Mais algumas anotações sobre a Internacionalização da Educação Superior no Pós-Pandemia
Após ter sido entrevistado pela @Tatiana Bandeira para a “Educação em Revista”, recebi incentivos de amigos para compartilhar um pouco mais sobre o tema da “Internacionalização da Educação Superior em tempos de Pandemia”.
Dentre os incentivos, a pergunta direta sobre como a Covid-19 impactará esse aspecto da Educação Superior é sobretudo interessante? De fato, todas as áreas da educação estão sendo impactadas: o formato das aulas (presencial, híbrido e online), os eventos – que não pensávamos que poderiam ser tão facilmente substituídos e expandidos no formato virtual -, o significado da atividade presencial e as novas competências para os profissionais de todas as áreas. Novas trilhas do conhecimento precisarão substituir conteúdos e disciplinas conteudistas que ficaram rapidamente no passado.
Toda essa discussão já é lugar comum. Ponto. Por isso, a pergunta me estimulou a refletir um pouco mais. Assim como o setor de aviação, turismo e viagens de negócios foram um dos mais impactados, a área de internacionalização da Educação Superior igualmente sofre esse impacto? A preocupação é legítima já que a possibilidade de uma experiência internacional enriquece a vida, as relações, a carreira, abre janelas e olhos para o mundo, ampliando oportunidades profissionais.
Para iniciar, na internacionalização da Educação Superior, há que se distinguir alguns aspectos. Em primeiro lugar, ela deixou de significar apenas a experiência da viagem internacional. Ter um encontro com um professor estrangeiro à distância, cursar uma trilha em língua distinta da nossa ou ter um colega estrangeiro, mesmo que numa sala virtual, constituem experiências internacionais que podem ser vividas de casa. Exige que nos adaptemos a uma nova realidade. No contexto atual, duas realidades: a da quarentena e a da língua e cultura estrangeira, o que pode trazer ainda mais riqueza. Compartilho um exemplo disso que ocorreu com um colega na semana passada.
Ele estuda, viaja e faz pesquisas conjuntas com universidades da Alemanha há mais de 20 anos. É um profissional altamente internacionalizado. Contudo, teve o primeiro encontro virtual em alemão durante a pandemia. Ao fim do encontro, me disse: não consegui me expressar, me comunicar adequadamente e me posicionar como deveria virtualmente. Logo, ficou claro: estamos diante de excelentes oportunidades para enriquecer nossas competências e habilidades. Agora é necessário saber se comunicar e expressar-se em alemão também na versão online, pelas plataformas disponíveis. Precisamos adequar a internacionalização da educação superior aos novos desafios que os profissionais vivenciarão.
Em segundo lugar, também é necessário ter em mente que uma série de conhecimentos somos capazes de desenvolver sem a exigência da viagem internacional. E isso ficou mais claro. Conhecimentos como a própria língua estrangeira, a história e a geografia, aproveitando também que os melhores museus do mundo estão disponibilizando seus acervos online, não requerem o investimento da viagem internacional. Exige interesse e dedicação.
De outro lado, na internacionalização está presente também um aspecto muito mais enriquecedor que o conhecimento técnico, o conhecimento comportamental. Viver em território estrangeiro traz consigo necessidades muito peculiares: criar uma rede local de apoio, maravilhar-se diante das experiências sensoriais, reagir diante do desconhecido, desenvolver a empatia com expressões emocionais que se manifestam de forma que não conhecemos, flexibilidade para responder a desafios ainda não vividos em nossa cultura e, portanto, inesperados. São nesses aspectos comportamentais que a experiência internacional possui seus atributos mais distintivos. É o choque cultural que enriquece. E, aqui, é necessário vive-lo. No Brasil, é possível vivê-lo, inclusive perto de casa. Somo um país multicultural. Um olhar mais atento pode perceber e sentir os desafios da internacionalização muito mais próximo do que se imagina.
Fica aqui a homenagem aos meus colegas de internacionalização @Marcia Perin, @Rodrigo Rodembush, @Mariana Cortinhas, @Erick Cardoso, @Carolina Zanon.
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4 aBelo texto Marc Deitos, excelentes reflexões! Busquemos todas as oportunidades que se apresentam, nunca antes exploradas 👏👏👏 (depois bora viajar de novo)
Especialista em Inkjet l Market-Ink Tintas Para Plotter
4 aOi, Marc! Excelente artigo sobre internacionalização. Se torna preponderante observarmos os novos condicionantes pós-pandemia para continuarmos fomentando a mobilidade com métodos inovadores e disruptivos. Grato por ter feito parte dessa jornada, certamente tive minha percepção expandida para as sensibilidades econômicas, sociais e operacionais dos discentes. Grande abraço!
Bibliotecária na Atitus Educação
4 a👏👏👏
Mentoria Intercultural, Transição de Carreira, Desenvolvimento de Carreira
4 aMarc Deitos sou uma admiradora de teu trabalho e de tua forma única de ser um verdadeiro cidadão global! Muito bom o texto. Parabéns!