Mastercard diz que moedas digitais “vieram para ficar” e avança em serviços para o segmento

Mastercard diz que moedas digitais “vieram para ficar” e avança em serviços para o segmento

Matéria originalmente veiculada no Flash CardMonitor, edição de 27 de setembro a 03 de outubro de 2021.

A América Latina desponta como uma das regiões mais promissoras no desenvolvimento de moedas digitais, incluindo as chamadas CBDCs (moedas digitais apoiadas por bancos centrais), as stablecoins (moedas digitais “mais confiáveis e reguladas”), e as criptomoedas de alta volatilidade. Há nove governos latinos trabalhando em moedas digitas, dentre eles o Brasil, que está em processo de pesquisa para um possível lançamento do Real Digital.

Não foi fornecido texto alternativo para esta imagem

Durante workshop para jornalistas sobre o assunto, Walter Pimenta, vice-presidente sênior de Produtos e Inovação da Mastercard, afirmou que a empresa também se prepara para atender às novas demandas que surgirão com a evolução das criptomoedas e dos meios pagamentos. Hoje, a companhia já oferece suporte para transações com moedas digitais, de acordo com o perfil de cada uma delas. A empresa participa ainda de diversos projetos de CBDCs com bancos centrais e possui uma plataforma de testes para essas instituições usarem suas moedas em ambientes controlados.

Mas, o VP é enfático: nem todas as criptomoedas poderão circular na rede da Mastercard. Para isso, o ativo deverá ser validado por três princípios estabelecidos pela empresa.

“O primeiro desses princípios é o de proteção ao consumidor; o segundo deles é que essa moeda tem de estar em compliance com a regulação vigente dos países onde a Mastercard opera – isso parece básico, mas quando falamos de moedas digitais, trata-se de um tema mais complexo. E o terceiro princípio é a estabilidade, no sentido de que moedas que são extremamente voláteis têm desafios que precisamos pensar muito bem antes de trazer isso para a rede”, explica Pimenta.

Os investimentos para acompanhar este movimento são altos. “A Mastercard trabalha com blockchain há quase 06 seis anos, uma tecnologia com potencial muito interessante para melhorar alguns casos de uso na indústria como um todo. Isso inclui as moedas digitais. Hoje, somos uma das empresas com o maior número de patentes aprovadas em blockchain, com mais de 100 patentes aprovadas nesse âmbito e outras centenas que estão pendentes”, afirma Pimenta.

O uso das moedas digitais ainda é incipiente, mas elas “vieram para ficar”. “Hoje encaramos as moedas digitais mais como um asset digital de investimento do que um veículo para transação em ponto de venda”, pontua o executivo. Contudo, a Mastercard tem posicionamento claro sobre criptomoedas: trata-se de escolha. “Se você quer pagar pela sua compra, seja em um e-commerce ou em um ponto de venda físico, utilizando um cartão, conta a conta, com real digital (quando isso estiver disponível), ou se quer pagar com Bitcoin, que seja, nós queremos efetivamente trazer a funcionalidade para que os nossos bancos parceiros, emissores, possam oferecer esse tipo de escolha para o consumidor final”, ressalta.

Embora tenham apelo entre os Millennials pela afinidade com o digital, as moedas digitais têm conquistado gradativamente um público cada vez mais amplo. “A capitalização e o crescimento de valor de mercado dessas moedas são impressionantes. E isso vem de demanda, de pessoas que têm investido cada vez mais nesses ativos”, afirma o VP sênior.

Não foi fornecido texto alternativo para esta imagem

Programa de cartão cripto – Uma das soluções já disponibilizadas ao mercado pela Mastercard há alguns anos é o chamado crypto card program. “A ideia com esse cartão é trabalhar tanto com bancos parceiros, emissores, quanto com as corretoras de criptos, permitindo que eles se licenciem como emissores de cartões Mastercard e possam, através desse cartão, oferecer aos seus clientes a possibilidade de converter os ativos digitais em moeda corrente dentro do seu país”, esclarece Pimenta. “Existe uma conversão onde nós não nos envolvemos, mas as corretoras oferecem isso para os consumidores. Então, o consumidor pode converter isso e com esse saldo em reais passa a poder ir ao ponto de venda e transacionar com esse cartão”.



Entre para ver ou adicionar um comentário

Outras pessoas também visualizaram

Conferir tópicos