MARIANA ONDE ESTÁS?
MARIANA ONDE ESTÁS?
Abro a janela do meu quarto ...
O que vejo agora?
Vejo o ar seco, a poluicao, lixo,
Muito lixo espalhado pelo chão,
Lama, barro, cenário de guerra,
Se parar o barulho dos caças,
Acho que dá pra ouvir os gritos,
Os gritos dolorosos e agonizantes,
Seres que não eram importantes,
Bois, bezerros, patos, gabritos,
Vacas, galinhas, caes e garças,
Todos cobertos com lama e terra,
Pessoas que foram alvos da ação,
Desumana de certos políticos,
Que colocam a ganância e o poder,
Além do valor da vida do povo.
Novamente olho da janela,
E sei que a vida ali não florira,
Os passarinhos não mais cantarão, Nossos filhos onde estarão,
Afogados, cobertos ou soterrados,
Ouço no chiado do velho rádio,
A fala de um sádico qualquer,
Que a cidade depende das minas,
A vida depende das Minas...
Quanto nojo desse bicho,
Se ele tivesse no meio do lixo,
A história seria bem diferente,
E, eu da minha janela via gente,
Gente sorrindo de alegria,
E acenando um bom dia,
Porque tudo não passou de um grande sonho...
Quem dera fosse?
Porque Minas Gerais ...
Parece ter pecados demais,
E da janela do meu quarto e não vejo mais Mariana, Mariana, minha menina onde estás que não responde a minha voz?