Mapeamento de Talentos e Diversidade nas Organizações
Muito temos ouvido sobre a diversidade nas organizações um assunto da maior importância para a ampliação do papel dos empregadores na diminuição da desigualdade social em nosso país. Essa discussão é ampla e passa pelos mais diversos aspectos políticos e sociais.
Para as organizações, ser uma empresa inclusiva e diversa ainda é um desafio, mesmo sabendo o quanto a diversidade pode ser lucrativa.
Um dos maiores obstáculos a serem superados hoje, a meu ver, mais do que contratar, é permitir aos historicamente excluídos afrodescendentes, mulheres, pessoas com deficiência, a ascensão na carreira.
A base de grandes organizações e, portanto, cargos operacionais, técnicos e administrativos, tem representantes dessas pessoas, mas, por que então, o mesmo não ocorre com cargos especializados e de gestão?
A reflexão que proponho aqui volta-se às práticas de gestão de pessoas que excluem esse público. Um exemplo é o processo de Mapeamento de Talentos.
Normalmente, e, quase sempre de antemão, estabelece-se uma linha de corte para avaliação de candidatos que considera os cargos ocupados por estes. Ou seja, para serem mapeados como potenciais talentos, avaliam-se aqueles em cargos de nível superior, especialistas e gestores até então ocupados por pessoas dentro do modelo vigente. Também há aí pré-requisitos de formação educacional que são excludentes, e, diga-se de passagem, algumas vezes não fazem diferença para o trabalho nos cargos. Dessa forma, a mobilidade das pessoas da base da hierarquia é muito pequena, o que faz da diversidade de públicos ser raramente considerada tornando o modelo restritivo e gerador de um circulo vicioso.
O processo de Mapeamento de Talentos, para ser amplo e enriquecedor, precisa ter algumas premissas estabelecidas:
1. A de que há talentos em qualquer nível da organização. Ser uma pessoa talentosa não passa por ter uma formação educacional na escola A ou B. Hoje em dia, é muito mais fácil a aquisição de competências técnicas, ao contrário de competências críticas como valores e comportamentos, que são da pessoa e, portanto, podem estar em qualquer cargo de uma empresa.
2. Carreira não é linear. Não é por que iniciei minha vida profissional numa área ou campo do conhecimento que devo ficar restrito a ela por anos. As empresas pouco escutam os indivíduos acerca de suas expectativas e ainda desconhecem como as habilidades e competências dos mesmos podem ser melhor utilizadas e desempenhadas em diferentes posições dentro da organização. Com isso, perdem múltiplas possibilidades de bons resultados, sem contar no engajamento e motivação tão almejados pelos gestores de equipes.
Com essas premissas, construir um processo amplo e profundo de conhecimento dos indivíduos de uma organização em todos os níveis, pode ser um pontapé inicial para a criação de um ambiente onde a diversidade está realmente presente.
Tecnologia Operacional / Inovação / Sistemas de Negócio / Gestão de Equipe | MBA | PROSCI®
6 aParabéns pelo artigo Adriana! Concordo que o comportamento é o mais importante, e que o conhecimento e as habilidades estão pulverizadas em todos os níveis das organizações.
Adriana é uma das mais destacadas especialistas em Executive Search no Brasil, é Conselheira de Administração Independente e Mentora de executivos.
7 aQue essa bandeira da “Diversidade” nas empresas mais que uma estratégia de marketing, rompa as barreiras do preconceito e da mesmice do pensamento linear, que limita a criatividade dos modelos de negócios! É uma questão de inteligência! Como conseguir resultados diferentes com as mesmas ferramentas de antes? Não tem jeito! Ótima reflexão e posicionamento nessa temática! Que comece a ser praticado no dia a dia das corporações ou por que nao? No nosso dia a dia! Parabéns Adriana
Controlling Manager at Vallourec
7 aConcordo com você Adriana que os talentos podem estar nos diversos níveis da organização e será necessário quebrar este paradigma. Muito bom seu artigo!
Gerente de Produção Matérias-Primas Aciaria na Vallourec - Gestão | Estoques | Controladoria | Inventory | Infraestrutura | Facilities | Contratos | MRO | Supply Chain | Warehouse | Planning | P&L
7 aMuito bacana o artigo Adriana Matta Machado! Reflexão