Diversos processos acusam que a Meta (dona do Facebook e do Instagram), TikTok, Snapchat e YouTube usam técnicas usadas pelas indústrias de tabaco e jogos de azar para tornar os jovens viciados em seus produtos, como feeds infinitos para manter os usuários navegando, recompensas que manipulam e estimulam a entrega da dopamina no cérebro, métricas para explorar a comparação social e notificações incessantes, que incentivam a verificação repetida da conta.

Sofrendo inúmeros processos judiciais, os executivos dessas empresas alegam que o tema saúde mental é complexo e acenam com ferramentas de controle parental e maior rigidez na verificação de idade para cadastro nas redes sociais, mas isso não é suficiente.

O mais impressionante é saber que os filhos de executivos das principais empresas de tecnologia, em especial no Silicon Valley, estudam em escolas onde a tecnologia para crianças é proibida.  Na metodologia Waldorf de ensino, onde os filhos dos trabalhadores das Big Techs estudam, telas de computador e tablets só entram nas salas de aula quando os jovens chegam ao ensino médio. Até Bill Gates, cofundador da Microsoft, restringiu o uso da tecnologia aos seus filhos: eles só passaram a usar celular a partir dos 14 anos.

Qualquer tecnologia não é, por si só, boa ou ruim. Aliás, a tecnologia pode criar excelentes possibilidades de conexão, formar comunidades de apoio e ampliar o acesso a serviços para a população.

Mas é urgente revisitar o tipo de conteúdo que circula nas redes sociais, bem como as práticas que estimulam esse vício nas telinhas.

Exposição a perfis de pessoas que aparentam estar felizes 100% do tempo (sabemos o quanto isso é irreal!), culto a padrões de beleza inalcançáveis e cyberbulling são apenas alguns dos conteúdos que atingem a saúde mental dos jovens.

Há cerca de um mês fiz um post refletindo sobre esse excesso de redes sociais e o quanto é cada vez mais necessário exercitar a desconexão para cuidar da qualidade de vida e melhorar a saúde mental.

No texto, trouxe algumas dicas do que já venho fazendo no meu dia a dia, como ampliar o contato com a natureza e a interação com animais de estimação; praticar esportes; me conectar presencialmente com os amigos, por meio do bom e velho diálogo olho no olho. Viagens e hobbies também são excelentes maneiras de recarregar as energias mental e física.

Essas e outras atividades nos permitem vivenciar experiências e conexões de qualidade, o melhor antídoto para investir em uma boa saúde mental.

E você, está vivenciando situações semelhantes em casa ou com pessoas ao seu redor? Me ajuda a divulgar essa mensagem para conscientizar as pessoas sobre a gravidade do assunto? Não podemos mais ficar calados sobre isso. 

#saúdemental #redessociais #vittude 

Raquel Lourençato Duque

Psicóloga clínica :: Comunicação Interna, Comunicação Corporativa, Imprensa, PR, Employer Branding

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Este assunto é urgente e precisa estar nas conversas de todos os pais e educadores!

Claudia Fernanda F.

Fonoaudióloga em formação-UTP |Radiologista|Especialista em Ressonância Magnética e Tomografia Computadorizada

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Perfeito! 👏👏

Vera Kopp

@incast.me | @rain.makr Influencer Marketing

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Parabéns Tatiana Pimenta pela causa, pelas palavras e pelo trabalho incrível ;-)

Stefano Galvão

Atendimentos on-line como psicólogo clínico, psicólogo aba , life coach, psicanalista ,especialista em psicologia médica e psicossomática fale comigo... 11 949387946

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Tatiana Pimenta parabéns pelo artigo! Isolamento social, fobias, agressividade, infantilismo, alienação social, incapacidade de vincular afetivamente com objetos ou pessoas também são alguns dos problemas, no que decorre também pela hiper estimulação cerebral o desencadeamento de transtornos de ansiedade tais como transtorno de ansiedade generalizada e transtorno de pânico e pelo desconhecimento dos benzodiazepínicos e antidepressivos (e é claro psicoterapia) a pessoa muitas vezes usa de álcool e substâncias ilícitas para apaziguar o cérebro se tornando uma bola de neve de problemas. Sem falar na alienação parental provocada pelos pais que também são viciados nisso. Um grande beijo parabéns

Welmer Carneiro

Gerente de Estratégias de Saúde Ocupacional | D'Or Consultoria Rede D'Or São Luiz

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Uma triste realidade que já provoca grandes impactos sociais e econômicos para os setores de saúde públicos e privados. Em curto e médio prazos a tendência é que estes custos aumentem exponencialmente.

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