A ESCALA do negócio é outro conceito pouco discutido. Seus efeitos são normalmente percebidos quando a empresa faz suas contas usando técnicas antigas e muito úteis do ponto de equilíbrio.
Via de regra temos que manter estruturas fixas mais caras ANTES de alcançar uma margem que as financie. Exemplo, preciso implantar o sistema ISO para conquistar certos clientes ou mercados que pretendo. Assim o caixa está sempre fortemente comprometido com o que está “por vir” e mal da conta das demandas da operação, que no nosso ramo são altas. Um ciclo econômico negativo de 30 dias, em média.
Em países de economias evoluídas há um sistema financeiro que faz esse papel. No nosso, temos um sistema que se locupleta dele com a conivência de um governo que o legitima (mas isso é política; deixa pra lá).
Então temos que pôr o dinheiro na frente. Pro giro, para investirmos e para antecipar demandas de um tamanho (ou escala) que ainda não temos. Não somos empresários. Somos um bando de heróis insanos!
Vamos tentar isolar essa última demanda. A ESCALA vem justificando fortes movimentos de consolidação no mercado europeu e americano. No Brasil, ainda pífio.
Justamente nós que precisamos de uma “força extra” para sobreviver nesse nosso hostil ambiente somos resistentes à essa ideia.
Quando de se fala em consolidação o foco principal é gerar ganhos advindos das sinergias que o rateio de custos fixos e investimos geram.
Uma empresa que fatura 1 milhão por mês tem os mesmos custos fixos de uma empresa que fatura 2 milhões. A grosso modo.
Um índice americano, do segmento de conversão, é o do faturamento anual por funcionário. Em 2014 foi de USD 160 mil. Ainda não encontrei nenhuma empresa por aqui perto desse número. O índice mais alto foi de USD 120 mil.
Ajustando esse número à realidade brasileira (baixo nível de automação industrial e evolução tecnológica, excessiva burocracia do estado, má qualidade e formação da mão de obra, carga tributária alta) entendo que nosso o BOM índice seria de USD 110 mil. Não é definitivo, mas é uma boa referência. Faça suas contas e verifique. Muito abaixo desse índice, venda, compre ou se associe. Sua produtividade pode estar perigosamente baixa. Resumindo:
Temos resistências (até culturais) ao conceito de consolidação.
Sobrevivemos num ambiente econômico e político subdesenvolvido, quando não hostil.
Nossa produtividade é bastante baixa em comparação aos padrões mundiais.
Decididamente não somos culpados. Talvez só por termos optado por ser empresários nesse país.