Mal-entendidos: você pode perder amizades valiosas se não souber lidar com eles
Marcinha é conectada e gosta muito de interagir nas redes sociais. Enquanto há pessoas que usam a mesma foto de perfil por meses e até por anos, ela gosta de atualizar a sua algumas vezes por dia.
Inclusive, para tornar as coisas interessantes, às vezes ela costuma fazer caras posadas e usar filtros, o que abre a possibilidade de fazer muitas combinações diferentes. O problema é que, numa dessas, Carol, que é uma familiar até que bem achegada, fez um comentário sobre a foto de perfil da Marcinha.
— Menina, muda essa foto. Você tá muito esquisita nela. Coloca uma melhor. Você é tão linda!
Minutos depois, Marcinha, muito chateada, fala com o Diego, dizendo que dói muito quando as pessoas falam de sua aparência. Mas, para o rapaz, não há motivos para sua amiga ficar magoada. Afinal, Carol não falou por mal, e até disse que sua amiga é linda.
Ainda mais chateada por sentir que ninguém a entende, Marcinha vai falar com a Eduarda. Esta diz para deixar pra lá. A Carol não quis ofender. Irritada, Marcinha quer saber por que a Eduarda está do lado da Carol.
Aliás, ela quer saber por que todo mundo está do lado da Carol. E para de conversar com todo mundo que não concorda com ela. Tudo por causa de um mal-entendido.
A dificuldade de deixar passar
Várias coisas podem fazer uma pessoa se comportar como a Marcinha. Talvez ela seja traumatizada com o fato de outras pessoas já terem zombado muito de sua aparência. Anos de desprezo pode causar feridas difíceis de se curar.
Ou pode ser que o ambiente durante a infância faça uma pessoa ter dificuldades para desenvolver autoestima. Assim, comentários sem maldade, se não forem formulados com cuidado, podem acabar magoando.
Além disso, a pessoa pode ter expectativas irrealistas com relação ao comportamento de amigos e familiares. Talvez tenham colocado na mente a ideia de que quem ama nunca vai — ou nunca pode — dizer ou fazer algo que magoe. É irrealista pensar assim, não é? Vamos pensar nisso um pouco.
A probabilidade do mal-entendido
Imagine duas pessoas. Uma é um amigo ou uma amiga com quem você costuma conversar bastante. Outra é o vizinho que mora na esquina e que você só encontra e cumprimenta quando o encontra na padaria ou andando por aí.
Com quem é mais provável que você tenha um mal-entendido: com o amigo ou com o vizinho? Bem, quanto mais tempo nós passamos com uma pessoa, maior é a chance de um falar para o outro algo sem pensar. Para zerar a probabilidade de haver mal-entendidos, seria preciso cortar o contato por completo.
Por isso, se mal-entendidos surgem vez ou outra, o motivo é justamente a quantidade de tempo em que você mantém contato com a pessoa. E, levando em conta que as duas pessoas estão sujeitas a errar, seria realista esperar que seu amigo nunca vai cometer um erro?
Inclusive, seria interessante a gente pensar um pouco sobre essa coisa de errar.
Um comportamento pode estar errado só na sua cabeça
No primeiro colegial, tive meu primeiro contato com a física. Na primeira aula, o professor disse algo que eu nunca mais esqueci. “O motorista deste carro está parado ou em movimento? Depende do referencial. Em comparação com o carro, está parado. Em comparação com o chão, está em movimento.”
Erros também dependem de um referencial. Existem erros cujos referenciais estão enraizados na sociedade. Por exemplo, odiar um ser humano é certo ou errado? A maioria das pessoas diria que é errado.
Mas e quando alguém diz para você trocar sua foto de perfil porque você não está bem nela? Isso é certo ou errado? Na sua mente, pode ser errado. Mas na mente de outras pessoas, talvez não seja errado. Aliás, o assunto pode nem ser relevante para elas a ponto de criarem uma opinião sobre o assunto.
E aí, como fica o referencial? É certo ou errado? Bem, nessas horas, é o bom senso que deve nos orientar. A melhor pergunta seria: “O que a pessoa fez foi grave o suficiente para eu desmanchar essa amizade?”. Acontece que responder esse tipo de pergunta com sinceridade pode não ser fácil. Aí é bom olhar o quadro completo.
As pessoas que merecem perdão
Será que você deveria descartar da sua vida a pessoa que disse ou fez o que, na sua opinião, não devia ter feito? Bem, adotando esse padrão para a sua vida, pense em onde isso vai dar. Isso pode acabar fazendo você excluir muita gente da sua vida no decorrer do tempo.
A questão é que várias dessas pessoas amam muito você. São pessoas confiáveis, dispostas a dar apoio em qualquer problema que você vier a enfrentar.
Isso é muito diferente de colegas que vêm e vão, e que passam por nossas vidas e depois de algum tempo vão embora. Existem pessoas que são tão importantes que o melhor a fazer é simplesmente deixar passar quando elas dizem ou fazem algo contra nós sem pensar.
Até porque, às vezes, certo comportamento pode estar errado só na nossa cabeça. Nós podemos ter certeza de que alguma atitude não foi correta, mas talvez ninguém mais pense assim. Tá aí um motivo extra pra deixar passar esses erros.
Quando somos muito sensíveis, acabamos dificultando as coisas para quem convive com a gente. Essas pessoas precisam ficar sempre medindo as palavras, tendo o maior cuidado para nos dizerem alguma coisa. E podem acabar achando mais fácil se afastar para evitar problemas conosco.
Por que é bom deixar passar
Tem coisa que a gente pode só deixar passar. Isso torna nossa vida mais leve. Também tem aquelas coisas que não dá pra deixar passar. Então, converse com a pessoa — e só com ela — sobre o assunto.
Durante a conversa, seu objetivo não deve ser provar que ela está errada. Diga como você está se sentindo, e provavelmente ela vai se desculpar. E mesmo que a reação dela não seja exatamente de se desculpar, desabafar pode ajudar a acalmar você.
O problema que a Marcinha enfrentou é apenas uma possibilidade de muitas. Questões desse tipo costumam abalar a amizade de muita gente. Mas deixar passar certos erros nos ajuda a lidar com mal-entendidos e a ter uma vida mais tranquila.
Você já viu amizades se desfazerem por causa de mal-entendidos? Deixe um comentário aqui embaixo!
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Quem é Mateus Pimenta?
Sou redator em Marketing Digital e Finanças e revisor em português e inglês. Abandonei um emprego público para realizar meu sonho de trabalhar com o que gosto, no conforto da minha casa.
Conheci o marketing de conteúdo e, depois de seis meses, alcancei uma demanda suficiente para me dedicar somente à carreira de redator.
Em julho de 2019, fui um dos 15 freelancers da Rock Content selecionados como Rock Ambassadors. Em novembro do mesmo ano, eu e mais sete freelas fomos escolhidos para participar do vídeo "Como é viver de freela: 8 profissionais compartilham suas histórias".
Além da Rock Content, atendo outros clientes e, assim, vivo de escrever.
--Empregada de andares
2 aMuito bom.
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4 aMuito bom o artigo! Está muito relacionado à CNV.